PROFESSOR REGINALDO - PORTUGUÊS - 1º C
Escola
Estadual Fausto Cardoso
Turmas: 1º ano C Data: 21/12/2020
Componente
Curricular: Língua Portuguesa
Professor:
Reginaldo Silva de Araújo
Continuação da Linguagem Barroca
A Linguagem do Barroco é provocadora e rebelde. Ela retrata a
inquietação, a inconformidade do homem e o seu conflito do corpo e da alma, da
razão e da fé (dualismo e contradição).
Isso tudo em virtude do
contexto histórico em que se insere, especialmente ao Renascimento e à
Contrarreforma.
As figuras de linguagem
são particularmente exploradas na escola literária do Barroco, que predominou
no século XVII.
O Mote
do Barroco
Mote
- Verso ou pequeno conjunto de versos
usados como tema e ponto de partida para o desenvolvimento do poema. 2.
[Literatura] Frase ou expressão que serve como ponto de partida para uma obra.
O mote do Barroco é
precisamente a antítese "vida e morte" e, por extensão, a brevidade
da sua existência.
Assim, nesse período o
homem questiona a fé em detrimento dos prazeres da vida, bem como se interpela
com relação à instabilidade e à inconstância.
A premissa do carpe diem -
expressão latina cujo sentido literal é “aproveitar o dia” - é muito utilizada
nesse período. Ela significa que cada momento da vida deve ser desfrutado.
Tendências
do Barroco
As duas tendências que
predominaram nesse movimento literário foram:
·
Cultismo -
É o chamado "jogo de palavras". Nele está presente o formalismo e o
vocabulário rebuscado, bem como o emprego frequente das figuras de linguagem.
·
Conceptismo -
É o chamado "jogo de ideias". Nele está presente o raciocínio e o
pensamento lógico.
O cultismo e o
conceptismo são dois estilos literários que
foram muito explorados no período do barroco. Enquanto o
primeiro valoriza a forma textual, o segundo valoriza o conteúdo.
Cultismo
O cultismo significa
“jogo de palavras”. Também é chamado de Gongorismo, pois foi
inspirado nos textos do poeta espanhol Luis de Góngora (1561-1627).
Esse estilo utiliza a
descrição, termos cultos (preciosismo vocabular), linguagem rebuscada e
ornamental para expressar as ideias.
Além do uso desses
termos, o cultismo valoriza os detalhes e a forma textual. É comum o uso de
diversas figuras de linguagem (hipérbole,
sinestesia, antítese, paradoxo, metáfora, etc.).
Para compreender melhor
essa tendência literária, veja abaixo um soneto do escritor barroco Gregório de Matos:
Nasce o Sol, e não dura mais que um dia,
Depois da Luz se segue a noite escura,
Em tristes sombras morre a formosura,
Em contínuas tristezas a alegria.
Porém se acaba o Sol, por que nascia?
Se formosa a Luz é, por que não dura?
Como a beleza assim se transfigura?
Como o gosto da pena assim se fia?
Mas no Sol, e na Luz, falte a firmeza,
Na formosura não se dê constância,
E na alegria sinta-se tristeza.
Começa o mundo enfim pela ignorância,
E tem qualquer dos bens por natureza
A firmeza somente na inconstância.
Conceptismo
O conceptismo significa “jogo de ideias”. Também é
chamado de Quevedismo, pois foi inspirado na
poesia do poeta espanhol Francisco de Quevedo (1580-1645).
Nessa vertente literária, a retórica aprimorada bem
como a imposição de conceitos é notória, a qual se produz através da apresentação
de diversas ideias.
Sendo assim, o conceptismo é definido pelo uso de
argumentos racionais, ou seja, do pensamento lógico, valorizando sempre o
conteúdo textual.
O objetivo principal dos escritores conceptistas
era o de convencer o leitor além de instruí-lo por meio de diversos argumentos.
Em relação ao cultismo, que prezava pela descrição
e o exagero, o conceptismo preferia a concisão.
Além do raciocínio lógico, duas importantes
características desse estilo eram:
·
Silogismo:
baseado na dedução, o silogismo apresenta duas premissas que geram uma terceira
proposição lógica.
·
Sofisma:
baseado no argumento lógico, o sofisma gera uma ilusão de verdade. Isso porque
está associado a algo enganoso que parece real, uma vez que utiliza argumentos
verdadeiros.
