COLÉGIO ESTADUAL FAUSTO CARDOSO
GEOGRAFIA AULA REMOTA 4
II UNIDADE
Prof. MSc. Emerson Ribeiro. Turmas: 3º ano do Ensino Médio A e B. Data:01/10/2020
SETEMBRO AMARELO
SUICÍDIO NO MUNDO
Principais informações
A cada ano, cerca de 800 mil pessoas tiram a própria vida e um número ainda maior de indivíduos tenta suicídio. Cada suicídio é uma tragédia que afeta famílias, comunidades e países inteiros e tem efeitos duradouros sobre as pessoas deixadas para trás.
O suicídio
ocorre durante todo o curso de vida e foi a segunda principal causa de morte
entre jovens de 15 a 29 anos em todo o mundo no ano de 2016.
O suicídio não
ocorre apenas em países de alta renda, sendo um fenômeno em todas as regiões do
mundo. De fato, 79% dos suicídios ocorreram em países de baixa e média renda em
2016.
Trata-se de um grave problema de saúde pública; no entanto, os suicídios podem ser evitados em tempo oportuno, com base em evidências e com intervenções de baixo custo. Para uma efetiva prevenção, as respostas nacionais necessitam de uma ampla estratégia multisetorial.
E NO BRASIL?
Nas últimas
décadas, observa-se o crescimento ininterrupto dos casos de suicídio no Brasil.
Os números são especialmente preocupantes entre jovens. Em um período de 28
anos, houve um aumento de 30% nos casos de suicídio, taxa maior do que a média
das outras faixas etárias. A taxa cresce por uma conjunção de fatores. "A
sociedade está cada vez menos solidária, o jovem não tem mais uma rede de
apoio. Além disso, é desiludido em relação aos ideais que outras gerações
tiveram", afirma Neury Botega, psiquiatra da UNICAMP.
Conforme a
Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil está em oitavo dentre os países
com maior número de suicídios, atrás de Índia, China, Estados Unidos, Rússia,
Japão, Coreia do Sul e Paquistão. Em 2013, contabilizou 11.821 suicídios (9.198
do sexo masculino e 2.623 do sexo feminino). Em taxas relativas (mortes por cem
mil habitantes), o Rio Grande do Sul tem a maior taxa, com 10,2, seguido de
Roraima, Mato Grosso do Sul e Santa Catarina, conforme levantamento do
Ministério da Saúde abarcando o período de 2006 a 2010.
O Brasil é
signatário do "Plano de Ação sobre Saúde Mental 2013-2020" da
Organização Mundial da Saúde que busca a redução da taxa de suicídio em 10% até
2020; no entanto, nos últimos dez anos, o número de suicídios no país tem
aumentado, o que tem preocupado o governo.
Quem está em risco?
Embora a
relação entre distúrbios suicidas e mentais (em particular, depressão e abuso
de álcool) esteja bem estabelecida em países de alta renda, vários suicídios
ocorrem de forma impulsiva em momento de crise, com um colapso na capacidade de
lidar com os estresses da vida – tais como problemas financeiros, términos de
relacionamento ou dores crônicas e doenças.
Além disso, o
enfrentamento de conflitos, desastres, violência, abusos ou perdas e um senso
de isolamento estão fortemente associados com o comportamento suicida. As taxas
de suicídio também são elevadas em grupos vulneráveis que sofrem discriminação,
como refugiados e migrantes; indígenas; lésbicas, gays, bissexuais,
transgêneros e intersexuais (LGBTI); e pessoas privadas de liberdade. De longe,
o fator de risco mais relevante para o suicídio é a tentativa anterior.
Prevenção e controle
Suicídios são
evitáveis. Há uma série de medidas que podem ser tomadas junto à população,
subpopulação e em níveis individuais para prevenir o suicídio e suas tentativas,
incluindo:
1-Redução de acesso aos meios utilizados (por exemplo, pesticidas,
armas de fogo e certas medicações);
2- Cobertura responsável pelos meios de comunicação;
3- Introdução de políticas para reduzir o uso nocivo do álcool;
4- Identificação precoce, tratamento e cuidados de pessoas com
transtornos mentais ou por uso de substâncias, dores crônicas e estresse
emocional agudo;
5- Formação de trabalhadores não especializados em avaliação e
gerenciamento de comportamentos suicidas;
6- Acompanhamento de pessoas que tentaram suicídio e prestação de
apoio comunitário;
7- O suicídio é uma questão complexa e, por isso, os esforços de
prevenção necessitam de coordenação e colaboração entre os múltiplos setores da
sociedade, incluindo saúde, educação, trabalho, agricultura, negócios, justiça,
lei, defesa, política e mídia. Esses esforços devem ser abrangentes e
integrados, pois apenas uma abordagem não pode impactar em um tema tão complexo
quanto o suicídio.
Desafios e obstáculos
Estigma e tabu
O estigma, particularmente em
torno de transtornos mentais e suicídio, faz com que muitas pessoas que estão
pensando em tirar suas próprias vidas ou que já tentaram suicídio não procurem
ajuda e, por isso, não recebam o auxílio que necessitam. A prevenção não tem
sido tratada de forma adequada devido à falta de consciência do suicídio como
um grave problema de saúde pública. Em diversas sociedades, o tema é um tabu e,
por isso, não é discutido abertamente. Até o momento, apenas alguns países
incluíram a prevenção ao suicídio entre suas prioridades de saúde e só 38
países relatam possuir uma estratégia nacional para isso. Sensibilizar a
comunidade e quebrar o tabu são ações importantes aos países para alcançar
progressos na prevenção do suicídio.
Segundo a OMS
A OMS
reconhece o suicídio como uma prioridade de saúde pública. O primeiro relatório
sobre suicídio no mundo da OMS “Prevenção do suicídio: um imperativo global”,
publicado em 2014, tem como objetivo conscientizar sobre a importância do
suicídio e das tentativas de suicídio para a saúde pública e fazer da prevenção
uma alta prioridade na agenda global de saúde pública.
O suicídio é
uma das condições prioritárias do “Mental Health Gap Action Programme (mhGAP)”
(programa de saúde mental da OMS), que fornece aos países orientação técnica
baseada em evidências para ampliar a prestação de serviços e cuidados para
transtornos mentais e de uso de substâncias. No Plano de Ação de Saúde Mental
2013-2020, os Estados-Membros da OMS se comprometeram a trabalhar o objetivo
global de reduzir as taxas de suicídios dos países em 10% até 2020.
Além disso, a taxa de mortalidade por suicídio é um indicador da meta 3.4 dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável: até 2030, reduzir em um terço a mortalidade prematura por doenças não transmissíveis via prevenção e tratamento, e promover a saúde mental e o bem-estar.
LIGUE 188
No Brasil, o
CVV – Centro de Valorização da Vida realiza apoio emocional e prevenção do
suicídio, atendendo voluntária e gratuitamente todas as pessoas que querem e
precisam conversar, sob total sigilo, por telefone (basta discar 188), email e
chat 24 horas todos os dias.