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quinta-feira, 18 de junho de 2020

2º ANOS- A e B 1ª ATIVIDADE DE GEOGRAFIA


Aula de Geografia da 2ª série A e B

O(a) aluno(a) deverá fazer a leitura do texto sobre a industrialização brasileira, assistir aos vídeos de apoio e navegar nos links que permitem uma maior compreensão sobre alguns termos abordados na leitura e nos vídeos.
Em seguida, os mesmos deverão realizar a atividade proposta após a leitura, e enviar o gabarito para correção. 
Enviar o gabarito com a devida identificação do aluno série e turma para um endereço eletrônico orientado pelo professor posteriormente.
Para uma futura análise, o(a) aluno(a) deve produzir um pequeno relatório sobre os vídeos apresentados e guardar esse material em uma pasta ou no próprio caderno. 


Processo de industrialização no Brasil











Espaço Industrial Brasileiro                                             
 Assim como em todos os lugares, seguiu as características gerais do processo de industrialização das sociedades a partir do modo de produção capitalista. O processo de criação e instalação de indústrias em um território literalmente produz o espaço, transformando-o e conferindo a ele novas lógicas e novos significados. A industrialização contribui, principalmente, para a intensa e rápida urbanização do território, bem como para as concentrações econômica, populacional, de infraestrutura e de investimentos financeiros.
No Brasil, o processo de industrialização iniciou-se enquanto política de Estado a partir da década de 1930, quando a dependência econômica nas exportações de matérias-primas, com destaque para o café, levou a economia do país a ruir diante da Crise de 1929. Tal proposição intensificou-se com o chamado Plano de Metas, na década de 1950, e acarretou para uma ampliação da produção industrial brasileira.
No entanto, essa concentração ocorreu, sobretudo, na região Sudeste do Brasil, com o predomínio da cidade de São Paulo, em função de sua posição geográfica estratégica e da herança econômica ofertada pela produção cafeeira, que conferiram a essa cidade uma ligação com o Oeste e com o Porto de Santos através das ferrovias.
Além disso, a partir da década de 1950, a indústria automobilística consolidou-se nessa região, o que foi fundamental para a concentração do parque industrial brasileiro na capital paulista e em sua região metropolitana. Tais processos provocaram uma rápida e precária urbanização, bem como a explosão de movimentos migratórios advindos das diferentes regiões do Brasil.
O resultado foi o grande surto populacional da região Sudeste. Em 1872, São Paulo contava com cerca de 32 mil habitantes e era a décima maior cidade brasileira; ao final do século XX, já se tornara a maior metrópole do país e a quarta maior do mundo, com mais de 20 milhões de habitantes, contando a cidade e sua região metropolitana, e 11 milhões, contando apenas a capital.
Na década de 1970, a produção industrial da capital paulista e de seu entorno representava quase a metade de toda a produção industrial nacional.
Todavia, a partir da década de 1980 em diante, houve esforços governamentais que se preocuparam em proporcionar uma desconcentração industrial do país, fato que só se efetivou claramente a partir da década de 1990. Apesar disso, São Paulo continuou na liderança nacional industrial, muito em virtude de sua modernização e ampliação de seu aparato tecnológico e industrial.
Observe o crescimento demográfico da cidade de São Paulo no século XX e como ele diminuiu a partir do século XXI. ¹

