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terça-feira, 15 de dezembro de 2020

3º ANO A - 1ª ATIVIDADE DE BIOLOGIA & 1º EXERCÍCIO (3ª Fase das Atividades Remotas)

 

3º ANO A - 1ª ATIVIDADE DE BIOLOGIA* & 1º EXERCÍCIO

(3ª Fase das Atividades Remotas)

 

Biotecnologia e genética: DNA recombinante; Organismos geneticamente modificados; Terapia gênica; Projeto Genoma Humano; Clonagem e Células tronco.

 

DNA RECOMBINANTE

Muitas doenças humanas resultam da deficiência de certas proteínas. Uma delas é o diabetes melito, em que há deficiência da insulina. O gene que determina a produção de insulina pode ser incorporado ao material genético de algumas bactérias, que passam então a produzir insulina. Assim, é possível obter a insulina em um meio de cultura de bactérias. A obtenção de moléculas híbridas de DNA, resultantes da fusão de trechos de DNA de diferentes espécies é uma técnica chamada de DNA recombinante.

 

Em engenharia genética, habitualmente empregam-se microrganismos, principalmente bactérias para a técnica de DNA recombinante. Além do cromossomo das bactérias ser circular, elas ainda podem conter plasmídeos, que são porções de DNA dispersas pelo citoplasma. O processo inicia-se com o fracionamento de DNA humano em pontos específicos de sua sequência de bases, por meio de endonucleases de restrição (ou enzimas de restrição). Enzimas de restrição são extraídas de bactérias e cortam o DNA em um trecho específico funcionando como “tesouras químicas”. As enzimas de restrição são utilizadas para abrir os plasmídeos.

 

Os fragmentos de DNA humano são inseridos nos plasmídeos por meio de outro tipo de enzima, as ligases. Finalmente, ao penetrarem nas bactéria,s os plasmídeos são usados como vetores (ou veículos) do material genético humano. A partir daí as bactérias passam a “obedecer” às ordens que o DNA humano determina. Diversas substâncias podem ser produzidas por bactérias modificadas geneticamente pela incorporação de trechos de DNA que carregam as informações necessárias para a produção dessas substâncias (Figura 1 e Tabela 1).


Figura 1 – Pela técnica do DNA recombinante, os microrganismos geneticamente modificados atuam como verdadeiras fábricas de substâncias úteis ao ser humano. (Fonte: http://aulasfredsonserejo.blogspot.com/).



ORGANISMOS GENETICAMENTE MODIFICADOS (OGM’s)

            Organismos transgênicos – ou mais corretamente organismos geneticamente modificados (OGM’s) – são aqueles que contém genes de outra espécie inserido em seu material genético. Plantas geneticamente modificadas como soja, milho, algodão e canola já são cultivadas em todos os continentes.

 

Quais as vantagens do OGM’s?

> Redução do uso de agroquímicos

> Redução dos custos de produção

> Tolerância a condições ambientais adversas

> Aumento do valor nutritivo

> Elevação da produtividade

           

            A biotecnologia e as técnicas de manipulação genética têm desenvolvido, principalmente, variedades de plantas resistentes a insetos ou a herbicidas. Buscam ainda, variedades de plantas resistentes a geadas, acidez do solo ou escassez de água, por exemplo. Outras variedades também têm sido testadas: Cana-de-açúcar e soja, das quais são extraídas resinas capazes de substituir o plástico, com vantagem de serem biodegraáveis; café descafeinado; frutos que têm melhor sabor, amadurecem mais lentamente (sem amolecer) e resistem mais tempo sem refrigeração e milho e soja mais ricos em proteínas.

 

Quais são os riscos dos OGM’s?

> Riscos ambientais: Morte de espécies polinizadoras; comprometimento da fixação biológica do nitrogênio;

> Riscos aos seres humanos: Reações alérgicas; alterações imunológicas;

> Riscos econômicos: Dependência de um ou pouco fornecedores e terminator technology, que é uma estratégia de venda de espécies transgênicas na qual a planta não gera descendentes férteis. Assim, o agricultor não pode reservar parte das sementes para plantar na próxima safra, pois as sementes não geram novas plantas. Ano após ano o agricultor tem que comprar novas sementes, gerando um grau de dependência alta em relação às empresas que desenvolvem transgênicos.

