COLÉGIO
ESTADUAL FAUSTO CARDOSO
GEOGRAFIA
AULA REMOTA 3
III
UNIDADE
Prof.
MSc. Emerson Ribeiro. Turmas: 3º ano
do Ensino Médio A e B. Data:17/12/2020
CONFLITOS
INTERNACIONAIS E A ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO
Continuidade
PRIMAVERA
ÁRABE
A Primavera Árabe foi um período de transformações
históricas nos rumos da política mundial. Uma onda de protestos e revoluções
ocorridas no Oriente Médio e norte da África em que a população foi às ruas
para derrubar ditadores ou reivindicar melhores condições sociais de vida.
Tudo começou em dezembro de 2010 na Tunísia, com a
derrubada do ditador Zine El Abidini Ben Ali. Em seguida, a onda de protestos
se arrastou para outros países. No total, entre países que passaram e que ainda
estão passando por suas revoluções, somam-se à Tunísia: Líbia, Egito, Argélia,
Iêmen, Marrocos, Bahrein, Síria, Jordânia e Omã. Veja abaixo as principais
informações a respeito de cada uma dessas revoluções.
Tunísia:
Os protestos na Tunísia, os primeiros da Primavera Árabe, foram também
denominados por Revolução de Jasmin. Essa revolta iniciou-se no final de 2010 e
encerrou-se em 14 de janeiro de 2011 com a queda de Ben Ali, após 24 anos no
poder.
Líbia:
A revolta na Líbia ou Guerra Civil Líbia ou Revolução Líbia ocorreu sob a
influência das revoltas na Tunísia, tendo como objetivo acabar com a ditadura
de Muammar Kadhafi. Essa foi uma das revoluções mais sangrentas da Primavera
Árabe e contou com a intervenção da OTAN. O ditador líbio foi morto em 20 de
outubro de 2011.
Egito: A
Revolução de Lótus e Revolução do Nilo, foi a luta da população contra a longa
ditadura de Hosni Mubarak. Os protestos se iniciaram em 25 de janeiro e
terminou em fevereiro de 2011. Após a onda de protestos, Mubarak renunciou a
uma possível candidatar a novas eleições. Em junho de 2011, Mohammed Morsi foi
eleito presidente egípcio, porém, também foi deposto no ano de 2013.
Argélia: A
onda de protestos tenta derrubar o atual presidente Abdelaziz Bouteflika, há 12
anos no poder. Em virtude das manifestações e insatisfação com o governo,
Bouteflika realizou novas eleições, que venceu com um elevado número de
abstenções. Os protestos continuam, inclusive, atentados terroristas que
demonstram a insatisfação dos argelinos frente ao governo.
UCRÂNIA
Desde novembro de 2013 ocorreu uma
onda de protestos na Ucrânia contra o governo do presidente Viktor Yanukovych,
principalmente na praça da Liberdade (Maidan), no centro da capital Kiev. O
motivo principal seria o fato de Yanukovych ter decidido que o país não
assinaria o acordo com a União Europeia, pretendendo reforçar as relações com a
Rússia. Prédios públicos foram ocupados, barricadas foram erguidas na capital
Kiev e dezenas de mortes foram verificadas desde o início dos conflitos,
evidenciando a violência dos protestos.
Fatores
das manifestações: crise econômica, a desigualdade social, a corrupção, o
sucateamento dos serviços sociais, pobreza, o desemprego e força policial
contra os manifestantes.
A Rússia tem interesses particulares
na Ucrânia por questões estratégicas, uma saída para o mar Mediterrâneo. A
península da Criméia foi dada de presente a Ucrânia durante a guerra fria e
logo após a Rússia construiu uma base militar.
O conflito interno na Ucrânia está
relacionado com divisões geográficas e culturais do país. A Ucrânia Central e
Ocidental é mais próxima à Europa e é onde existe uma tradição cultural
ucraniana. A Ucrânia do Sul e Oriental é mais próxima à Rússia e sua população
é de maioria russa. Essa parte do pais composta por uma população russa que a
anexação a Rússia, com isso, ela teria acesso ao mar Negro e por sua vez ao mar
mediterrâneo e a o Oceano Atlântico.
A situação na Ucrânia é delicada já que
passarem em seu território gasodutos que fornecem o combustível à Europa,
tornando o conflito mais complexo.
ATIVIDADE
1-Os protestos nessa revolução iniciaram-se em janeiro de 2011, com o objetivo de derrubar o então ditador Hosni Mubarak, o que foi concretizado em menos de um mês. Os rebeldes foram profundamente influenciados por outra revolução realizada em um país próximo, que derrubou o então ditador Zine El Abidini Ben Ali, que se encontrava há 24 anos no poder.
As
revoluções a que o texto se refere são, respectivamente:
a)
Revolução dos Clérigos, em Bangladesh, e a Revolução dos Trópicos, na China.
b)
Revolução de Independência da Bósnia e a Revolta Militar Sérvia.
c)
Revolução de Lótus, no Egito, e Revolução de Jasmim, na Tunísia.
d) Revolução da Síria e Revolução Iraniana.
2-Assinale a alternativa com o nome da primeira das revoltas que marcaram a Primavera Árabe.
a)
Revolução árabe
b)
Revolução de Lótus
c)
Revolução Líbia
d)
Revolução de Jasmim
e)
Revolução Palestina
3-"Primavera Árabe" precisa ser aposentada
Eu acho que agora é oficial: a "Primavera Árabe" precisa ser aposentada. Não tem nada de primaveril acontecendo por lá. O mais amplo, mas ainda vagamente esperançoso, "Despertar Árabe" também já não parece válido, considerando-se tudo o que já foi despertado. E, por isso, o estrategista Anthony Cordesman provavelmente está certo quando afirma que atualmente é melhor falar da "Década Árabe" ou do "Quarto de Século Árabe" – um longo período de instabilidade intranacional e intrarregional, durante o qual a luta tanto pelo futuro do Islã quanto pelo futuro de cada país árabe se misturou em um "choque dentro de uma civilização" [...].
FRIEDMAN, Thomas L. "Primavera Árabe" precisa ser aposentada. Uol Notícias, 13/04/2013. Disponível em: http://noticias.uol.com.br/blogs-e-colunas/coluna/thomas-friedman/2013/04/13/primavera-arabe-precisa-ser-aposentada.htm
De acordo com a leitura do texto e com os seus conhecimentos sobre o que se denominou por “Primavera Árabe”, assinale a alternativa incorreta:
a)
O autor defende a ideia de que a expressão “Primavera Árabe” não é suficiente
para designar as sucessivas revoltas populares no Oriente Médio em razão do
caráter duradouro desses movimentos, que se estendem por mais tempo do que uma
simples estação do ano.
b)
A escolha do autor pela expressão “Década Árabe” se deve ao fato de as
revoluções da Primavera Árabe já terem completado dez anos de existência.
c)
Ao contrário do que ocorre na Tunísia e no Egito, as revoluções na Líbia e na
Síria caracterizam-se pelo confronto militar entre tropas leais aos regimes e
os povos rebeldes.
d)
Nem todas as revoluções da Primavera Árabe desejam a deposição dos governantes,
a exemplo da população do Marrocos, que defende apenas a diminuição dos plenos
poderes do Rei Mohammed VI.
e)
Percebe-se no texto que o autor preconiza a ideia de que a duração das
sucessivas revoluções árabes pode ser maior do que a comunidade internacional
imaginava.