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quinta-feira, 12 de novembro de 2020

2º ANO C e D | CONTEÚDO | GEOGRAFIA






A INDUSTRIALIZAÇÃO NO BRASIL


 Diversos países, como Argentina, México e Brasil, iniciaram o processo de industrialização efetiva a partir da segunda metade do século XX, no entanto, o embrião desse processo no Brasil ocorreu ainda nas primeiras décadas de 30, momentos depois da crise de 29. Crise essa que ocasionou a falência de muitos produtores de café, com isso, a produção cafeeira entrou em declínio.

Quando se fala em industrialização do Brasil é bom ressaltar que tal processo não ocorreu em nível nacional, uma vez que a primeira região a se desenvolver industrialmente foi a Região Sudeste.

A industrialização brasileira nesse período estava vinculada à produção cafeeira e aos capitais derivados dela. Entre o final do século XIX e as primeiras décadas do século XX, o café exerceu uma grande importância para a economia do país, até porque era praticamente o único produto brasileiro de exportação. O cultivo dessa cultura era desenvolvido especialmente nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo e algumas áreas de Minas Gerais.

Após a crise que atingiu diretamente os cafeicultores, esses buscaram novas alternativas produtivas, dessa maneira, muitas das infraestruturas usadas anteriormente na produção de transporte do café passaram, a partir desse momento, a ser utilizadas para a produção industrial.

Diante desse processo, a indústria brasileira começou a diversificar, no entanto, limitava-se somente à produção de produtos que empregavam pouca tecnologia, como setor têxtil, alimentício, além de fábricas de sabão e velas.

Vários foram os fatores que contribuíram para a intensificação da indústria brasileira, entre os principais estão: crescimento acelerado dos grandes centros urbanos graças ao fenômeno do êxodo rural, promovido pela queda do café. A partir dessa migração houve um grande aumento de consumidores, apresentando a necessidade de produzir bens de consumo para a população.

Outro fator importante para a industrialização brasileira foi a utilização das ferrovias e dos portos, anteriormente usados para o transporte do café, passaram a fazer parte do setor industrial. Além desse fator, outro motivo que favoreceu o crescimento industrial foi a abundante quantidade de mão de obra estrangeira, sobretudo de italianos, que antes trabalhavam na produção do café.

Um dos fundamentais elementos para a industrialização brasileira foi a aplicação de capitais gerados na produção de café para a indústria, a contribuição dos estrangeiros nas fábricas, como alemães, italianos e espanhóis.

O Estado também exerceu grande relevância nesse sentido, pois realizou elevados investimentos nas indústrias de base e infraestrutura, como ferrovias, rodovias, portos, energia elétrica, entre outros.

Mais tarde, após a Segunda Guerra Mundial, a Europa não tinha condições de exportar produtos industrializados, pois todo o continente se encontrava totalmente devastado pelo confronto armado, então o Brasil teve que incrementar o seu parque industrial e realizar a conhecida industrialização por substituição de exportação.

Nessa mesma década aconteceu a inserção de várias empresas derivadas de países industrializados que atuavam especialmente no seguimento da indústria automobilística, química, farmacêutica e eletroeletrônica. A partir de então, o Brasil ingressou efetivamente no processo de industrialização, deixando de ser um país essencialmente produtor primário para um Estado industrial e urbano.

https://brasilescola.uol.com.br/brasil/industrializacao-do-brasil.htm



A DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DA INDÚSTRIA BRASILEIRA



A Distribuição Industrial do Brasil é historicamente caracterizada pela elevada concentração de indústrias na região Sudeste do país, apesar do processo de desconcentração produtiva que o país vem passando nas últimas décadas.

A industrialização brasileira iniciou o seu processo após a crise de 1929, quando a economia do país foi profundamente afetada pela dependência na exportação de matérias-primas. Com isso, durante a Era Vargas, os primeiros esforços de industrializar o país foram estabelecidos. No entanto, foi somente a partir da segunda metade do século XX que esse processo foi efetivamente consolidado.

Como a concentração das obras e bens em infraestrutura estavam situados na região Sudeste, com destaque para as cidades de São Paulo e Rio de Janeiro, a industrialização do país ocorreu nessas localidades, estendendo-se também a Minas Gerais. Além da infraestrutura, essa região contava com a maior parte da massa de trabalhadores no país em razão da prática da cafeicultura, a principal atividade econômica do país até então.

Assim, a partir da década de 1950, com a ampliação do sistema rodoviário – que em um curto período de tempo conseguiu, finalmente, superar o sistema ferroviário –, foi possível iniciar o processo de industrialização no restante do território nacional, porém, de forma tímida e lenta.

Ao longo da década de 1970, dados estatísticos chegaram a registrar uma concentração industrial de 45%, do total de fábricas instaladas no país, somente na Grande São Paulo. Tal processo motivou um sistema de migração em massa da população de outras regiões para essa área do território, contribuindo para ocorrência do fenômeno da macrocefalia urbana que, além da capital paulista, afetou também as cidades do Rio de Janeiro e Belo Horizonte.

Com a promulgação da Constituição de 1988, as Unidades Federativas ganharam uma maior autonomia por parte do Governo Federal para gerirem a política de incentivos fiscais para indústrias em seus territórios. Isso acarretou o surgimento da chamada Guerra Fiscal, em que os estados disputavam a presença das empresas – principalmente as multinacionais – em seus territórios através de redução ou isenção de impostos, entre outros benefícios.

A partir de então, o Brasil assistiu ao seu processo de desconcentração industrial, o que contribuiu para frear, ao menos em partes, o processo de intenso fluxo migratório em direção ao Sudeste do país. No entanto, essa desconcentração foi responsável pela perda na arrecadação de impostos e pelo aumento da exploração da força de trabalho, visto que para receber as grandes empresas em seus territórios, muitos governos locais faziam (e ainda fazem) concessões e “vistas grossas” para determinadas práticas, tanto no âmbito trabalhista quanto no quesito ambiental.

Além disso, essa desconcentração foi responsável para a expansão do êxodo rural (migração em massa da população do campo para a cidade), que fez com que as problemáticas urbanas deixassem de ser uma exclusividade das grandes metrópoles do Sudeste brasileiro.

https://www.preparaenem.com/geografia/distribuicao-industrial-brasil.htm