 

TERAPIA GÊNICA

            A introdução de genes humanos no genoma de camundongos possibilita o estudo de várias doenças, como a hemofilia, o diabetes, a hipertensão arterial, o Alzheimer e o câncer. Esse processo também possui grande importância para a indústria farmacêutica, que vem usando modelos animais para desenvolver medicamentos. Produtos isolados da ação de certos genes são usados há muito tempo no tratamento de doenças genéticas. A insulina e o fator VIII são exemplos conhecidos, utilizados em pacientes com diabetes melito e hemofilia A, respectivamente.


            O tratamento dessas doenças oferece riscos quando essas substâncias são obtidas de animais ou de sangue de pessoas, o que as torna potencialmente capazes de causar manifestações alérgicas graves ou de transmitir infecções como hepatites B e C e o HIV. Diversos genes humanos podem ser localizados com precisão, isolados e clonados. Tal procedimento tem sido usado no tratamento de doenças hereditárias e é conhecido por terapia gênica (ou geneterapia).


Tal introdução é feita com o emprego de um vetor capaz de levar o gene às células do doente. Esse vetor pode ser, por exemplo, um vírus modificado. Métodos físicos e químicos também podem ser empregados. Entre as doenças humanas entre as quais a terapia gênica já foi aplicada está a síndrome da imunodeficiência grave combinada (SCID), forma rara e letal de disfunção do sistema imune que torna o portador suscetível a qualquer infecção. Esse distúrbio é causado pela falta de uma enzima, a adenosina-deaminase (ADA). Um dos casos mais comentados de pessoas afetadas pela SCID foi o do garoto David, que se tornou conhecido, na década de 1970 como o “menino da bolha”, pois vivia em um ambiente completamente isolado e estéril. David morreu aos 12 anos de idade após um transplante de medula óssea.

            A terapia gênica para SCID começou a ser empregada na década de 1990. Além da SCID, a terapia gênica vem sendo usada com resultados promissores no tratamento da fibrose cística e da distrofia muscular, uma degeneração do tecido muscular que acomete meninos, acarreta paralisia e como consequência, a morte.

 

MAPEANDO GENES HUMANOS

            Em 1987, desencadeou-se o Projeto Genoma Humano, em uma parceria entre o Departamento de Energia dos Estados Unidos e os Institutos Nacionais de saúde desse país. A meta era sequenciar todos os cerca de 3 bilhões de pares de nucleotídeos presentes nos cromossomos humanos. A conclusão do Projeto (cujo custo foi estimado em 5 bilhões de dólares) estava prevista para 2005, mas os primeiros dados – cerca de 90% do sequenciamento – chegaram ao conhecimento do público no primeiro semestre de 2000. A espantosa velocidade com que chegou ao final de 2003 deveu-se, entre outras coisas, ao desenvolvimento de sequenciadores automáticos, a partir de 1991 (Figura 2).


Figura 2 – Etapas do sequenciamento genético automatizado. (a) – Em uma solução, amostras de DNA-teste ligam-se a pequenos segmentos de nucleotídeos (iniciadores ou primers) com uma das quatro bases nitrogenadas na extremidade, previamente marcadas com cores diferentes. Por ação de uma enzima chamada DNA-polimerase, filamentos complementares são formados. (b) – De acordo com a posição que o primer se ligou ao DNA-teste, maior ou menor será o comprimento do filamento recém formado. Os filamentos do DNA-teste são separados dos filamentos formados a partir dos iniciadores marcados. (c) – Os segmentos marcados são separados de acordo com o tamanho; quanto menores, maior a distância a ser percorrida na coluna de eletroforese. A coluna de eletroforese é analisada pela passagem de um feixe de raios laser que reconhece cada um dos quatro tipos de marcadores coloridos. (d) – Terminada a leitura, etapa concluída a sequência de bases nitrogenadas do DNA-teste.


