COLÉGIO
ESTADUAL FAUSTO CARDOSO
GEOGRAFIA
AULA REMOTA 10
II
UNIDADE
Prof.
MSc. Emerson Ribeiro. Turmas: 3º ano
do Ensino Médio A e B. Data:19/11/2020
CONTINUAÇÃO
AULA 09
A
DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DAS INDÚSTRIAS NO BRASIL
AS
ATIVIDADES ECONÔMICAS E INDUSTRIAIS NAS 05 REGIÕES DO BRASIL
REGIÃO
SUL
A industrialização do Sul, tem muita
vinculação com a produção agrária e dentro da divisão regional do trabalho visa
o abastecimento do mercado interno e as exportações
O
imigrante foi um elemento muito importante no início da industrialização como
mercado consumidor e no processo industrial de produtos agrícolas, muitas vezes
em estrutura familiar e artesanal.
A industrialização de São Paulo implicou
na incorporação do espaço do Sul como fonte de matéria-prima, implicou também
na incapacidade de concorrência das indústrias do Sul, que passaram a exportar
seus produtos tradicionais como calçados e produtos alimentares, para o
exterior. Com as transformações espaciais ocasionadas pela expansão da soja, o
Sul passou a ter investimentos estrangeiros em indústrias de implementos
agrícolas.
A indústria passou a se diversificar para
produzir bens intermediários para as indústrias de São Paulo. Nesse sentido o Sul passou a complementar a
produção do Sudeste. Daí considerarmos o Sul como sub-região do Centro-Sul.
Objetivando a integração brasileira com os
países do Mercosul, a indústria do Sul conta com empresas no setor
petroquímico, carboquímico, siderúrgico e em indústrias de ponta (informática e
química fina).
A reorganização e modernização da
indústria do Sul necessitam também de uma política nacional que possibilite o
aproveitamento das possibilidades de integração da agropecuária e da indústria,
à implantação e crescimento da produção de bens de capital (máquinas,
equipamentos), de indústrias de ponta em condições de concorrência com as
indústrias de São Paulo.
REGIÃO
NORDESTE
A industrialização dessa região vem se
modificando, modernizando, mas sofre a concorrência com as indústrias do
Centro-Sul, principalmente de São Paulo, que utilizam um maquinário tecnologicamente
mais sofisticado. A agroindústria açucareira é uma das mais importantes,
visando sobretudo a exportação do açúcar e do álcool. As indústrias continuam a
tendência de intensificar a produção ligada à agricultura (alimentos, têxteis,
bebidas) e as novas indústrias metalúrgicas, químicas, mecânicas e outras.
A exploração petrolífera no Recôncavo
Baiano trouxe para a região indústrias ligadas à produção refino e utilização
de derivados do petróleo. Essa nova indústria, de alta tecnologia e capital
intenso, não absorve a mão-de-obra que passa a subempregar-se na área de
serviços ou fica desempregada. As indústrias estão concentradas nas mãos de
poucos empresários e os salários pagos são muito baixos, acarretando o empobrecimento
da população operária.
O sistema industrial do Nordeste,
concentrado na Zona da Mata, tem pouca integração interna. Encontra-se somente
em alguns pontos dispersos e concentra-se sobretudo nas regiões metropolitanas:
Recife, Salvador e Fortaleza .
Com vistas à política do Governo Federal
para o Programa de Corredores da Exportação, instituído no final da década de
70 para atender ao escoamento da produção destinada ao mercado externo, foram
realizadas obras nos terminais açucareiros dos portos de Recife e Maceió.
A rede rodoviária acha-se mais integrada a
outras regiões do que dentro do próprio Nordeste. A construção da rodovia,
ligando o Nordeste (Zona da Mata) ao Sudeste e ao Sul, possibilitou o
abastecimento do Nordeste com produtos industrializados no Sudeste e o
deslocamento da população nordestina em direção a este.
REGIÃO
CENTRO-OESTE
Na década de 60, a industrialização a
nível nacional adquire novos padrões. As indústrias de máquinas e insumos
agrícolas, instaladas no Sudeste, tiveram mercado consumidor certo no
Centro-Oeste, ao incentivarem-se os cultivos dos produtos de exportação em
grandes áreas mecanizadas.