Desconcentração industrial e Desmetropolização
Com a promulgação da Constituição Federal de 1988, as Unidades Federativas brasileiras ganharam maior autonomia no que diz respeito à política de implantação de impostos e de gerência de seu território.
O resultado disso foi a instauração de um fenômeno chamado de “Guerra Fiscal”, em que os estados passaram a brigar pela presença das indústrias em seus espaços. Tal preocupação dava-se no fato de que a instalação de indústrias em um dado local ampliava a geração de empregos, elevava o consumo e angariava investimentos para obras de infraestrutura.
O problema é que esse processo de desconcentração industrial do território brasileiro não foi acompanhado de uma política de gerência urbana do espaço, acarretando para a difusão de problemas socioambientais no espaço das grandes cidades, com o crescimento dos índices de violência e a precarização das escolas, que não possuíam capacidade para atender a todo o quantitativo populacional. Além disso, observou-se também a ocorrência da favelização das cidades, segregação urbana, crescimento desordenado e precarização do trabalho assalariado, o que reduzia o poder de consumo da população. Viver nas cidades, sobretudo a partir do final do século XX, tornou-se um grande desafio.
Diante disso, observa-se atualmente o crescimento dos polos industriais e farmoquímicos, bem como sua dispersão pelo país, o que vem resultando no processo de Desmetropolização das grandes cidades, que mesmo registrando crescimentos populacionais, não vêm atraindo mais a mesma quantidade de pessoas de outras regiões como anteriormente.
Em contrapartida, observou-se o crescimento das chamadas cidades médias, que se caracterizam por ter uma população fixada entre 200 e 500 mil habitantes e por não se encontrarem em regiões metropolitanas. Tais cidades vêm se tornando verdadeiros atrativos para indústrias que buscam menos prejuízos financeiros com transporte (em razão dos congestionamentos das grandes cidades), além de impostos menores, terrenos mais baratos e força sindical menos articulada, o que favorece a diminuição de custos com salários.
Outro fato que contribui para esse processo de desmetropolização é a consolidação da malha rodoviária do Brasil, diferentemente do que havia nos tempos de instalação das indústrias brasileiras. Atualmente é mais fácil – também em função da Revolução Técnico-Científica – a dispersão de produtos e serviços para dentro e para fora do território, de forma que a estratégia de localização da indústria no espaço diminuiu em importância.
Essa dinâmica vem favorecendo o crescimento das médias cidades que, no entanto, só oferecem boas condições de subsistência para trabalhadores que possuem qualificações ou experiência em ramos industriais cada vez mais avançados tecnologicamente.
Apesar disso, é importante frisar que não é possível dizer que as metrópoles tendem a reduzir suas populações nos próximos anos, até porque as cidades médias e pequenas já demonstraram não ser capazes de absorver toda a mão de obra presente nas grandes cidades. A tendência que vem se revelando é que elas também passem a apresentar problemas urbanos, sociais, ambientais e de mobilidade.
A presença de indústria no Brasil iniciou-se em 1930 e intensificou-se a partir de 1950
         Para entendermos a industrialização do Brasil é necessário voltar ao ciclo do café, que foi o motor inicial para que esse processo ocorresse. Até o início da década de 1930, como ressaltado anteriormente, o espaço geográfico brasileiro foi estruturado exclusivamente ao redor do modelo primário-exportador, fazendo com que a configuração das atividades econômicas fosse dispersa e com rara ou ausente interdependência. 

     A partir do crescimento da economia cafeeira, o processo de urbanização se intensificou, principalmente no Rio de Janeiro e em São Paulo, com o objetivo de facilitar o escoamento da produção e a distribuição, através da ampliação das linhas férreas. Com o fim da escravidão e a chegada dos imigrantes, o mercado consumidor cresceu consideravelmente, o que possibilitou a produção para o mercado interno e o desenvolvimento das indústrias. A concentração da riqueza na região Sudeste, devido a riqueza oriunda do café, fez com que as indústrias também se concentrassem na região aumentando as disparidades interregionais. Dentre os fatores que beneficiaram a concentração industrial na região Sudeste podemos destacar:

Concentração de infraestrutura de energia, comunicação e, sobretudo, transportes.

Concentração de mão de obra qualificada (lembrando a entrada de mão de obra estrangeira, em sua maior parte, já qualificada para os serviços fabris);

Concentração de mercado consumidor;

           Rede bancária desenvolvida, por conta da presença de centros de produção de café.
É importante destacar o contexto mundial deste período. O mundo passava pelo fim da Primeira Guerra Mundial, conflito em que muitos dos principais países produtores de produtos industrializados estavam envolvidos o que afetou o abastecimento mundial. Neste sentido, iniciou-se no Brasil a política de substituição de importações, ou seja, passou-se a produzir aqui o que antes se importava de outros países. É importante destacar o papel de Getúlio Vargas para o impulso da indústria nacional, principalmente através da criação das indústrias de base, fundamentais para o surgimento de outras indústrias, dentre as quais podemos destacar a Companhia Siderúrgica Nacional, a Vale do Rio Doce e a Petrobrás.


         Durante o governo de Juscelino Kubitschek a economia brasileira se abriu para os investimentos internacionais – momento este em que entraram no Brasil grandes montadoras como a Ford e a Volkswagen – atendendo a proposta desenvolvimentista de JK que visava a “decolagem” (“take off”) da industrialização brasileira. O lema “50 anos em 5” demonstrou o objetivo audacioso de JK de desenvolver em apenas 5 anos o equivalente a 50 anos através de 31 metas apresentadas no Plano de metas, dentre as quais se encontrava a construção de Brasília. No governo JK as indústrias que receberam o maior número de investimentos foram as do setor energético e de transportes e a fonte de capitais para serem investidos no projeto de industrialização baseava-se em um tripé econômico formado pelo investimento estatal em infraestrutura, o investimento de capital privado nacional em indústrias de bens de consumo com menor carga tecnológica e pelo capital privado estrangeiro responsável pelo investimento em indústrias de bens de consumo com investimento tecnológico.







