Escravidão
Por que Portugal optou pela escravidão africana:
No início da colonização os portugueses almejaram utilizar da força de trabalho dos nativos para que a exploração econômica fosse concretizada. No entanto, a mão de obra indígena foi refutada mediante a dificuldade de controle sobre populações que ofereciam maior resistência e também por despertar o interesse da Igreja em utilizá-los como novos convertidos ao cristianismo católico. Ainda assim, as regiões mais pobres, em que a força de trabalho era mais escassa, os índios ainda foram utilizados como escravos.
Para contornar a crescente demanda por força de trabalho, Portugal resolveu então investir no tráfico de escravos vindos diretamente da Costa Africana. Tal opção se tornava viável por dois motivos essenciais: o domínio que Portugal já possuía em regiões da África e as possibilidades de lucro que a venda desses escravos poderiam trazer aos cofres da Coroa Portuguesa. Além disso, havia o apoio da própria Igreja Católica que associava os africanos à prática do islamismo.
A Escravidão na África:
A escravidão já integrava as práticas sociais e econômicas dos africanos mesmo antes do processo colonial. Em geral, essa população escrava era resultado da realização de guerras ou da aplicação de penas contra aqueles que cometessem algum tipo de delito. A obtenção de escravos era feita a partir de firmação de acordos comerciais com os africanos. Assim, por meio do tráfico negreiro e ao longo de mais de 300 anos, cerca de 4,8 milhões de africanos foram desembarcados no Brasil.
A travessia:
O transporte destes escravos era feito da África para o Brasil nos porões de navios negreiros. Os escravos vinham amontoados, em condições desumanas, muitos morriam antes de chegar ao Brasil, e seus corpos eram deixados no mar. O transporte de pessoas escravizadas fomentou a produção de mais embarcações, alimentos, vestuário, armas, e outros produtos que estavam ligados ao comércio de gente. Por isso, o tráfico negreiro representou um ótimo negócio para a Europa e movimentava grandes capitais nos três continentes.
A escravidão no Brasil
No Brasil, a escravidão teve seu início a partir da produção de açúcar na primeira metade do século XVI, ou seja, em 1535 chegou a Salvador, o primeiro navio com negros escravizados. Esses escravos eram utilizados como mão-de-obra escrava nos engenhos de açúcar da região nordeste e posteriormente na mineração. Desempenhavam também vários serviços domésticos e/ou urbanos. Os escravos aqui no Brasil eram vendidos como se fossem mercadorias pelos comerciantes de escravos portugueses.
Quando chegavam às fazendas de açúcar ou nas minas de ouro (a partir do século XVIII), os escravos eram tratados da pior maneira possível. Trabalhavam excessivamente (de sol a sol), recebiam uma alimentação precária e suas roupas eram trapos. A noite recolhiam-se nas senzalas (galpões escuros, úmidos e com pouca higiene) e eram acorrentados para evitar fugas. A vida útil de uma pessoa escravizada adulta não passava de 10 anos.
Os castigos:
Os escravos eram constantemente castigados fisicamente, com o ferro em brasa, corte na orelha, o tronco, sendo que o açoite era a punição mais comum no período do Brasil colonial. Eram proibidos de praticarem a sua religião ou de realizar suas festas e rituais africanos. Eram obrigados a seguir a religião católica, imposta pelos senhores de engenho, e também era exigido adotar a língua portuguesa na sua comunicação.
A resistência:
O negro reagiu à escravidão através de revoltas e na formação de quilombos. Estes quilombos eram comunidades organizadas, onde os integrantes viviam em liberdade, através de uma organização comunitária aos moldes do que existia na África. O Quilombo de Palmares foi o mais famoso e era comandado por Zumbi. Porém mesmo com todas as imposições e restrições, os escravos não deixaram a cultura africana se extinguir. Escondidos, realizavam seus rituais, praticavam suas festas, conservaram suas representações artísticas e desenvolveram uma arte marcial disfarçada de dança, a Capoeira.
Material produzido pela professora Rita Cruz a partir de pesquisas nos seguintes sites:
O vídeo abaixo vai mostrar uma forma de capturar o negro na África, a travessia nos navios negreiros e a chegada no continente americano.
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1.As razões que fizeram com que no Brasil colonial e mesmo durante o império a escravidão africana predominasse em lugar da escravidão dos povos indígenas podem ser atribuídas a (à):
a) um enorme preconceito que existia do europeu em relação ao indígena, e não em relação ao africano.
b) ausência de comunicação entre os portugueses e os povos indígenas e à dificuldade de acesso ao interior do continente.
c) reação dos povos indígenas, que por serem unidos, toda vez que se tentou capturá-los, eles encontravam alguma forma de escapar ao cerco dos portugueses
d) As fugas e as epidemias e setores da Igreja que se opunham, tornaram a escravidão indígena menos atraente e lucrativa.
2.Considerando o contexto histórico em que se insere, o mapa permite identificar:
a)uma das grandes imigrações voluntárias dos povos africanos na época moderna.
b)um dos maiores movimentos populacionais forçados da história da humanidade.
c)o grau de conhecimento tecnológico da indústria naval europeia no século XV.
d)um dos mais intensos intercâmbios comerciais entre os americanos e os africanos.
e)o sistema triangular de comércio adotado pelos portugueses no século XVII.
3. No Brasil colonial, a escravidão caracterizou-se essencialmente:
a) por sua vinculação exclusiva ao sistema agrário exportador;
b) pelo incentivo da Igreja e da Coroa à escravidão de índios e negros;
c) por estar amplamente distribuída entre a população livre, constituindo a base econômica da sociedade;
d) por destinar os trabalhos mais penosos aos negros e mais leves aos índios;
e) por impedir a emigração em massa de trabalhadores livres para o Brasil.
4. Entre as formas de resistência negra à escravidão, durante o período colonial brasileiro, podemos citar
a) a organização de quilombos, nos quais, sob supervisão de autoridades brancas, os negros podiam viver livremente.
b) a preservação de crenças e rituais religiosos de origem africana, que eram condenados pela Igreja Católica.
c) as revoltas e fugas em massa dos engenhos, seguidas de embarques clandestinos em navios que rumavam para a África.
d) a adoção da fé católica pelos negros, que lhes proporcionava imediata alforria concedida pela Igreja.
5. A escravidão negra no Brasil teve várias facetas. Dentre as assertivas a seguir, qual NÃO pode ser considerada uma marca do escravismo brasileiro?
a) A vida nos engenhos era dura e penosa. Por isso, a expectativa de vida dos escravos era muito pequena.
b) Todos os escravos se reconheciam como iguais e lutaram juntos pelo fim da infame escravidão.
c) Era relativamente comum ao “preto forro”, caso tivesse algum pecúlio, adquirir um escravo.
d) Os escravos que conseguiam, ao longo de muitos anos de trabalho duro, juntar algum cabedal compravam a sua liberdade.
Bom Estudo!