PROFESSOR REGINALDO- PORTUGUÊS 3 ANO B
Turmas: 3º ano B Data: 30/11/2020
Componente Curricular: Língua Portuguesa
UMA VIAGEM PELA LITERARTURA E AS ESCOLAS LITERÁRIAS
A literatura seria uma manifestação dos
anseios, sentimentos e expressões do artista pautados na realidade, na
sociedade e no contexto histórico em que vive. Muitas vezes usa linguagem
literária (sem padrões estabelecidos) e de forma conotativa, levando o leitor a
criar uma realidade
A literatura (do latim littera, que
significa “letra”) é uma das manifestações artísticas do ser humano, ao lado da
música, dança, teatro, escultura, arquitetura, dentre outras. Ela representa
comunicação, linguagem e criatividade, sendo considerada a arte das palavras.
A literatura tem
como função retratar realidades, ou seja, a sociedade, o homem
e as suas ações, de modo a provocar reações específicas no leitor, como emoção
e reflexão, além de aumentar o seu conhecimento de mundo.
Literatura Brasileira
A história da literatura
brasileira tem início em 1500 com a chegada dos portugueses no Brasil. Isso
porque as sociedades que aqui estavam eram ágrafas, ou seja, não possuíam uma
representação escrita.
Assim, a produção
literária começa quando os portugueses escrevem sobre suas impressões da terra
encontrada e dos povos que aqui viviam.
Ainda que sejam diários
e documentos históricos, esses representam, as primeiras manifestações escritas
em território brasileiro.
Divisão
da Literatura Brasileira
A literatura brasileira
é subdividida em duas grandes eras que acompanham a evolução política e
econômica do País.
A Era Colonial e a Era Nacional são
separadas por um período de transição que corresponde à emancipação política do
Brasil.
As datas que delimitam
fim e início de cada era são, na verdade, marcos onde acentua-se um período de
ascensão e outro de decadência. As eras são divididas em escolas literárias,
também chamadas de estilos de época.
Era
Colonial
A Era colonial da
literatura brasileira começou em 1500 e vai até 1808. É dividida em
Quinhentismo, Seiscentismo ou Barroco e o Setecentismo ou Arcadismo. Recebe
esse nome pois nesse período o Brasil era colônia de Portugal.
Quinhentismo
O Quinhentismo é
registrado no decorrer do século XVI. Essa é a denominação genérica de um
conjunto de textos que destacavam o Brasil como terra nova a ser conquistada.
As duas manifestações literárias do período são a literatura de informação e a
literatura dos jesuítas.
A primeira possui um
caráter mais informativo e histórico sobre o país; e a segunda, escrito por
jesuítas, reúne aspectos pedagógicos.
A obra que mais merece
destaque é a Carta de Pero Vaz de Caminha.
Escrita na Bahia em 1500, o escrivão-mor da tropa de Pedro Álvares Cabral
descreve suas impressões sobre a nova terra para o rei de Portugal.
Barroco
O Barroco é
o período que se estende entre 1601 e 1768. Tem início com a publicação do
poema Prosopopeia, de Bento Teixeira e termina com a fundação da
Arcádia Ultramarina, em Vila Rica, Minas Gerais.
O Barroco literário
brasileiro desenvolve-se na Bahia, tendo como pano de fundo a economia
açucareira. Dois estilos literários que marcaram essa escola foram: o cultismo
e o conceptismo.
O primeiro utiliza uma
linguagem muito rebuscada e, por isso, é também caracterizado pelo 'jogo de
palavras'. Já o segundo, trabalha com a apresentação de conceitos, portanto, é
apontado como 'jogo de ideias'.
Um dos maiores
representantes foi o poeta Gregório de Matos, conhecido como "boca do
inferno". Além dele, merece destaque o padre Antônio Viera e seus Sermões.
Arcadismo
O Arcadismo é
o período que se estende e 1768 a 1808 e cujos autores estão intimamente
ligados ao movimento da Inconfidência, em Minas Gerais.
Agora, o pano de fundo é
a economia ligada à exploração do ouro e das pedras preciosas. Além disso,
destaca-se o relevante papel desempenhado pela cidade de Vila Rica (Ouro
Preto).
A simplicidade, a
exaltação da natureza e os temas bucólicos são as principais características
dessa escola literária.
No Brasil, esse
movimento tem início com a publicação de “Obras Poéticas”, de Cláudio
Manuel da Costa, em 1768. Além dele, merece destaque o poeta Tomás Antônio
Gonzaga e sua obra “Marília de Dirceu” (1792).
Período
de Transição
O chamado período de
transição ocorre entre 1808 a 1836. É considerado um momento inerte da
literatura brasileira, marcado pela chegada da Missão Artística Francesa, em
1816, contratada por Dom João IV.
Era
Nacional
A Era Nacional da
literatura brasileira começa em 1836 e dura até os dias atuais. Começa com o
Romantismo e perpassa pelo Realismo, Naturalismo, Parnasianismo, Simbolismo,
Pré-Modernismo, Modernismo e o Pós-modernismo.
Recebe esse nome pois
ela aconteceu após a Independência do Brasil, em 1822. Nesse período o
nacionalismo é uma forte característica, notória na literatura romântica e
moderna.
Romantismo
Essa é a primeira escola
literária a registrar um movimento genuinamente brasileiro. O Romantismo no Brasil se
inicia em 1836, com a publicação da obra Suspiros Poéticos e Saudades,
de Gonçalves Magalhães.
Perdura até 1881, quando
Machado de Assis e Aluísio de Azevedo publicam obras de orientação Realista e
Naturalista.
