Giordano Bruno
A Idade Média foi marcada pela perseguição da Igreja Católica aos que pensavam e agiam diferente dos dogmas cristãos. Não havia liberdade para criticar, duvidar ou contestar os assuntos referentes ao catolicismo. Sem o livre arbítrio, muitas pessoas críticas aos postulados impostos pela igreja, foram consideradas hereges, rotuladas de praticar bruxaria. Passavam assim pelo Tribunal da Santa Inquisição e morriam condenadas às fogueiras, em praça pública.
Dentre estas pessoas encontra-se Fillipo Bruno, considerado um dos pioneiros da Ciência Moderna. Nasceu na Itália, em 1548 e foi queimado vivo em 17 de fevereiro de 1600. Foi filósofo, teólogo, matemático, e astrônomo. Entrou na Ordem dos Dominicanos, aos 15 anos, em 1566 quando então passou a ser chamado Giordano Bruno. Ali estudou filosofia aristotélica e a teologia de São Tomás de Aquino. Não aceitava imagens de santos, apenas o crucifixo e foi expulso da ordem por desviar-se da doutrina religiosa. Desde então passou a peregrinar pelo mundo ensinando filosofia e a arte da memória. Lutou pela união entre cristãos protestantes e católicos enfatizando a tolerância religiosa. Em contato com a doutrina protestante de Calvino, acusa o calvinismo de ser contrário a liberdade intelectual. Foi professor na Universidade de Paris, em 1581.
Para ele Deus transcendia a tudo e a todos, devendo ser buscado pela fé fervorosa, mais do que pela inteligência. Defendeu também o Panteísmo ao considerar que Deus estava em tudo o que havia na natureza. Em suas elaborações filosóficas duvidava dos preceitos católicos da Santíssima Trindade e questionava a existência de um Deus único e exterior ao homem, reprovando a violência por parte da religião, tanto que se recusou tenaz e obstinadamente a retratar-se diante da suprema corte, o que resultou em sua condenação. Defendia ainda que o universo era infinito, preceito contrário ao da igreja, que preconizava o geocentrismo, considerando a terra o centro do universo. Assim admitiu a teoria copernicana, relatando ser a terra mais um planeta entre uma infinidade de planetas e estrelas.
Afirmava que os sentidos não podem apreender o que somente o intelecto pode conceber. O que não se pode ver, Bruno remete a outros olhos, os de um ‘ver intelectual’. Ele coloca sob dúvidas e vê com cuidado aquilo que se testemunha pelos sentidos. Afirma que o infinito não pode ser objeto dos sentidos e embora não sendo visível ou sensível não poderia ser negado. Bruno dimensiona, aí, o infinito. Quem o negasse por não perpassar pelos sentidos viria a negar a própria substância e o ser. Ao intelecto compete julgar e dar a "razão das coisas afastadas no tempo e no espaço", afirmava Bruno. Após sua morte seus contemporâneos silenciaram completamente, chegando ao extremo de remover o nome de Frei Giordano dos registros da Ordem de São Domingos e das universidades e academias em que tinha ensinado. Suas ideias extravagantes para a época influenciaram o Iluminismo, movimento europeu que lutou pela liberdade, principalmente religiosa. Assim operou uma verdadeira revolução desconstruindo a imagem tradicional do mundo e da realidade física, desconsiderando o cosmos medieval que daria lugar a uma "ciência nova". Bruno, mostrando sua irreverência, assim se expressou “só os espíritos mais fracos é que pensam com a multidão por ser ela multidão. A verdade não é modificada pelas opiniões do vulgo, nem pela confirmação da maioria. Suas ideias foram retomadas no século XX e sua contribuição metafísica e epistemológica marcantes. Segundo historiadores, ao ouvir sua sentença de morte, Giordano Bruno disse a seus algozes: "Vocês pronunciam esta sentença contra mim com um medo maior do que eu sinto ao recebê-la"
Terceira Atividade Remota de Filosofia
1) O texto abaixo cita algumas das opiniões de Giordano Bruno.Qual das opções possui as palavras que substituem corretamente os parênteses?
“Os homens não possuíam capacidade para entender o ( ...), que a tudo abrangia e seria uma espécie de inteligência cósmica que sustentava a vida. Ao contrário de outros estudiosos da época, Bruno abraçou o ( ...) defendido pelo astrônomo (...). Mais do que isso, ele acreditava ser o universo ( ...) e salpicado de estrelas com sistemas solares próprios”.
a) conceito de Deus, geocentrismo, Nicolau Copérnico, infinito.
b)conceito de Deus, heliocentrismo, Galileu Galilei, infinito.
c) conceito de Deus, geocentrismo, Nicolau Copérnico, infinito.
d) conceito de Deus, heliocentrismo, Nicolau Copérnico, infinito.
e) conceito de Deus, heliocentrismo, Nicolau Copérnico, finito.
2)Para Giordano Bruno religião e ciência são adversárias ou podem coexistir pacificamente?Justifique .
3)Como você define a postura da Igreja em relação a condenação de Giordano Bruno?O que a Igreja temia?