Entenda mais sobre esse estilo literário com o
exemplo abaixo em que Padre Antônio Vieira critica
o estilo cultista:
“(...) Será porventura o estilo que hoje se usa nos
púlpitos? Um estilo tão empeçado, um estilo tão dificultoso, um estilo tão
afetado, um estilo tão encontrado toda a arte e a toda a natureza? Boa razão é
também essa. O estilo há de ser muito fácil e muito natural. Por isso Cristo
comparou o pregar ao semear. (...) Não fez Deus o céu em xadrez de estrelas,
como os pregadores fazem o sermão em xadrez de palavras. Se uma parte está
branco, da outra há de estar negro (...). Basta que não havemos de ver um
sermão de duas palavras em paz? Todas hão de estar sempre em fronteira com o
seu contrário? (...) Como hão de ser as palavras? Como as estrelas. As estrelas
são muito distintas e muito claras. Assim há de ser o estilo da pregação, muito
distinto e muito claro.”
(“Sermão da Sexagésima” de
Padre Antônio Vieira)
As figuras de linguagem mais usadas no
Barroco são o Paradoxo e Antítese de modo que
as figuras de linguagem são bastante presentes nesse estilo buscando
basicamente a extravagância , a atenção .
O barroco é uma
corrente bastante influente até os dias de hoje, sendo bastante presente na
arquitetura também de modo a influenciar grandemente outros estilos e assim sendo
é bastante importante para a sociedade. Figuras
de Linguagem, também chamadas de figuras de estilo,
são recursos estilísticos usados para dar maior ênfase à comunicação e torná-la
mais bonita.
Dependendo
da sua função, elas são classificadas em:
·
Figuras de palavras ou semânticas: estão associadas ao significado das palavras. Exemplos: metáfora,
comparação, metonímia, catacrese, sinestesia e perífrase.
·
Figuras de pensamento: trabalham com a combinação de ideias e pensamentos. Exemplos:
hipérbole, eufemismo, litote, ironia, personificação, antítese, paradoxo,
gradação e apóstrofe.
·
Figuras de sintaxe ou construção: interferem na estrutura gramatical da frase. Exemplos: elipse, zeugma,
hipérbato, polissíndeto, assíndeto, anacoluto, pleonasmo, silepse e anáfora.
·
Figuras de som ou harmonia: estão associadas à sonoridade das palavras. Exemplos: aliteração,
paronomásia, assonância e onomatopeia.
SEQUÊNCIA DE ORTOGRAFIA/ACENTUAÇÃO (Conteúdo da aula anterior)
Boa leitura e sucesso!
Diletos alunos e alunas: Ao responderem
as atividades propostas, para melhor aquisição do conhecimento e melhor
aprendizagem, não LIMITEM-SE apenas em ler o conteúdo proposto, mas VALHAM-SE
também da pesquisa, que certamente vai enriquecer muito mais a sua leitura, o
que também facilitará as respostas das questões com mais precisão.
Obrigado e boa sorte!
Continuação do assunto: Linguagem Barroca
A Linguagem do Barroco é provocadora e rebelde. Ela retrata a
inquietação, a inconformidade do homem e o seu conflito do corpo e da alma, da
razão e da fé (dualismo e contradição).
Isso tudo em virtude do
contexto histórico em que se insere, especialmente ao Renascimento e à
Contrarreforma.
As figuras de linguagem
são particularmente exploradas na escola literária do Barroco, que predominou
no século XVII.
O Mote
do Barroco
Mote
- Verso ou pequeno conjunto de versos
usados como tema e ponto de partida para o desenvolvimento do poema. 2.
[Literatura] Frase ou expressão que serve como ponto de partida para uma obra.
O mote do Barroco é
precisamente a antítese "vida e morte" e, por extensão, a brevidade
da sua existência.
Assim, nesse período o
homem questiona a fé em detrimento dos prazeres da vida, bem como se interpela
com relação à instabilidade e à inconstância.
A premissa do carpe diem -
expressão latina cujo sentido literal é “aproveitar o dia” - é muito utilizada
nesse período. Ela significa que cada momento da vida deve ser desfrutado.
Tendências
do Barroco
As duas tendências que
predominaram nesse movimento literário foram:
·
Cultismo -
É o chamado "jogo de palavras". Nele está presente o formalismo e o
vocabulário rebuscado, bem como o emprego frequente das figuras de linguagem.
·
Conceptismo -
É o chamado "jogo de ideias". Nele está presente o raciocínio e o
pensamento lógico.
