Atividade 5 Geografia - 1ª série C Domínios morfoclimáticos
Domínio morfoclimático é uma classificação geográfica que engloba aspectos naturais como clima, hidrografia, vegetação, relevo e solo, predominantes em uma determinada área, e a forma como eles se relacionam entre si.
Os domínios morfoclimáticos brasileiros são seis: amazônico, caatinga, mares de morros, cerrado, araucárias e pradarias.
1- O Domínio morfoclimático amazônico é o maior do Brasil, e está praticamente todo localizado na Região Norte do país.
Relevo do domínio amazônico
No que diz respeito ao relevo, trata-se de um domínio cuja composição dá-se majoritariamente por terras baixas, ou seja, por locais de baixas latitudes e por grandes depressões.
Clima do domínio amazônico
O clima é equatorial, quente e úmido e as chuvas costumam ocorrer durante todo o ano.
A temperatura média costuma atingir entre os 24ºC e os 27ºC.
Hidrografia do domínio amazônico
A hidrografia é um dos pontos de destaque desse domínio, visto que nele fica situada a maior bacia hidrográfica do Brasil, a Bacia hidrográfica amazônica. Isso influencia no fato de a região apresentar um grande volume de água.
Solo do domínio amazônico
Em sua grande maioria, o solo da região amazônica é composto por latossolos (formados em grande parte por material mineral) e argissolos (apresentam uma separação bastante nítida relativamente a horizontes de cor).
Regra geral, o solo da região amazônica não possui um alto índice de fertilidade.
Vegetação do domínio amazônico
A vegetação é bastante diversificada e perene, ou seja, não costuma perder folhas ao longo do ano. O aspecto vegetal varia conforme a proximidade dos cursos de água e subdivide-se em três tipos:
Matas de igapó: presentes em áreas constantemente inundadas pelos rios.
Matas de várzea: presentes em áreas que são inundadas pelos rios de forma ocasional.
Matas de terra firme: presentes em áreas que não são inundadas pelos rios.
2- Domínio da Caatinga
Relevo do domínio da caatinga
O domínio morfoclimático da caatinga está localizado na Região Nordeste do Brasil, e apresenta um relevo formado por depressões.
Clima do domínio da caatinga
O clima semiárido contribui para que haja um baixo índice de chuvas no local. A caatinga atravessa períodos de estiagem superiores a um ano e padece de diversas secas.
Hidrografia do domínio da caatinga
No que diz respeito à hidrografia, a maior parte dos rios são temporários (secam uma vez por ano).
Isso ocorre devido às altas temperaturas da região e também devido ao tipo de solo, que por não apresentar uma boa permeabilidade, contribui para a evaporação da água.
Solo do domínio da caatinga
A má permeabilidade do solo tem impacto direto na quantidade de nutrientes; quanto mais água é possível reter, mais nutrido e fértil um solo é. Os solos argilosos (que contêm argila em 30% de sua composição), por exemplo, têm mais nutrientes do que os solos arenosos (que contêm areia em 70% de sua composição).
Regra geral, a caatinga possui solo raso, isto é, um solo cuja camada rochosa fica bem perto da superfície.
Vegetação do domínio da caatinga
O fato de a caatinga possuir um solo raso dificulta que as raízes das plantas possam explorar o solo em profundidade.
A vegetação da caatinga subdivide-se em três tipos:
Arbórea: vegetação que tem de 8 a 12 metros.
Arbustiva: vegetação que tem de 2 a 5 metros.
Herbácea: vegetação que tem abaixo de 2 metros.
Um fato bastante característico da vegetação da caatinga, é que ela conseguiu se adaptar às condições locais. A carnaúba, por exemplo, produz uma espécie de cera que reveste suas folhas, e ajuda a evitar a perda de água por evaporação. O juazeiro, por sua vez, desenvolveu raízes extremamente profundas, que permitem a absorção da água do solo. Há plantas que têm a capacidade de reter água; algumas espécies de cacto, por exemplo, conseguem reter mais de 3 litros.
3- O domínio dos mares de morros ocupa o litoral brasileiro, estendendo-se desde o Nordeste até o Sul do país.