A partir da década de 70, o Governo
Federal implantou uma nova política econômica visando a exportação. Para
atender às necessidades econômicas brasileiras e a sua participação dentro da
divisão internacional do trabalho, caberia ao Centro-Oeste a função de produtor
de grãos e carnes para exportação.
Com tudo isso, o Centro-Oeste tornou-se a
segunda região em criação de bovinos do País, sendo esta a atividade econômica
mais importante da sub-região. Sua produção de carne visa o mercado interno e
externo.
Existem grandes matadouros e frigoríficos
que industrializam os produtos de exportação. O abastecimento regional é feito
pelos matadouros de porte médio e matadouros municipais, além dos abates
clandestinos que não passam pela fiscalização do Serviço de Inspeção Federal.
Sua industrialização se baseia no
beneficiamento de matérias-primas e cereais, além do abate de reses o que
contribui para o maior valor de sua produção industrial. As outras atividades
industriais são voltadas para a produção de bens de consumo, como: alimentos,
móveis etc. A indústria de alimentos, a partir de 1990, passou a se instalar
nos polos produtores de matérias-primas, provocando um avanço na agroindústria
do Centro-Oeste. A CEVAL, instalada em Dourados MS, por exemplo, já processa
50% da soja na própria área.
No estado de Goiás por exemplo, existem
indústrias em Goiânia, Anápolis, Itumbiara, Pires do rio, Catalão, Goianésia e
Ceres. Goiânia e Anápolis, localizadas na área de maior desenvolvimento
econômico da região, são os centros industriais mais significativos, graças ao
seu mercado consumidor, que estimula o desenvolvimento industrial.
Enquanto outras áreas apresentam
indústrias ligadas aos produtos alimentares, minerais não metálicos e madeira,
esta área possui certa diversificação industrial. Contudo, os produtos
alimentares representam o maior valor da produção industrial.
REGIÃO
NORTE
A atividade industrial no Norte, é pouco
expressiva, se comparada com outras regiões brasileiras. Porém, os
investimentos aplicados, principalmente nas últimas décadas, na área dos
transportes, comunicações e energia possibilitaram à algumas áreas o
crescimento no setor industrial, visando à exportação.
Grande parte das indústrias está
localizada próxima à fonte de matérias-primas como a extração de minerais e
madeiras, com pequeno beneficiamento dos produtos.
A agroindústria regional dedica-se
basicamente ao beneficiamento de matérias-primas diversas, destacando-se a
produção de laticínios; o processamento de carne, ossos e couro; a preservação
do pescado, por congelação, defumação, salga, enlatamento; a extração de suco
de frutas; o esmagamento de sementes para fabricação de óleos; a destilação de
essências florestais; prensagem de juta, etc. Tais atividades, além de
aumentarem o valor final da matéria-prima, geram empregos.
As principais regiões industriais são Belém
e Manaus. Na Amazônia não acontece como no Centro-sul do país, a criação de
áreas industriais de grandes dimensões.
A
ZONA FRANCA DE MANAUS
A ZFM foi criada em 1957 originalmente
através da Lei 3.173 com o objetivo de estabelecer em Manaus um entreposto
destinado ao beneficiamento de produtos para posterior exportação. Em 1967, a
ZFM foi subordinada diretamente ao Ministério do Interior, através da SUFRAMA
(pelo Decreto-Lei nº 288). O decreto estabelecia incentivos com vigência até o
ano 1997.
Ao longo dos anos 70, os incentivos
fiscais atraíram para a ZFM investimentos de empresas nacionais e estrangeiras
anteriormente instaladas no sul do Brasil, bem como investimentos de novas ET,
principalmente da indústria eletrônica de consumo. Nos anos 80, a Política
Nacional de Informática impediu que a produção de computadores e periféricos e
de equipamentos de telecomunicações se deslocasse para Manaus e a ZFM manteve
apenas o segmento de consumo da indústria eletrônica.
A Constituição de 1988 prorrogou a
vigência dos incentivos fiscais da União para a ZFM até o ano 2.013, mas com a
abertura da economia, nos anos 90, esses incentivos perderam eficácia.
Simultaneamente, os produtos fabricados na ZFM passaram a enfrentar a
concorrência com produtos importados no mercado doméstico brasileiro. As
empresas estabelecidas em Manaus promoveram um forte ajuste com redução do
emprego e aumento do conteúdo importado dos produtos finais.