Marcadores

sexta-feira, 18 de dezembro de 2020

3º ANO A - 2ª ATIVIDADE DE BIOLOGIA* & 2º EXERCÍCIO

 

3º ANO A - 2ª ATIVIDADE DE BIOLOGIA* & 2º EXERCÍCIO

(3ª Fase das Atividades Remotas)

 

Origem e evolução da vida: Origem da vida; Teorias evolucionistas e Especiação.

 

ORIGEM DA VIDA

            Há mais de dois mil anos, acreditava-se na existência de um princípio ativo, ou princípio vital, capaz de produzir matéria viva a partir de matéria inanimada. Tal hipótese ficou conhecida como abiogênese ou ainda geração espontânea. Essa hipótese foi definitivamente refutada apenas no século XIX. De acordo com a hipótese da biogênese, os seres vivos só podem surgir a partir de outros seres vivos.

 

            Em 1862, Pasteur elaborou uma engenhosa experiência: aqueceu os gargalos de alguns frascos e, tornando-os maleáveis e assim os curvava, obtendo frascos com forma de “pescoço de cisne”, enquanto outros frascos continuavam com o gargalo curto e reto. A seguir, fervia caldos nutritivos no interior deles. Nos frascos de pescoço reto, havia rápida contaminação dos líquidos nutritivos; nos frascos de “pescoço de cisne”, mesmo depois de semanas, os líquidos continuavam claros e sem microrganismos.

 

            Como os frascos ficavam abertos, não se podia falar da impossibilidade da entrada do “princípio ativo” do ar. Graças à curvatura do gargalo, os microrganismos do ar ficavam retidos na superfície interna úmida e não alcançavam o caldo nutritivo. Quando Pasteur partia o longo gargalo de um frasco, o caldo era invadido por microrganismos, exatamente como nos frascos de gargalo reto. Essa experiência não permitiu contra-argumentos: não permiti a entrada do hipotético “princípio ativo” do ar, pois os frascos permaneciam abertos e os caldos nutritivos mantinham a capacidade de desenvolver vida quando os frascos eram quebrados ou inclinados.

 

HIPÓTESE HETEROTRÓFICA

            Segundo a hipótese heterotrófica, os seres vivos surgiram de compostos orgânicos, na forma de organismos muito simples e incapazes de produzir seu próprio alimento. As circunstâncias em que isso ocorreu, há cerca de quatro bilhões de anos, eram bem distintas das atuais. O planeta Terra tem aproximadamente 4,5 bilhões de anos. Com o resfriamento houve o surgimento da crosta, há cerca de 4,1 bilhões de anos. Os gases constituintes de sua atmosfera eram provavelmente metano (CH4), hidrogênio (H2), amônia (NH3) e valor de água (H2O), o qual ao ser aquecido subia na atmosfera, se resfriava e caía na forma de chuva. Violentas tempestades resultavam em intensa atividade elétrica.

 

             O ciclo da água: evaporação -> condensação -> chuva -> evaporação acontecia com intensidade muito maior que hoje. Com o resfriamento gradual da crosta, a água começou a se acumular, originando os oceanos. Além das elevadas temperaturas e das descargas elétricas, a superfície terrestre era bombardeada por radiações. Não havia, como hoje, a proteção contra a entrada de radiação ultravioleta constituída pela camada de ozônio (O3) e, em menor escala, pelo oxigênio atmosférico (O2). Nessa atmosfera turbulenta havia grande quantidade de energia (calor, radiação e eletricidade) e quatro tipos de átomos: hidrogênio, oxigênio, carbono e nitrogênio.

 

            Stanley Miller, em 1953, criou um aparelho que simulava prováveis condições da atmosfera primitiva, e dentro do aparelho colocou NH3, CH4 e H2 (Figura 1). A mistura de gases recebia continuamente descargas elétricas semelhantes a raios e circulava graças à contínua ebulição da água, que originava vapor em uma das extremidades do aparelho. Após uma semana, com o vapor de água sendo continuamente sendo condensado e depositado, Miller observou que o líquido tinha passado de incolor a rosado e continha aminoácidos.