CLONAGEM E CÉLULAS TRONCO

            Durante as diversas etapas do desenvolvimento embrionário ou de outras etapas do desenvolvimento da vida dos animais, algumas células apresentam-se indiferenciadas e podem gerar mais células indiferenciadas ou, sob certas condições, sofrer diferenciação e converter-se em células diferenciadas (maduras). Na medula óssea, por exemplo, há células que formam glóbulos vermelhos, os diversos tipos de glóbulos brancos e as plaquetas. As células imaturas, indiferenciadas e capazes de originar outras células indiferenciadas ou células maduras chamam-se de células-tronco.

 

            Dependendo da capacidade que a célula-tronco possui de se diferenciar, elas podem ser classificadas em:

>> Células-tronco totipotentes: São o zigoto e as células que resultam das suas primeiras divisões. As células dessa categoria podem originar células de qualquer tecido ou mesmo de anexos embrionários, como a placenta.

>> Células-tronco pluripotentes: São células que podem se diferenciar em todos os tipos de células, com exceção das células tronco totipotentes e das células de anexos embrionários, como a placenta.

>> Células-tronco multipotentes: Encontradas em órgãos maduros (medula óssea, cérebro, placenta e fígado, por exemplo) são capazes de se diferenciar em diversos tipos de células, mas não em todos.

>> Células unipotentes: São células capazes de formar apenas um tipo de célula diferenciada.

     Um assunto bastante polêmico relaciona-se aos meios de obtenção de células-tronco. A escolha óbvia recai sobre os embriões, entretanto, há sérias questões éticas envolvidas. Alguns países têm demonstrado postura mais tolerante, permitindo, por exemplo, a extração de células tronco de embriões excedentes de clínicas de reprodução assistida ou de embriões desenvolvidos por clonagem terapêutica. Em outros países, apenas o cordão umbilical ou os embriões excedentes de clínicas de reprodução podem servir como fontes de células-tronco, não sendo permitida a clonagem terapêutica.

    De acordo com a sua origem, as células-tronco podem ser classificadas em células-tronco embrionárias ou células tronco adultas. As células-tronco embrionárias podem ser obtidas em laboratório, após fecundação in vitro, quando o embrião está na fase de blastocisto e antes de ser implantado no útero materno. Com o desenvolvimento do embrião, essas células-tronco irão se diferenciar em todos os tipos de células do nosso organismo. Embora menos versáteis, que as células-tronco embrionárias, as células-tronco adultas, encontradas em diversos tecidos e órgãos, são responsáveis pela regeneração parcial dos órgãos em casos de doenças ou ferimentos. É o caso, por exemplo, das células-tronco da medula óssea e da pele.

 

A OVELHA DOLLY

            Em 1997, apresentou-se a primeira referência ao desenvolvimento de um embrião de mamífero depois da transferência de núcleos de uma linhagem de células já diferenciada (no caso, células de glândulas marias de ovelhas). O fato de que a ovelha Dolly originou-se da transferência do núcleo de uma célula adulta diferenciada confirma que a diferenciação celular não acarreta modificações irreversíveis no material genético necessário para permitir o desenvolvimento de um embrião.

Figura 3 – Nascida por clonagem (do grego klónos, rebento, ramo, pequeno broto) a partir do núcleo de uma célula diferenciada, a ovelha Dolly tornou-se símbolo das pesquisas com embriões. (Fonte: curtocienciablog.wordpress.com).


*Fonte: O texto e as figuras são baseados na obra de Favaretto, J. A. 360º - Biologia: caderno de revisão (Livro do Professor), 2ª ed, São Paulo: FTD, 2017, salvo quando indicada outra fonte.



1º EXERCÍCIO

(3ª FASE DE ATIVIDADES REMOTAS)


A seguir o atalho para o PRIMEIRO EXERCÍCIO da terceira fase de estudos remotos. O exercício trata dos temas acima resumidos: Genética e Biotecnologia.

Atalho: 1º Exercício (3ª Fase)

 

Lembrando que nem todos os assuntos deste exercício foram descritos nas atividades anteriores do nosso Blog. Caso haja dúvida, faça uma busca rápida pela internet.

 

Vale a pena dar uma olhada no assunto da aula passada e revisar os assuntos para responder o exercício.

 

Qualquer dúvida podem entrar em contato comigo por whatsapp.

 

Abraços


Vinícius