ESCOLA ESTADUAL FAUSTO CARDOSO
PROFESSORA GRASIELA SILVA
TODAS AS TURMAS 2ª ETAPA / 12ª SEMANA 24/11/20
EDUCAÇÃO FÍSICA - DANÇAS AFRICANAS
As danças africanas integram a extensa cultura do continente africano e representam uma das muitas maneiras de comunicação cultural. Esse tipo de manifestação é de extrema importância para o seu povo, constituindo parte essencial da vida. É uma maneira de estarem sempre conectados com seus antepassados e carrega uma poderosa carga espiritual, emocional e artística, além do entretenimento e diversão.
CARACTERÍSTICAS DAS DANÇAS AFRICANAS
As danças africanas tradicionais são realizadas em ocasiões importantes. Destacam-se as cerimônias em rituais de passagem, nascimento, casamento, morte, colheita, guerra, alegria, tristeza, doenças e agradecimentos.
Apesar de o continente africano ter uma grande extensão com diversos países e culturas diferentes, podemos destacar como pontos comuns na dança da maioria dos povos africanos:
· a organização em círculos, semicírculos ou fileiras;
· a participação de todos, independentemente da idade ou escala social na comunidade;
· o acompanhamento de música produzida pelo som de instrumentos de percussão e batuques de tambores.
A partir do estilo de dança africano evoluíram ritmos hoje bastante conhecidos pelo brasileiro, como a capoeira e o próprio samba.
DANÇA AFRICANA E RELIGIÃO
Na cultura africana, os pés são um importante elemento de conexão entre o ser humano e o mundo espiritual. Na visão da maioria dos povos africanos, a dança é uma importante fonte de conexão religiosa. Nela, o corpo é o instrumento de ligação com o mundo dos espíritos.
Há a crença de que, dependendo do ritual, a dança deve ser executada com os pés descalços para promover a ligação do espírito com a terra. O ritmo é considerado elemento de passagem para o mundo espiritual para onde o participante é levado após um transe.
TIPOS DE DANÇAS AFRICANAS
Entre os muitos ritmos de origem africana, podem ser destacados: o ahouach, o guedra, o schikatt, a gnawa, a kizomba e o semba.
Ahouach: O ahouach é dançado coletivamente ao ritmo de berbere e representa a unidade da comunidade. A coreografia é executada com o sacolejo dos corpos de bailarinos que carregam pesadas joias talhadas em pedra e âmbar. O acompanhamento é feito por instrumentos como flautas e tambores confeccionados em pele de cabra. Em geral, é executada no centro e no sul da África.
Guedra: O guedra é realizado pelo “Povo Azul” do deserto do Saara. Essa manifestação cultural engloba as populações da Mauritânia, Marrocos e Egito. Essa é uma dança ritualística em que as pessoas se movimentam em agradecimento aos elementos da natureza: terra, ar, água e fogo. É caracterizada pelo toque de tambores a embalar bailarinos trajados de azul e branco.
Schikatt :Também de origem marroquina, o schikatt é semelhante à dança flamenca. Nesse ritmo, os bailarinos revelam movimentos com influência oriental e árabe.Adornadas de véus coloridos que cobrem todo o corpo, as bailarinas também se cobrem de joias enquanto balançam sob o som de palmas e instrumentos de percussão. Essa é a dança erótica da mulher do Marrocos.
Gnawa: O gnawa é uma dança ritualística que marca a passagem de um mundo para outro. Vestidos de branco, os bailarinos simulam a presença do deus Hadra, que é trazido para a Terra. Sob o som de tambores e palmas, são executados movimentos acrobáticos.
Kizomba: O kizomba é um estilo de dança originário nos anos 80 em Angola. Frequentemente é confundido com o zouk, outro gênero musical e de dança. Está entre os ritmos que mais demonstram a dinâmica intercultural das danças africanas. Ganhou adeptos no Brasil e, principalmente em Portugal, com várias academias de dança especializadas em ensinar o ritmo aos europeus. Essa dança celebra a felicidade e a confraternização e espalhou-se por todo o continente africano. Exibindo movimentos suaves e rítmicos, é cantada em crioulo e português.
Semba: Também de origem angolana, o semba é dançado em pares e tem a finalidade de divertir. É dançado em festas e confraternizações, onde os bailarinos se colocam em pares e executam passos marcados por sensualidade e malabarismo.
DANÇAS AFRO-BRASILEIRAS
O Maracatu é um tipo de música e dança afro-brasileira que combina vestimentas elaboradas e coloridas.
No Brasil, a influência da cultura africana é enorme, por conta da vinda forçada de milhares de africanos que vieram ao Brasil para serem escravizados. Dessa forma, foram criados diversos gêneros musicais e estilos de dança no país com grande influência africana. Alguns deles são:
Capoeira: mistura música, dança, luta e jogo;
Congada: que possui caráter religioso;
Jongo: ritmo que teve bastante influência na criação do samba;
Maracatu: muito presente na região nordeste do Brasil;
Samba de roda: surgida na Bahia, no século XVII, hoje é integra o Patrimônio Imaterial da Humanidade.
Disponível em: https://www.todamateria.com.br/dancas-africanas/
A DANÇA DOS PARAFUSOS
A origem do grupo Parafusos é datada de 7 de setembro de 1897, na cidade de Lagarto, estado de Sergipe. É o único grupo do gênero no Brasil.
Segundo a história, os negros fugiam dos engenhos e se embrenhavam nas matas, fazendo mocambos. Na calada da noite, saíam para pequenos furtos. Era comum, naquela época, as sinhazinhas deixarem no quaradouro, durante a noite, as peças das suas indumentárias, anáguas ricamente bordadas e cheias de rendas francesas. Deixavam-nas ali porque o sereno ajudava a alvejar o linho belga. Tais anáguas, segundo a moda, tinham nove côvados e formavam uma grande roda.
Os escravos, roubavam as peças e as vestiam em noite de lua cheia, fazendo com que todo o corpo ficasse coberto, após colocar uma sobre a outra, até cobrir o pescoço. Incrementavam com um chapéu em formato de cone. E assim saíam pelas estradas, dando pulos e fazendo assombração. Se embrenhavam pelos canaviais e fugiam para os quilombos.
Após o fim da escravidão, a tradição continuou em Lagarto. Padre José Saraiva Salomão conheceu os brincantes e ajudou na fundação do grupo, nomeando-o de Parafusos, pois o movimento da dança assim o lembrava - rodopiando no sentido anti-horário, torcendo e distorcendo, como um parafuso. O grupo é formado exclusivamente por homens.
O ritmo é marcado pela cadência de tambores e triângulos. Uma belíssima dança, que representa a resistência dos negros escravizados e a liberdade de um povo forte, que mesmo em sofrimento e opressão criou uma tradição de beleza e caráter únicos.
Disponível em: https://www.encontroteca.com.br/grupo/parafusos