COLÉGIO
ESTADUAL FAUSTO CARDOSO
GEOGRAFIA
AULA REMOTA 1
III
UNIDADE
Prof.
MSc. Emerson Ribeiro. Turmas: 3º ano
do Ensino Médio A e B. Data:03/12/2020
DESIGUALDADES
REGIONAIS DO BRASIL
O Brasil foi regionalizado em diversas
situações no decorrer de sua história e com distintas finalidades. No entanto,
convencionamos para fins de estudos e atuação de políticas públicas,
privilegiar a utilização da divisão proposta pelo Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE) que classifica o Brasil em cinco regiões: Norte,
Nordeste, Centro-oeste, Sudeste e Sul.
O Brasil, em razão de sua formação
territorial e histórica, é um país de grandes desigualdades, sejam elas de
etnia, cor, gênero, religião, sociais ou econômicas. Essas disparidades podem
também ser notadas quando comparamos os dados referentes às regiões
brasileiras.
DESENVOLVIMENTO DESIGUAL
A Organização das Nações Unidas (ONU) classifica o Brasil entre os dez países mais desiguais do mundo, no que diz respeito às condições socioeconômicas. Ao mesmo tempo em que o país possui cidades e regiões bastante desenvolvidas como é o caso das regiões Sul e Sudeste, é possível encontrar outras que têm índices de desenvolvimento bem menores, como as regiões Norte e Nordeste.
Essas desigualdades vão muito além da
renda das pessoas e passa por questões de acesso a saúde, saneamento básico,
transporte e infraestrutura. O IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), que leva
em conta a qualidade de vida da população, demonstra que no Brasil, a Região
Sudeste conta com a as melhores condições de vida, seguidas pela Região
Centro-Oeste, Sul, Norte e Nordeste. Esta última concentra os piores
indicadores relacionados à educação, saúde e renda.
ALGUNS FATORES
HISTÓRICOS E GEOGRÁFICOS CONTRIBUÍRAM PARA CONCRETIZAÇÃO DESSA REALIDADE:
Ocupação do Território: a ocupação do
Brasil se deu a partir do litoral, transformando essa parte do país de forma
mais intensa e tornando-a mais densamente povoada.
Industrialização:
por ser a região mais ocupada, a zona litorânea do Sul e Sudeste apresentaram
maior concentração industrial o que impacta na qualidade de vida dessa
população.
Mão
de obra e matéria-prima: O desenvolvimento do Brasil é fruto de ciclos
econômicos de produção de café, cana-de-açúcar e, posteriormente, a atividade
mineradora, e essas atividades se concentravam também nas regiões Sul e
Sudeste.
A partir desses fatores, as regiões que
possuem estados nas porções oeste e norte do Brasil tiveram uma ocupação e
industrialização bem mais tardias. Essas características impactaram
negativamente no desenvolvimento dos estados, dessa porção do país.
OS VÁRIOS “BRASIS”: DESIGUALDADES SOCIAIS E ECONÔMICAS
As desigualdades regionais se espacializam
de diferentes formas, e isso pode ser percebido observando diferentes
referenciais. Se observarmos a taxa de analfabetismo, por exemplo, veremos que
a Região Sul conta com os menores índices: 3,6% de sua população é analfabeta,
em seguida, a Região Sudeste quase empata com 3,8%, já a Região Centro-oeste
tem 5,7 % de analfabetos, a Região Norte com 8 % e por fim, a Região Nordeste
conta com 14,5 % de analfabetos. Um percentual altíssimo, que reflete na
qualidade do trabalho e na obtenção de renda.
Políticas públicas com a finalidade de melhorar a distribuição de renda no Brasil passaram a ser a principal, nos últimos anos, alvo de investimentos expressivos a fim de reverter as desigualdades regionais. Em relatório do Banco Mundial (BM), entre 1990 e 2009 cerca de 60% das pessoas saíram do limiar da linha da pobreza, totalizando 25 milhões de pessoas. Já entre 2001 e 2013 o percentual de pessoas vivendo na extrema pobreza baixou de 10% para cerca de 4%.
Nos últimos anos, o Brasil apresenta um
retrocesso no combate à pobreza. Segundo o Banco Mundial, entre 2014 e 2017 o
número de pessoas na pobreza aumentou em 7,3 milhões, para 43,5 milhões de
pessoas (21% da população brasileira). As desigualdades no Brasil não foram
solucionadas e esse processo está distante de uma solução.
Fontes:
Banco Mundial - https://g1.globo.com/economia/noticia/2019/04/05/banco-mundial-alerta-para-aumento-da-pobreza-no-brasil.ghtml
Desigualdades de renda - https://nacoesunidas.org/relatorio-banco-mundial-afirma-que-brasil-conseguiu-praticamente-erradicar-extrema-pobreza/
Participação
no PIB - https://www.hojeemdia.com.br/primeiro-plano/desigualdade-regional-cai-no-brasil-mas-ainda-%C3%A9-desafio-a-desenvolvimento-1.292677
Programas
sociais - https://www12.senado.leg.br/emdiscussao/edicoes/pacto-federativo/partilha-dos-tributos/desigualdades-ainda-resistem-as-mudancas
EXERCÍCIO
1
1- 1-Leia e responda
"A estimativa
do Banco Mundial é que cerca de 5,4 milhões de brasileiros atinjam a extrema
pobreza, chegando ao total de 14,7 milhões de pessoas até o fim de 2020, ou 7%
da população."
Os
momentos de crise como a pandemia causada pelo coronavírus atingem de modo mais
evidente aos mais pobres. Um dos fatores indicativos para definir a pobreza
extrema está relacionado com a segurança alimentar. O indicador de segurança
alimentar é referente ao (à):
a)
segurança nos transportes de insumos agrícolas.
b)
acesso físico e econômico à alimentação saudável e adequada.
c)
condições para a reabertura do comércio de alimentos.
d)
limpeza de produtos comprados em mercados para a eliminação do coronavírus.
2- 2-No Brasil, o 1% mais rico concentra 28,3% da renda total do país (no Catar essa proporção é de 29%). Ou seja, quase um terço da renda está nas mãos dos mais ricos. Já os 10% mais ricos no Brasil concentram 41,9% da renda total.
A concentração de
renda possui uma série de causas, no Brasil, dentre as principais estão:
a) privilégio das grandes
empresas e do capital financeiro, baixos níveis de escolaridade e precarização
do trabalho.
b) déficit
produtivo, colonialismo e falta de investimentos estatais.
c) baixa
circulação de capital, retração do produto interno bruto (PIB) e crise migratória.
d) desastres
naturais, programas de redistribuição de renda e criação de paraísos fiscais.
3-O programa Bolsa Família, criado em 2003, é um programa de transferência de renda que reuniu outros auxílios existentes. Atualmente, o valor médio recebido por família é de R$ 191. É incorreto afirmar que o programa tem o objetivo de:
a) reduzir as
taxas de mortalidade infantil
b) reduzir os índices
de evasão escolar
c) garantir o
acesso a serviços essenciais
d) reduzir a
migração interna no país