O período romântico no
Brasil está dividido em três fases. Na primeira temos uma forte carga
nacionalista, onde o índio é eleito herói nacional (indianismo). Os autores
mais importantes são José de Alencar e Gonçalves Dias.
No segundo momento, os
principais temas explorados estão ligados com o pessimismo e o egocentrismo,
onde destacam-se Álvares de Azevedo e Casimiro de Abreu. Já na terceira fase, a
mudança é notória tendo a 'liberdade' como mote principal. Os principais
representantes são Castro Alves e Sousândrade.
Realismo
O Realismo no
Brasil começa em 1881 quando Machado de Assis publica Memórias Póstumas
de Brás Cubas.
As principais
características são o objetivismo e a veracidade dos fatos, os quais são
explorados por meio de uma linguagem descritiva e detalhada. Temas sociais,
urbanos e cotidianos são apresentados pelos escritores do período.
Oposto aos ideais
românticos, a ideia era mostrar um retrato fidedigno da sociedade. Além de
Machado de Assis, merecem destaque Raul Pompeia e Visconde de Taunay.
Naturalismo
O Naturalismo no
Brasil tem início em 1881 com a publicação da obra O Mulato de
Aluísio de Azevedo.
Paralelo ao realismo,
esse movimento literário também pretendia apresentar um retrato fidedigno da
sociedade, no entanto, com uma linguagem mais coloquial.
Da mesma forma que o
movimento anterior, o naturalismo era oposto aos ideais românticos e
apresentava muitos detalhes nas descrições. Entretanto, trata-se de um realismo
mais exagerado onde suas personagens são patológicas. Além disso, o sensualismo
e o erotismo são marcas dessa produção literária.
A obra O cortiço (1890)
de Aluísio de Azevedo é um bom exemplo da prosa naturalista desenvolvida no
período. Além dele, destaca-se Adolfo Ferreira Caminha e sua obra A
Normalista, publicada em 1893.
Parnasianismo
O Parnasianismo tem
como marco inicial a publicação da obra Fanfarras, de Teófilo Dias,
em 1882. Essa também é outra escola literária que surge paralela ao realismo e
o naturalismo. Todavia, sua proposta era bem diferente e portanto, foi
classificada de maneira independente.
Ainda que os autores do
período escolhessem temas relacionados com a realidade, a preocupação residia
na perfeição das formas.
A "arte pela
arte" é o mote principal do movimento. Nesse período os valores estiveram
essencialmente voltados para a estética poética, como a métrica, as rimas e a versificação.
Dessa maneira, houve uma
forte preferência pelas formas fixas, por exemplo, o soneto. Os escritores que
se destacaram nesse período formavam a "Tríade Parnasiana": Olavo
Bilac, Alberto de Oliveira e Raimundo Correia.
Simbolismo
O Simbolismo começa
em 1893 com a publicação de Missal e Broquéis, de Cruz e Souza. Ele
vai até o início do século XX, quando ocorre a Semana de Arte Moderna.
As principais
características dessa escola literária são o subjetivismo, o misticismo e a
imaginação.
Assim, os escritores do
período, apoiados em aspectos do subconsciente, buscavam compreender a alma
humana exaltando a realidade subjetiva. Destacam-se as obras poéticas de
Alphonsus de Guimarães e Augusto dos Anjos. Esse último, já apresenta algumas
obras de caráter pré-modernista.
Pré-Modernismo
O pré-modernismo no
Brasil foi uma fase de transição entre o simbolismo e o modernismo que ocorreu
no início do século XX.
Aqui, já se via
despontar algumas características modernas como a ruptura com o academicismo e
ainda, o uso de uma linguagem coloquial e regional.
A temática mais
explorada pelos escritores do período estiveram voltadas para a realidade
brasileira com temas sociais, políticos e históricos.
Com uma grande produção
literária, destacam-se os escritores: Monteiro Lobato, Lima Barreto, Graça
Aranha e Euclides da Cunha.
Modernismo
O Modernismo no
Brasil é marcado pela Semana de Arte Moderna,
ocorrida em São Paulo em 1922. É o limite entre o fim e o início de uma nova
era na literatura nacional e nas artes como um todo.
Inspirado nas vanguardas
artísticas europeias, o movimento modernista propõe o rompimento com o
academicismo e o tradicionalismo. É assim que a liberdade estética e diversas
experimentações artísticas são apresentadas nesse momento.
Esse período foi
dividido em três fases: a fase heroica, a fase de consolidação e a a fase
pós-moderna.
Com uma intensa produção
poética, muitos escritores se destacaram: Oswald de Andrade, Mário de Andrade,
Manuel Bandeira, Carlos Drummond de Andrade, Rachel de Queiroz, Cecília
Meireles, Clarice Lispector, Jorge Amado, João Cabral de Melo Neto, Guimarães
Rosa, Graciliano Ramos, Vinícius de Moraes, dentre outros.
Pós-Modernismo
A produção artística
brasileira passa por intensa transformação após o fim da 1945. Assim, o pós-modernismo é
uma fase de novas formas de expressão que acontecem na literatura, no teatro,
no cinema e nas artes plásticas.
Essa nova postura
moldará o imaginário por meio da ausência de valores, a liberdade de expressão
e o forte individualismo. Além disso, a multiplicidade de estilos é uma marca
do período.
A literatura brasileira
contemporânea é composta por muitos escritores: Ariano
Suassuna, Millôr Fernandes, Paulo Leminski, Ferreira Gullar, Adélia Prado, Cora
Coralina, Nélida Pinõn, Lya Luft, Dalton Trevisan, Caio Fernando Abreu, etc.
“O principal objetivo da educação é criar
pessoas capazes de fazer coisas novas e não simplesmente repetir o que as
outras gerações fizeram.” (Jean Piaget)