Figura 1 – Esquema do aparelho de Miller, no qual ele tinha um “oceano aquecido” e a provável “atmosfera” que existia na Terra primitiva.


            Aquecendo-se misturas de aminoácidos, é possível obter polipeptídeos, que em contato com a água, formam complexos moleculares denominados coacervados. Milhões de anos separam essa fase dos agregados moleculares do surgimento das células com os padrões hoje conhecidos. Os mais antigos fósseis de procariontes datam de cerca de 3,5 bilhões de anos e já são relativamente complexos. Os fósseis de células eucarióticas, semelhantes às atuais algas, têm aproximadamente 1,5 bilhão de anos.

 

            As estruturas membranosas internas devem ter surgido por dobras do envoltório externo. Assim, teriam aparecido o envoltório nuclear, o retículo endoplasmático e o complexo golgiense. Segundo a Teoria Simbiótica (Figura 2) as células eucaróticas teriam surgido por associação entre células procarióticas e outras menores. Os cloroplastos seriam procariontes fotossintetizantes, que invadiram células maiores (ou foram englobados por elas). Fato semelhante teria acontecido com bactérias aeróbias, que vieram a constituir as mitocôndrias das células atuais. Essa associação mostrou-se benéfica tanto para as células “invasoras” quanto para as hospedeiras.

Figura 2 – Modelo endossimbiótico para o desenvolvimento de células eucarióticas, com o englobamento de procariontes aeróbios e de procariontes fotossintetizantes, gerando o modelo atual de célula eucariótica (Fonte: http://aterraeavida.blogspot.com/)


        Várias características das mitocôndrias e dos cloroplastos parecem confirmar essa teoria:

> Em ambos há membranas duplas;

> ambos possuem seu próprio DNA, em filamentos semelhantes aos cromossomos bacterianos;

> sintetizam proteínas em seu interior e possuem ribossomos pequenos, semelhantes aos ribossomos de procariontes;

> ambos se reproduzem por divisão binária, como os procariontes;

> o DNA de cloroplastos codifica a produção de algumas enzimas idênticas às enzimas de bactérias atuais.

 

            Os primeiros seres vivos, mergulhados no caldo nutritivo do oceano primitivo, tinham como recurso viver à custa das substâncias dissolvidas. Na ausência de oxigênio, suposta característica da atmosfera da época, a utilização dessas substâncias deve ter sido feita por fermentação. Como conseguiam alimentos do ambiente e os utilizavam na ausência de oxigênio, eram heterótrofos fermentadores.

 

            Desprendido pela fotossíntese, o oxigênio passou a ser liberado em larga escala para atmosfera, onde sua concentração estava em ascensão. Posteriormente, surgiram os seres aeróbios, tanto autótrofos quanto heterótrofos. A utilização de oxigênio na respiração celular aeróbia representou um aumento de quase vinte vezes a quantidade de energia colocada à disposição dos seres vivos.

 

            Como a maioria dos eucariontes requer oxigênio, devem ter se desenvolvido depois que os procariontes fotossintetizantes (semelhantes às atuais cianobactérias) aparecem, há bilhões de anos, enriquecendo a atmosfera com esse gás. Com o surgimento do oxigênio, formou-se a camada de ozônio nas partes superiores da atmosfera, que impedia a penetração da maior parte da radiação ultravioleta, permitindo aos seres vivos emergir e conquistar a superfície dos oceanos, o ar e o ambiente terrestre.

 

TEORIAS EVOLUCIONISTAS

            Até o século XIX, manteve-se em evidência o fixismo, hipótese que defendia a ideia de que os seres vivos foram criados todos ao mesmo tempo, totalmente integrados ao ambiente em que vivem e tendo permanecido inalterados desde então. Descobertas geológicas no final do século XIX e do início do século XX passaram e a deixar claro, entre outras coisas, que a Terra passa por intensas e permanentes mudanças de relevo e de clima. Cristalizava-se a noção de um grande dinamismo no planeta e firmava-se a ideia de que os seres vivos se adaptam de forma dinâmica às mudanças do meio. Essa hipótese é conhecida como evolucionismo.