Relevo do domínio dos mares de morros
O relevo da região, que deu origem à designação deste domínio morfoclimático, caracteriza-se pela presença de morros arredondados, planaltos e serras, dentre as quais se destaca a Serra do Mar.
Clima do domínio dos mares de morros
Apesar de o clima dos mares de morros poder apresentar variações consoante as regiões, o clima tropical úmido é predominante.
Por conta do clima tropical de altas temperaturas, o índice de chuva é alto. Isso pode fazer com que as encostas não sejam tão seguras; o risco de desabamentos é constante.
Hidrografia do domínio dos mares de morros
No que diz respeito à hidrografia, este domínio morfoclimático apresenta um vasto volume de água. Ele abrange duas importantes bacias hidrográficas brasileiras: a Bacia hidrográfica do Rio Paraná e a Bacia hidrográfica do Rio São Francisco. Além disso, também dispõe de importantes hidrelétricas: a do Rio Paraná, a de São Simão e a de Três Marias.
Apesar da abundância de água, uma grande parte dos rios dos mares de morros apresenta sérios problemas relacionados à poluição e à contaminação.
Solo do domínio dos mares de morros
Relativamente ao tipo de solo, um dos predominantes neste domínio é o massapé. Ele é formado pela decomposição do granito e do gnaisse na mata nordestina. Outro solo de destaque é o salmourão, que é formado pela destruição e decomposição química do granito na Região Sudeste. Por conta da boa irrigação, o solo dos mares de morros é bastante fértil.
Vegetação do domínio dos mares de morros
A vegetação dos mares de morros é uma das mais prejudicadas no que diz respeito à preservação. A expansão da agricultura comercial, o desmatamento para exploração de madeira e o desenvolvimento de centros urbanos são alguns dos fatores que contribuem para esse cenário.
Na região, a vegetação típica é a da Mata Atlântica, também chamada de Floresta Tropical Úmida, que devido à devastação ambiental está representada por apenas 7% da sua extensão original (geralmente em locais de difícil acesso).
4- Domínio do cerrado
Relevo do domínio do cerrado
No domínio do cerrado, o relevo é em sua maioria plano ou com pequenas ondulações. Composto por grandes planaltos e chapadões, esse domínio morfoclimático tem cerca de 50% da sua altitude entre os 300 e os 600 metros.
Clima do domínio do cerrado
O clima que predomina no cerrado é o tropical sazonal. A temperatura média da região ronda os 22 graus Celsius. No entanto, a máxima pode ultrapassar os 40 e a mínima pode ficar abaixo de 0, resultando em geadas.
Trata-se de um domínio onde as estações do ano são bastante definidas: chove bastante no verão e o inverno é seco.
O local também costuma atravessar um período severo de seca de outubro a abril.
Hidrografia do domínio do cerrado
Localizado na região central do país, o cerrado é também chamado de "caixa d'água do Brasil" por conta da sua hidrografia. Em seu território estão localizados leitos e nascentes de rios de 8 das 12 bacias hidrográficas brasileiras. São exemplos desses rios o Rio Araguaia, o Rio Tocantins e o Rio São Francisco.
A hidrografia do cerrado é responsável pela geração de energia de 9 em cada 10 brasileiros, por conta da importância desse domínio morfoclimático para os recursos hidrelétricos do país.
Solo do domínio do cerrado
O solo do cerrado é tipicamente avermelhado e pode ser arenoso ou argiloso.
Os tipos de solo predominantes nesse domínio são:
Latossolo: de cor avermelhada/amarelada, é um tipo de solo pobre em nutrientes, que cobre cerca de 46% do domínio do cerrado. É um solo profundo.
Podzólico: solo mineral fértil de cor avermelhada escura, e de considerável teor de ferro. Esse tipo de solo é bastante suscetível a erosões.
Vegetação do domínio do cerrado
A vegetação do cerrado consiste majoritariamente em arbustos e em árvores baixas, que não costumam estar concentrados em grupos, mas sim afastados uns dos outros. Tipicamente, os troncos têm casca bastante grossa e aparência retorcida; as folhas costumam ser ásperas.