O cultismo e o
conceptismo são dois estilos literários que
foram muito explorados no período do barroco. Enquanto o
primeiro valoriza a forma textual, o segundo valoriza o conteúdo.
Cultismo
O cultismo significa
“jogo de palavras”. Também é chamado de Gongorismo, pois foi
inspirado nos textos do poeta espanhol Luis de Góngora (1561-1627).
Esse estilo utiliza a
descrição, termos cultos (preciosismo vocabular), linguagem rebuscada e
ornamental para expressar as ideias.
Além do uso desses
termos, o cultismo valoriza os detalhes e a forma textual. É comum o uso de
diversas figuras de linguagem (hipérbole,
sinestesia, antítese, paradoxo, metáfora, etc.).
Para compreender melhor
essa tendência literária, veja abaixo um soneto do escritor barroco Gregório de Matos:
Nasce o Sol, e não dura mais que um dia,
Depois da Luz se segue a noite escura,
Em tristes sombras morre a formosura,
Em contínuas tristezas a alegria.
Porém se acaba o Sol, por que nascia?
Se formosa a Luz é, por que não dura?
Como a beleza assim se transfigura?
Como o gosto da pena assim se fia?
Mas no Sol, e na Luz, falte a firmeza,
Na formosura não se dê constância,
E na alegria sinta-se tristeza.
Começa o mundo enfim pela ignorância,
E tem qualquer dos bens por natureza
A firmeza somente na inconstância.
Conceptismo
O conceptismo significa “jogo de ideias”. Também é
chamado de Quevedismo, pois foi inspirado na
poesia do poeta espanhol Francisco de Quevedo (1580-1645).
Nessa vertente literária, a retórica aprimorada bem
como a imposição de conceitos é notória, a qual se produz através da apresentação
de diversas ideias.
Sendo assim, o conceptismo é definido pelo uso de
argumentos racionais, ou seja, do pensamento lógico, valorizando sempre o
conteúdo textual.
O objetivo principal dos escritores conceptistas
era o de convencer o leitor além de instruí-lo por meio de diversos argumentos.
Em relação ao cultismo, que prezava pela descrição
e o exagero, o conceptismo preferia a concisão.
Além do raciocínio lógico, duas importantes
características desse estilo eram:
·
Silogismo:
baseado na dedução, o silogismo apresenta duas premissas que geram uma terceira
proposição lógica.
·
Sofisma:
baseado no argumento lógico, o sofisma gera uma ilusão de verdade. Isso porque
está associado a algo enganoso que parece real, uma vez que utiliza argumentos
verdadeiros.
Entenda mais sobre esse estilo literário com o
exemplo abaixo em que Padre Antônio Vieira critica
o estilo cultista:
“(...) Será porventura o estilo que hoje se usa nos
púlpitos? Um estilo tão empeçado, um estilo tão dificultoso, um estilo tão
afetado, um estilo tão encontrado toda a arte e a toda a natureza? Boa razão é
também essa. O estilo há de ser muito fácil e muito natural. Por isso Cristo
comparou o pregar ao semear. (...) Não fez Deus o céu em xadrez de estrelas,
como os pregadores fazem o sermão em xadrez de palavras. Se uma parte está
branco, da outra há de estar negro (...). Basta que não havemos de ver um
sermão de duas palavras em paz? Todas hão de estar sempre em fronteira com o
seu contrário? (...) Como hão de ser as palavras? Como as estrelas. As estrelas
são muito distintas e muito claras. Assim há de ser o estilo da pregação, muito
distinto e muito claro.”
(“Sermão da Sexagésima” de
Padre Antônio Vieira)
As figuras de linguagem mais usadas no
Barroco são o Paradoxo e Antítese de modo que
as figuras de linguagem são bastante presentes nesse estilo buscando
basicamente a extravagância , a atenção .
O barroco é uma
corrente bastante influente até os dias de hoje, sendo bastante presente na
arquitetura também de modo a influenciar grandemente outros estilos e assim sendo
é bastante importante para a sociedade. Figuras
de Linguagem, também chamadas de figuras de estilo,
são recursos estilísticos usados para dar maior ênfase à comunicação e torná-la
mais bonita.
Dependendo
da sua função, elas são classificadas em:
·
Figuras de palavras ou semânticas: estão associadas ao significado das palavras. Exemplos: metáfora,
comparação, metonímia, catacrese, sinestesia e perífrase.