 

            Em 1809, Jean Baptiste Lamarck publicou o livro Filosofia zoológica, sobre evolução. Segundo Lamarck, os seres vivos seriam capazes de se adaptar, estimulados por uma necessidade imposta pelo ambiente. Os seres vivos adotariam novos hábitos de vida, utilizando algumas partes do corpo mais que outras. As partes mais utilizadas se desenvolveriam e as menos usadas viriam a se atrofiar ou até desaparecer. Essa hipótese tornou-se conhecida como Lei do uso e desuso. As mudanças dos organismos seriam transmitidas aos descendentes, segundo a Lei da transmissão dos caracteres adquiridos.

 

            Charles Darwin propôs outra explicação para a evolução dos seres vivos. Segundo ele, em cada espécie, existe grande diversidade, ou seja, indivíduos diferentes entre si. Tal diversidade é transmitida de uma geração para a outra. Em cada grupo, alguns indivíduos sobrevivem e outros são eliminados e a “triagem” é feita pelo ambiente, por meio da seleção natural. Darwin e Lamarck explicaram as adaptações acompanhadas de mudanças nos seres vivos. Para Darwin, o ambiente é agente de seleção natural, atuando sobre a diversidade dentro da espécie. Já para Lamarck, o ambiente é elemento estimulador de mudanças adaptativas e herdáveis.

 

            No início do século XX, surgiu a teoria sintética da evolução ou neodarwinismo, que inclui as ideias de Darwin complementadas pela genética. Segundo a Teoria Sintética da Evolução:

> A diversidade intraespecífica é determinada pelas mutações (variações que surgem por alterações súbitas do material genético) e pela recombinação genética (proporcionada pela segregação independente dos cromossomos homólogos e do crossing-over)

> O ambiente atua sobre diversidade da espécie, selecionando os mais adaptados, que sobrevivem e se reproduzem. Esse processo é a seleção natural.

 

A evolução em ação

            O DDT é um inseticida que começou a ser usado em larga escala na Segunda Guerra Mundial. Inicialmente, ocorria a mortalidade de quase todos os insetos, passado algum tempo, a eficiência do inseticida diminuiu. Os insetos que morreram eram sensíveis ao DDT e os que sobreviveram são resistentes. Os insetos sensíveis e resistentes diferem geneticamente: Ser resistente ou não ao DDT depende de genótipos diferentes e o DDT é o agente de seleção. Apenas os indivíduos resistentes ao DDT sobrevivem.


Figura 3 – Insetos sensíveis e resistentes ao longo do tempo de tratamento com o inseticida DDT (Fonte: sites.google.com/site/biologiaaulaseprovas/).


        Um antibiótico pode perder a eficiência no combate a bactérias. Pode haver seleção de bactérias resistentes, surgidas por mutações, entre bactérias sensíveis. Bactérias resistentes sobrevivem na presença do antibiótico, multiplicam-se e predominam nas populações. Outro exemplo de seleção natural, conhecido por melanismo industrial e atualmente questionado, teria acontecido com as mariposas da espécie Biston betularia, com o advento da revolução industrial (Figura 4). Antes da industrialização, os troncos de árvores tinham cor clara. As mariposas claras se confundiam com a cor dos troncos, sendo menos visíveis que as escuras, as quais eram facilmente capturadas por pássaros. As mariposas claras, facilmente capturadas, tornaram-se raras.

Figura 4 – Melanismo industrial: Com o escurecimento dos troncos de árvores, as mariposas com cores mais escuras se camuflavam melhor e se livravam mais facilmente de predadores. Já as de coloração esbranquiçada, foram praticamente dissipadas, pois ficaram mais vulneráveis à predação (Fonte: https://www.blogs.unicamp.br).



