GÊNEROS
TEXTUAIS: CHARGES, CARTUM, TIRINHA ( IRONIA, NEGAÇÃO, CRÍTICA E HUMOR)
O exercício
de interpretar textos perpassa por algumas habilidades
específicas relacionadas ao olhar crítico e ao reconhecimento de cada gênero
como único e característico. Diante disso, é preciso lembrar-se, primeiramente,
que os textos podem conter linguagem verbal (com
palavras), linguagem não-verbal (apenas com imagens) e, ainda,
linguagem verbal e não verbal, que são os textos híbridos. Os
textos verbais são considerados mais fáceis de interpretar, a depender do grau
de conhecimento ou desconhecimento do leitor sobre as palavras ali inseridas.
Já os textos não-verbais, demandam maior conhecimento de mundo e capacidade de
relação com fatos e acontecimentos extra textuais. Por fim, os textos híbridos
exigem de quem os interpreta uma habilidade de criar sentido a partir da
conexão entre as partes verbais e não-verbais do texto.
As
provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) sempre apresentam textos verbais e textos não verbais em suas
questões. É necessário saber diferenciar os textos não verbais!
Os textos imagéticos, como tirinhas, charges e cartuns são tão
importante quanto a leitura dos textos escritos.
No entanto, no Enem, as tirinhas, charges e cartuns, textos não
verbais mais recorrentes, não estão restritas apenas aos textos norteadores
da redação ou
à parte de língua portuguesa. Saber diferenciar textos não verbais é
indispensável, pois este estar presentes em todo o exame.
Por esse motivo, é necessário que você saiba diferenciar estes
três tipos de textos para que a leitura e a interpretação sejam feitas de forma
adequada, facilitando a resolução das questões e agilizando o seu tempo de
resposta nas provas.
Tirinhas
A tirinha consiste em uma sequência de quadrinhos, que pode ou
não combinar linguagem verbal e não verbal.
As tirinhas apresentam personagens e contam histórias curtas que,
a princípio, não apresentam contexto histórico. No entanto, as tirinhas podem
trazer algum tipo de reflexão ou crítica social, deixando subentendido, em
alguns casos, ensinamentos.
Algumas personagens de tirinhas são velhas conhecidas nossas dos
livros didáticos. É o exemplo de Mafalda, do
argentino Quino, de Armandinho, de
Alexandre Beck, e de Garfield, de
Jim Davis.
Charges
A charge, por sua vez, combina três elementos: linguagem verbal e não verbal, desenho único, e contexto histórico.
Diferente da tirinha que pode ser apresentada em dois ou mais
quadros com desenhos diferentes, a charge é feita em uma só cena. Além de,
geralmente, tratar de alguma questão social ou política, apresentando um gancho
histórico, bem como a imagem de figuras públicas.
É necessário ter conhecimento dos acontecimentos para
compreender, como na imagem abaixo, que contém uma sátira à fala da ministra
Damares Alves.
Cartuns
O que diferencia o cartum da charge é justamente a ausência do
contexto histórico ou político. O cartum pode conter critica ou sátira, mas não
está restrito a elas necessariamente.
Desse modo, pode conter reflexão acerca de acontecimentos cotidianos comuns,
com linguagem bem humorada.
O cartum também é composta textos não verbais que não
necessariamente estarão combinados a textos verbais.
PARTE COMPLEMENTAR 1:
Literatura negra:
produções e poesias
Literatura é a
expressão artística escolhida para encerrar o especial do Culturadoria que
celebra o dia da Consciência Negra. Como diversas outras artes, a literatura
negra e os escritores negros foram, e ainda estão sendo, constantemente
invisibilizados. O Brasil, por exemplo, tem nomes de destaque na literatura
negra. Carolina Maria de Jesus, uma catadora de papéis, teve o diário que
mantinha transformado no clássico livro Quarto de despejo,
um relato sobre o dia a dia em comunidades pobres de São Paulo. Outros nomes de
destaque na contemporaneidade são de Ana Maria Gonçalves, autora de Um defeito de cor e Conceição Evaristo.
A escrita
afro-brasileira permite ao negro falar por si, a contar sua própria história e,
pela literatura, enfrentar o racismo pelos múltiplos labirintos da memória,
grafando, na escrita, histórias e História como recursos de polifonias e
resistência.
Como podemos perceber
em seu poema:
Vozes-mulheres
A voz de minha bisavó
ecoou criança
nos porões do navio.
Ecoou lamentos
De uma infância
perdida.
A voz de minha avó
ecoou obediência
aos brancos-donos de tudo.
[...] (EVARISTO, 2008)
PARTE COMPLEMENTAR 2:
Dia Internacional
de Luta Contra a Violência à Mulher – 25 de novembro
No dia 25 de novembro
comemora-se o Dia Internacional de Luta Contra a Violência à
Mulher. A data foi escolhida para homenagear as irmãs Mirabal (Pátria,
Minerva e Maria Teresa), dominicanas que ficaram conhecidas como Las Mariposas
e se opuseram à ditadura de Rafael Leónidas Trujillo sendo assassinadas em 25
de novembro de 1960.
No Primeiro Encontro Feminista Latino-Americano e Caribenho de
1981, realizado em Bogotá, Colômbia, a data do assassinato das irmãs foi
proposta pelas feministas para ser o dia Latino-Americano e Caribenho de luta
contra a violência à mulher. Em 17 de dezembro de 1999, a Assembleia Geral das
Nações Unidas declarou que 25 de novembro é o Dia Internacional da Eliminação
da Violência contra a Mulher, em homenagem ao sacrifício de Las Mariposas.
Nos dias de hoje a data vem sendo promovida pela ONU e pela
Secretaria Nacional dos Direitos Humanos e Ministério do Desenvolvimento e
Combate à Fome, sendo fonte de divulgação, inclusive, para o disque 180, que
atende casos de denúncias de violência contra a mulher. Iniciada em 25 de
novembro de 1991, sob a coordenação do Centro de Liderança Global da Mulher, a
Campanha Mundial pelos Direitos Humanos das Mulheres propôs os 16 Dias de
Ativismo contra a Violência contra as Mulheres.
Este período que vai de 25 de novembro até 10 de dezembro,
quando se comemora o aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos,
também contempla outras datas significativas como o 1º de dezembro (Dia Mundial
de Combate à Aids), 6 de dezembro (Massacre de Mulheres de Montreal) e 10 de
dezembro (Dia Internacional dos Direitos Humanos).
REFERÊNCIAS Bibliográficas:
GONÇALVES, A. M.
Um defeito de cor. Rio de Janeiro. Editora Record, 2006.