·
Figuras de pensamento: trabalham com a combinação de ideias e pensamentos. Exemplos:
hipérbole, eufemismo, litote, ironia, personificação, antítese, paradoxo,
gradação e apóstrofe.
·
Figuras de sintaxe ou construção: interferem na estrutura gramatical da frase. Exemplos: elipse, zeugma,
hipérbato, polissíndeto, assíndeto, anacoluto, pleonasmo, silepse e anáfora.
· Figuras de som ou harmonia: estão associadas à sonoridade das palavras. Exemplos: aliteração, paronomásia, assonância e onomatopeia.
SEQUÊNCIA DE ORTOGRAFIA/ACENTUAÇÃO (Conteúdo da aula anterior)
Diletos alunos e alunas: Ao responderem
as atividades propostas, para melhor aquisição do conhecimento e melhor
aprendizagem, não LIMITEM-SE apenas em ler o conteúdo proposto, mas VALHAM-SE
também da pesquisa, que certamente vai enriquecer muito mais a sua leitura, o
que também facilitará as respostas das questões com mais precisão.
Boa leitura e sucesso!
https://youtu.be/aQLicttzwaE - Link para vídeo aula.
ATIVIDADE DE FIXAÇÃO DA APRENDIZAGEM (Continuação a linguagem Barroca) e Ortografia/Acentuação
1ª) Leia atentamente: “Aparece na contradição do
homem barro, seu dualismo.” Estamos falando da seguinte figura
de linguagem barroca. Assinale-a
corretamente.
a) Metáfora
b) Paradoxo
c) Antítese
d) prosopopeia
e) Hipérbole
2ª) São Principais informações da
Linguagem Barroca, exceto:
a) Emprego constante de
figuras de linguagem.
b)
Uso de uma
linguagem requintada.
c)
Exploração de
temas religiosos.
d)
Provocadora e
rebelde.
e) Não utilizava o jogo de
ideias e palavras.
3ª) Faça a leitura do trecho da
música “Meu eu em você” da dupla sertaneja Victor e Léo e identifique uma
figura de linguagem utilizada com frequência nos poemas barrocos. Após
Justifique sua resposta com elementos da canção.
“Sou teu ego, tua alma
Sou teu céu, o teu inferno, a tua calma
Eu sou teu tudo, sou teu nada
Minha pequena, és minha amada
Eu sou o teu mundo, sou teu poder
Sou tua vida, sou meu eu em você”
A figura de linguagem presente nesse trecho da
música denominamos de:
a) a) Paradoxo
b) b) Metáfora
c) c) Eufemismo
d) d) Prosopopeia
e) Antítese
4ª) Dadas as alternativas abaixo:
I – No cultismo está presente o
raciocínio e o pensamento lógico.
II
– A linguagem barroca retrata a inquietação, a
inconformidade do homem e o seu conflito do corpo e da alma, da razão e da fé (dualismo
e contradição).
III – O cultismo e o
conceptismo são dois estilos literários que não foram explorados no período do
barroco.
IV - Jogo
de Palavras, refere-se ao cultismo, no qual está presente o formalismo e o
vocabulário rebuscado.
Pode-se afirmar que todas são verdadeiras, exceto.
a) Apenas a I
b) II e IV
c) Apenas a IV
d) I, II e IV
e) I e III
5ª) Assinale
a alternativa em que há um erro de ortografia
a) Sabem quais são as propriedades da água?
b) Ninguém mais acredita nas
previsões meteorológicas.
c) Eu juro que sou inocente meretíssimo.
d) Todos os dias passo por aquele mendigo.
d) O nó está frouxo.
6ª) Assinale a alternativa em que há um erro de acentuação, corrigindo-o:
(
) chapéu, hífen, idéia
(
) lápis, rainha, egoísta
( ) tatuí, régua, taxista
( ) maracujá, rapé, cipó
( ) ruim, órgão, túnel
7ª) A _______________________
de uma guerra nuclear provoca uma grande ______________ na humanidade e a deixa
___________________ quanto ao futuro.” Assinale a alternativa que preenche
corretamente as lacunas acima.
a)
espectativa – tensão – exitante
b)
espectativa – tenção – hesitante
c)
expectativa – tensão – hesitante
d)
expectativa – tenção – hesitante
e)
espectativa – tenção – esitante
“AQUELE QUE NÃO LUTA PELO FUTURO QUE QUER, DEVE ACEITAR O FUTURO QUE
VIER.”