ESPECIAÇÃO

            Seres de espécies diferentes apresentam isolamento reprodutivo: não se cruzam ou, quando o fazem, não geram descendentes ou ainda tais descendentes podem nascer inférteis. Especiação é a formação de espécies. Normalmente, a especiação inicia-se com a separação da espécie em duas ou mais populações por uma barreira física, situação essa denominada de isolamento geográfico. A barreira física impede o fluxo de genes entre as populações (Figura 5).


Figura 5 – Na natureza, há vários tipos de barreiras físicas, como (a) oceanos; (b) vales e (c) áreas secas.

 

            Nas duas populações submetidas à seleção natural, podem surgir mutações. As diferenças entre os indivíduos desses grupos vão se acentuando com o tempo, levando ao isolamento reprodutivo e à formação de espécies. Se as duas populações se encontrarem antes que suas diferenças genéticas sejam acentuadas, poderão se cruzar e gerar descendentes férteis; os indivíduos pertencerão à mesma espécie, porém a subgrupos diferentes, que não apresentam isolamento reprodutivo.

 

Irradiação e Convergência

            Um grupo ancestral pode se dispersar por vários ambientes e originar diversas espécies. Cada ambiente tem diferentes fontes de pressão que selecionam diferentes variações adaptativas. As novas espécies possuem alguma semelhança por causa do grupo ancestral comum. Irradiação adaptativa é a formação de espécies em diferentes ambientes. Com o corpo quase submerso, rãs, crocodilos e hipopótamos mantêm olhos e narinas alinhados com a superfície da água. Esses animais descendem de ancestrais diferentes, que ocupam o mesmo ambiente, submetendo-se aos mesmos fatores de seleção natural; com o tempo desenvolveram aspectos adaptativos diferentes. Este tipo de evolução é chamado de convergência adaptativa.

 

Homologia e Analogia

            A asa do morcego é semelhante ao membro superior humano quanto à estrutura interna, tendo os mesmos tipos de ossos. Essa semelhança pode ser explicada porque ambos são mamíferos com ancestralidade comum. Homologia é a semelhança de estrutura entre órgãos diferentes que possuem ancestrais em comum. Órgãos homólogos possuem a mesma origem embrionária e resultam da irradiação adaptativa (Figura 6).

Figura 6 – Exemplos de órgãos homólogos: o braço do homem, a pata de um cavalo, a asa do morcego e a nadadeira da baleia. São ditos homólogos pois possuem a mesma origem no embrião e a mesma origem evolutiva (neste caso, os mamíferos) porém desempenham funções diferentes como cavalgar, nadar e voar (Fonte: educabras.com).

 

A asa de morcego e a asa da abelha têm estruturas diferentes, mas desempenham a mesma função, isso é denominado de analogia. Essa semelhança de função entre órgãos de espécies diferentes de essas espécies estarem submetidas às mesmas pressões seletivas, sendo resultado de convergência adaptativa (Figura 7).

Figura 6 – Exemplos de estruturas análogas: as asas do morcego e as asas da borboleta. Possuem origem embrionária e evolutiva totalmente diferentes, porém desempenham a mesma função (Fonte: biologianet.com).

 


*Fonte: O texto e as figuras são baseados na obra de Favaretto, J. A. 360º - Biologia: caderno de revisão (Livro do Professor), 2ª ed, São Paulo: FTD, 2017, salvo quando indicada outra fonte.



___________________________________________________________________



2º EXERCÍCIO

(3ª FASE DE ATIVIDADES REMOTAS)


Olá queridxs alunxs,


Este é o nosso segundo exercício da terceira fase de estudos remotos e será sobre Evolução e origem das espécies.


A seguir, o atalho para o exercício no Google Formulários: 2ª Exercício - 3ª fase


Lembrando que nem todos os assuntos deste exercício foram descritos nas atividades anteriores do nosso Blog. Caso haja dúvida, faça uma busca rápida pela internet.


Vale a pena dar uma olhada no assunto da aula passada e revisar os assuntos para responder o exercício.


Qualquer dúvida podem entrar em contato comigo por whatsapp.


Abraços


Vinícius