Impactos ambientais no domínio do cerrado
O cerrado é o domínio morfoclimático que mais foi danificado pelos impactos ambientais ao longo dos anos.
Dentre as principais causas dessa degradação estão:
Dentre as principais causas dessa degradação estão:
Contaminação dos rios.
Abertura de rodovias.
Expansão das fronteiras agrícolas.
Queimadas.
5- Domínio das araucárias
Relevo do domínio das araucárias
O relevo do domínio das araucárias caracteriza-se por fortes ondulações e por terrenos montanhosos. De aparência protuberante e formado pelo processo de erosão, esse domínio se localiza no Planalto meridional, e tem uma altitude que vai desde os 500 aos 1.300 metros.
Parte do relevo das araucárias é formado pela ação da erosão em rochas de diferentes resistências.
Clima do domínio das araucárias
O clima é majoritariamente subtropical e apresenta temperaturas médias, que costumam variar entre os 14 e os 30 graus.
As estações do ano são definidas e, por isso, os invernos costumam ser rigorosos e os verões, quentes. A distribuição das chuvas ao longo do ano costuma ser bastante uniforme.
Hidrografia do domínio das araucárias
No que diz respeito à hidrografia, o domínio das araucárias possui um grande potencial, pois abrange algumas das principais usinas hidrelétricas do país. Dentre elas estão a Usina de Itaipu e a Usina de Furnas.
A drenagem dá-se, principalmente, através dos rios da Bacia do Paraná e da Bacia do Uruguai. Duas vezes por ano, muitos dos rios desse domínio atravessam dois períodos de cheia e dois períodos de baixa nos níveis de água.
Solo do domínio das araucárias
O tipo de solo mais característico das araucárias é a terra roxa. Apesar do nome, trata-se de um solo de cor avermelhada, que tem origem vulcânica e é formado através da decomposição do basalto.
Esse solo apresenta umidade constante, que ocorre porque os rios das araucárias nunca secam. Isso faz com que a terra roxa seja naturalmente fértil e apropriada para o plantio.
Vegetação do domínio das araucárias
A vegetação predominante é a Mata de Araucária, também chamada de Mata dos Pinhais, que consiste em uma floresta de pouca densidade.
No Brasil, ela concentra o único exemplo de coníferas (espécie cujo fruto tem formato de cone).
A mata original se estendia de São Paulo até o Rio Grande do Sul, ocupando uma área de cerca de 200 mil km2. Devido à exploração para produção de móveis e de papel, a vegetação foi significativamente reduzida.
6- domínio das pradarias
Relevo do domínio das pradarias
Também chamado de Pampas ou de Campanha Gaúcha, o domínio morfoclimático das pradarias apresenta relevo baixo e ligeiras ondulações chamadas de coxilhas.
Por conta da amplitude desse tipo de relevo, a região é utilizada para a prática da pecuária.
Clima do domínio das pradarias
Tendo em conta o clima, as pradarias podem ser divididas em dois diferentes tipos:
Pradarias temperadas: são aquelas cujo clima varia entre temperaturas quentes e frias, de acordo com as estações do ano. O verão e a primavera costumam apresentar um grande volume de chuvas; já o inverno e o outono são tipicamente secos.
Pradarias tropicais: são aquelas que apresentam clima quente e seco durante o ano todo.
Hidrografia do domínio das pradarias
No que diz respeito à hidrografia, destacam-se alguns rios como o Rio Ibicuí, o Rio Santa Maria e o Rio Uruguai. Esses rios apresentam grande fluxo, e são responsáveis pela drenagem ininterrupta deste domínio morfoclimático. Todos eles pertencem à Bacia do Uruguai.
Solo do domínio das pradarias
O solo das pradarias geralmente é profundo e de cor escura. A tonalidade da cor é originada da decomposição de uma matéria orgânica que o cobre, chamada húmus.
O húmus torna o solo fértil e, por conta disso, as pradarias costumam ser utilizadas para plantação, principalmente de cereais.
Em algumas regiões de pradaria, o tipo de solo é o arenito. Nesses locais, a agricultura é desenvolvida através do uso de máquinas e de técnicas de correção do solo.
Outros dois tipos de solo existentes nas pradarias são o paleossolo vermelho e o paleossolo claro.