Links para consulta: 







Exercício para averiguar o processo de aprendizagem 



Leia o resumo Organização do território e Industrialização Brasileirae resolva os exercícios abaixo.
1. (UECE) Sobre o crescimento da exploração do café no século XIX no Brasil, assinale o correto.
a) Essa fase coincide com uma fase de vitalidade e expansão dos mercados europeus e com o desenvolvimento dos Estados Unidos.
b) O café era produzido em larga escala, porém a preços baixos e com baixa rentabilidade.
c) Desde o período colonial que a produção cafeeira competia no mercado internacional com a produção açucareira brasileira.
d) O norte do Brasil era, por excelência, a região produtora de café, pois podia contar com vasta mão de obra escrava.
2. (Mackenzie-SP) Duas atividades econômicas destacaram-se durante o período colonial brasileiro: a açucareira e a mineração. Com relação a essas atividades econômicas, é correto afirmar que:
a) na atividade açucareira, prevaleciam o latifúndio e a ruralização, a mineração favorecia a urbanização e a expansão do mercado interno.
b) o trabalho escravo era predominante na atividade açucareira e o assalariado na mineradora.
c) o ouro do Brasil foi para a Holanda e os lucros do açúcar serviram para a acumulação de capitais ingleses.
d) geraram movimentos nativistas como a Guerra dos Emboabas e a Revolução Farroupilha.
e) favoreceram o abastecimento de gêneros de primeira necessidade para os colonos e o desenvolvimento de uma economia independente da metrópole.
3. (IFMT) Sobre a indústria brasileira, sua concentração e desconcentração espacial, a alternativa correta é:
a) A industrialização brasileira foi tardia, ao longo do século XIX, concentrando-se na região Sudeste do Brasil, reproduzindo as desigualdades regionais sociais e econômicas.
b) No governo de Getúlio Vargas, no período do Estado Novo, a preocupação estatal foi com a indústria de base, com enfoque na produção de energia e setor de transportes; já no governo de Juscelino Kubitschek, o setor automobilístico teve a atenção maior.
c) A industrialização como substituição de importações, com capital estatal abundante e mão-de-obra barata, acontece no Brasil através da indústria de bens de consumo duráveis e com destaque para o setor têxtil e produção de alimentos.
d) A partir de 1950, como parte do planejamento estatal do governo federal, inicia-se a desconcentração industrial, acentuada depois de 1990, pela crescente abertura econômica e desenvolvimento técnico- científico.
e) Com a desconcentração industrial, o Sudeste brasileiro, principalmente São Paulo, passou por grandes mudanças espaciais e sociais, deixando de ser a área de maior concentração industrial, posto ocupado hoje pelo Nordeste brasileiro.

4- “A implementação da política 'desenvolvimentista' da administração Kubitschek marca a utilização, pela primeira vez, de uma política deliberada de industrialização. Essa política consistia essencialmente de uma tarifa aduaneira efetivamente protecionista (…). Ao mesmo tempo, e complementarmente, a política fiscal era francamente expansionista e iniciou, no fim da década, a concessão de incentivos fiscais para o desenvolvimento industrial”. O modelo industrial adotado no espaço geográfico brasileiro no período analisado pelo texto tinha como referência:

a) o caráter puramente nacionalista
b) a ampliação das exportações
c) o desenvolvimento agroindustrial
d) a construção de indústrias de base
e) a substituição de importações

5- O espaço industrial brasileiro contemporâneo vem sendo assistido por um processo de dispersão fabril, isto é, o deslocamento dos empreendimentos do setor secundário para o interior do país, tanto para as metrópoles regionais quanto para as cidades médias e regiões rurais. Mesmo assim, as regiões historicamente predominantes na industrialização brasileira do século XX ainda concentram a maior parte desse capital gerado.
As áreas pioneiras referenciadas pelo texto são:

a) centro-sul e nordeste
b) sudeste e meio norte
c) nordeste e sul
d) zona litoral e região norte
e) centro-oeste e sul

6- Além do direcionamento de infraestruturas, a realização de investimentos públicos e adoção de políticas orçamentárias, um dos fatores responsáveis pelo processo de desconcentração industrial do Brasil é:

a) a dispersão demográfica do país
b) a “guerra fiscal” entre os estados
c) a urbanização das capitais regionais
d) o crescimento das cidades médias
e) a mão de obra barata no interior do território

7- A partir dos anos 70, impõe-se um movimento de desconcentração da produção industrial, uma das manifestações do desdobramento da divisão territorial do trabalho no Brasil. A produção industrial torna-se mais complexa, estendendo-se, sobretudo, para novas áreas do Sul e para alguns pontos do Centro-Oeste, do Nordeste e do Norte.
SANTOS, M.; SILVEIRA, M. L. O Brasil: território e sociedade no início do século XXI. Rio de Janeiro: Record, 2002 (fragmento).
Um fator geográfico que contribui para o tipo de alteração da configuração territorial descrito no texto é:

a) Obsolescência dos portos.
b) Estatização de empresas.
c) Eliminação de incentivos fiscais.
d) Ampliação de políticas protecionistas.
e) Desenvolvimento dos meios de comunicação.