Música: Um pouco de história
Os sons produzem uma sensação física em nós.
Escutar é ser capaz de ir além do simples ouvir,
é captar o sentido dos sons, perceber e compreender sua estrutura, sua forma,
seu sentido, é prestar atenção e estar interessado naquilo que está ouvindo. E
quanto maior o conhecimento de sons e de música, maior será nossa compreensão.
Pré-História
A palavra música, do grego mousikê, que quer dizer "arte das musas", é
uma referência à mitologia grega e sua origem não é clara. Muitos acreditam que
a música já existia na pré-história e se apresentava com um caráter religioso,
ritualístico em agradecimento aos deuses ou como forma de pedidos pela
proteção, boa caça, entre outros. Se pensarmos que a dança aparece em pinturas
rudimentares da pré-história não é difícil acreditar que a música também fazia
parte dessas organizações. Nessa época podemos imaginar que muitos sons
produzidos provinham, principalmente, dos movimentos corporais e sons da
natureza e, assim como nas artes visuais e na dança, a música começou a ser
aprimorada utilizando-se de objetos dos mais diversos. Ainda para refletirmos
sobre o assunto e reforçar a teoria sobre a música na pré-história basta
lembrarmos da existência de tribos indígenas que mantêm total isolamento das
sociedades organizadas e vivem ainda de forma rudimentar (paradas em um período
da pré-história) e que possuem rituais envolvendo a música, utilizando a
percurssão corporal, a voz e objetos primários, básicos desenvolvidos para esse
fim.
Antiguidade
Muitos historiadores apontam a música na
antiguidade impregnada de sentido ritualístico e como instrumento mais
utilizado a voz, pois por meio dela se dava a comunicação e nessa época o
sentido da música era esse, comunicar-se com os deuses e com o povo. Observamos
que, na Grécia, a música funcionava como uma forma de estarem mais próximos das
divindades, um caminho para a perfeição. Nessa época, a música era incorporada
à dança e ao teatro, formando uma totalidade, e ao som da lira eram recitados
poemas. As tragédias gregas encenadas eram inteiramente cantadas acompanhadas
da lira, da cítara e de instrumentos de sopro denominados aulos. Um destaque
importante na antiguidade foi Pitágoras, um grande filósofo grego que descobriu
as notas e os intervalos musicais.
Já em Roma a música foi influenciada pela música
grega, pelos etruscos e pela música ocidental. Os romanos utilizavam a música
na guerra para sinalizar ações dos soldados e tropas e também para cantar hinos
as vitórias conquistadas, também possuía um papel fundamental na religião e em
rituais sagrados, assim como no Egito, onde os egípcios acreditavam na "origem
divina" da música, que estava relacionada a culto aos deuses. Geralmente
os instrumentos eram tocados por mulheres (chamadas sacerdotisas). Os chineses,
além de usarem a música em eventos religiosos e civis tiveram uma percepção
mais apurada da música e de como esse refletia sobre o povo chegando a usar a
música como "identidade" ou forma de "personalizar"
momentos históricos e seus imperadores.
Idade Média
Na Idade das Trevas ou Idade Média a Igreja tinha
forte influência sobre os costumes e culturas dos povos em toda a Europa.
Muitas restrições eram impostas e, por essa razão, observamos o predomínio do
canto gregoriano ou cantochão, porém houve um grande desenvolvimento da música
mesmo com o direcionamento da igreja nas produções culturais e nessa fase a
música popular também merece destaque com o surgimento dos trovadores e
menestreis. É importante citar, na Idade Média, Guido d'Arezzo, um monge
católico que "criou a pauta de cinco linhas, na qual definiu as alturas
das notas e o nome de cada uma (...). Nasciam, assim, os nomes das notas
musicais que conhecemos: dó,ré, mi, fá, sol, lá e si." (LDP, p.264).
Renascimento
Nesse período, na Europa, cresce o interesse pela
música profana (que não era religiosa). A música também é trabalhada em várias
melodias, porém ainda as melhores composições musicais dessa época foram feitas
para as igrejas.
Barroco
A música barroca foi assim designada para delimitar
o período da história da música que vai do aparecimento da ópera e do oratório
até a morte do compositor, maestro e instrumentista Johann Sebastian Bach. A
música barroca foi muito fértil contendo elaborações, brilhantismo e imponência
não vistos anteriormente na história da música, fato esse, talvez, devido à
oposição aos modos gregorianos até então vigentes. A criação aflorou no período
barroco e diversos gêneros musicais foram criados.
Classicismo
Nesse período, a música instrumental passa a ter
maior destaque, adquirindo "porte", elegância e sofisticação. São
sons suaves e equilibrados. Nesse período criou-se, ainda, a sonata, e os
espetáculos de ópera passam a ter um brilho maior, bem como as orquestras se
desenham e passam a ter grande relevância.
Romantismo
Diferente da música no classicismo, que buscava o
equilíbrio, no romantismo a música buscava uma liberdade maior da estrutura
clássica e uma expressão mais densa e viva, carregada de emoções e sentimentos.
Os músicos, nessa fase, se libertam e visam, por meio da música, exprimir toda
sua alma.
Música no século XX
Podemos dizer que, esse período, para a música, foi
uma verdadeira REVOLUÇÃO. O entusiasmo foi grande, inovações,
criações,novidades, tendências, gêneros musicais apareceram. Foi um período
rico para a música, impulsionado pela rádio, e pelo surgimento de tecnologias
para gravar, reproduzir e distribuir essa arte.
No início do século XX, o interesse por novos
sons fez os compositores incorporarem uma grande quantidade de instrumentos e
objetos sonoros à música. Compositores como Leroy Andersen, que compôs uma obra
para máquina de escrever e orquestra, Hermeto Pascoal que criou músicas com
sons produzidos por garrafas, ferramentas, conversas e grunhidos de porcos e
Ottorino Respighi, que escreveu uma obra para orquestra e rouxinou intitulada
"Pinheiros de Roma".
Todos os sons podem ser aproveitados em música,
pois oferecem muitas possibilidades de enriquecer uma composição.
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