Vegetação do domínio das pradarias
No que diz respeito à vegetação, as pradarias são cobertas por espécies herbáceas e rasteiras, com alturas que costumam variar entre 10 e 50 cm.
Impactos ambientais sobre os domínios morfoclimáticos do Brasil
Ao longo dos anos, os seis domínios morfoclimáticos brasileiros sofreram impactos que modificaram suas características originais.
Florestas que antes eram vastas e densas, como a das Araucárias, hoje praticamente não existem mais, alguns rios foram contaminados com o mercúrio utilizado pelos garimpeiros, a prática da agricultura sem prévia preparação do solo resultou em erosão, dentre outros.
Essas alterações ambientais foram resultado da ação do homem.
Veja alguns aspectos que contribuíram para a devastação:
Extração de madeira.
Atividade agrícola não sustentável.
Expansão das cidades.
Lançamento de esgoto no mar.
Exercício de aprendizagem
1- O desmatamento é a atividade humana, que afeta diretamente as maiores áreas na parte florestada da Amazônia brasileira. A área desmatada é maior que a França. Philipe Fearnside
Diversas mudanças ambientais, decorrentes do desmatamento referido pelo pesquisador, afetam negativamente os seres humanos na Amazônia.
Sobre elas, analise os itens a seguir:
I. Redução de ciclagem d’água
II. Perda da capacidade produtiva dos ecossistemas
III. Decréscimo no armazenamento do carbono
IV. Alteração na formação de nuvens e na química da atmosfera
V. Aumento do assoreamento de cursos fluviais
Estão CORRETOS
a) apenas II e V.
b) apenas I, II e III.
c) apenas I, IV e V.
d) apenas II, III e V.
e) I, II, III, IV e V.
2- Esse bioma brasileiro se estendia originalmente por uma vasta área de aproximadamente dois milhões de quilômetros quadrados (km2); atualmente, restam apenas 18% desse total. Esse bioma apresenta solo deficiente em nutrientes e rico em ferro e alumínio, abriga plantas de aparência seca, entre arbustos esparsos e gramíneas e um tipo mais denso de vegetação, de formação florestal. Estima-se que 10 mil espécies de vegetais, 837 de aves e 161 de mamíferos vivam ali. Essa riqueza biológica, porém, é seriamente afetada pela caça e pelo comércio ilegal. Esse bioma é o sistema ambiental brasileiro que mais sofreu com a ocupação humana. Identifique o bioma brasileiro a que o texto faz referência.
a) Campos
b) Cerrado
c) Caatinga
d) Floresta Equatorial
e) Floresta Latifoliada
3- Tipo de vegetação característica da Floresta Amazônica, situada nas áreas de planícies inundáveis pelas cheias sazonais dos rios, com árvores que não ultrapassam 20 metros de altura. Essa vegetação corresponde à
a) Mata de Mangue.
b) Mata de Veredas.
c) Mata de Igapó.
d) Mata de Babaçu.
e ) Mata de Terra Firme.
4- A Mata das Araucárias, ou Pinheiro do Paraná, era encontrada com abundância no passado. Atualmente essa vegetação cobre apenas restritas áreas preservadas. A respeito da Mata das Araucárias, analise as afirmativas a seguir:
I. A mata das araucárias é uma vegetação natural, típica de climas tropicais úmidos. Foi praticamente dizimada no oeste paranaense na década de 80 devido às lavouras de milho.
II. A mata das araucárias, também conhecida como mata dos pinhais, é típica de regiões de clima subtropicais. Essa vegetação aparece muitas vezes associada à erva-mate nativa.
III. A Mata de Araucária é latifoliada e decídua, sendo que no outono-inverno perde suas folhas.
IV. A Mata de Araucárias é uma das formações vegetais características do Sul do Brasil, encontrada nos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Essa vegetação está condicionada ao relevo, clima e altitude dessas regiões.
É correto o que se afirma APENAS em:
A)I, II e III.
b) II e IV.
c) III e IV.
d) I, II e IV.
e) I e IV.
5- Apresente uma característica da Caatinga que a diferencia das demais formações vegetais brasileiras.