ESPAÇO RURAL BRASILEIRO
O espaço rural contrasta com o espaço urbano em suas mais diferentes características. Veremos o que influencia nesse espaço, como as pessoas vivem e as atividades econômicas predominantes.
O espaço rural brasileiro é muito importante, pois é nele que se produz grande parte dos alimentos consumidos. São áreas geralmente não tão urbanizadas, com características próprias de cada região.
Temos a presença de grandes áreas verdes, naturais ou ainda cultivadas, áreas com ambientes tranquilos e agradáveis, pois a poluição sonora, visual e atmosférica é bem menor do que nas áreas urbanas.
Fatores que influenciam a atividade rural
A influência de fatores naturais é determinante para as atividades econômicas e a vida rural. Os elementos naturais como clima, solo e relevo primordiais para o bom desenvolvimento de uma região devem ser levados em conta e estudados. Em regiões frias ou muito áridas, por exemplo, não temos a condições climáticas favoráveis para o cultivo de certas plantas, assim como solos inférteis são pouco aproveitáveis.
Como vivem as pessoas no espaço rural?
Sabemos que no meio rural a vida é mais pacata e tranquila, os deslocamentos são mais curtos, há pouca poluição. As pessoas convivem mais e conhecem-se. A vida é, portanto, mais saudável, não existe um ritmo tão frenético como na cidade. As construções se diferenciam: casas, fazendas, áreas com espaços maiores, diferentes da cidade, onde num espaço pequeno inúmeras casas são verticalizadas e as pessoas não conhecem seu vizinho de porta. A economia é baseada na agricultura e criação de animais, portanto as pessoas acabam trabalhando nesse setor, e na maioria das vezes migram para as cidades em busca de outras oportunidades.
Atividades Econômicas
Agricultura – caracterizada pela agricultura tradicional, emprega a maioria das pessoas no campo. Muitas vezes para se realizar determinadas culturas, a vegetação original é derrubada, o que altera a paisagem e uma nova cultura é plantada. O Brasil possui uma economia predominantemente agrícola, porém a modernização e maquinários já chegaram ao campo. Atualmente, produtores rurais empregam em suas propriedades modernas tecnologias, através de tratores sofisticados, e equipamentos avançados. Isso acarreta consequências tais como: aumento da produtividade, comprometimento do solo no caso de uso de agrotóxicos, e redução da mão-de-obra substituída pelas máquinas, o que gera desemprego no campo.
Pecuária – é caracterizada pela pecuária intensiva e extensiva. Você sabe qual a diferença?
- Pecuária Intensiva – é aquela onde os animais são confinados em um local pequeno, geralmente currais ou galpões. Geralmente os animais recebem tratamento diferenciado, são vacinados, e possuem acompanhamento com médico veterinário. Sua dieta é baseada no consumo de ração.
- Pecuária Extensiva- nesse tipo de pecuária os animais são criados soltos no pasto, em grandes propriedades, a produtividade é baixa, os animais não recebem vacinas e comem a partir do que encontram nos pastos.
Extrativismo – O Extrativismo consiste na retirada da natureza dos recursos minerais e vegetais. Com essa prática, as paisagens se transformam, e essa atividade econômica também faz parte da área rural, pois são praticadas em espaços considerados rurais. Ao empregar tecnologia, essa prática muitas vezes prejudica o solo, modifica o relevo, e elimina a vegetação nativa.
ATIVIDADE
01)(UNIOESTE - 2011)
Sobre a agricultura no Brasil, leia as assertivas abaixo:
I. A mecanização agrícola e a liberação de mão de obra na agricultura foram importantes fatores de migração da população do campo para as cidades.
II. A concentração fundiária, que se observa, entre outros estados, no Paraná e no Mato Grosso do Sul, é fator de expropriação de camponeses que passam a buscar áreas da fronteira agrícola da Amazônia ou se direcionam aos centros urbanos.
III. Os boias-frias são trabalhadores sazonais característicos da implantação de relações capitalistas modernas no campo.
IV. O avanço da pecuária extensiva na Amazônia e a ocupação das áreas de Cerrado visando à cultura de grãos resultaram na redução da taxa de urbanização dos Estados do Mato Grosso e de Rondônia.
Assinale a alternativa cujas as afirmativas estão corretas.
a) I, III e IV.
b) II, III e IV.
c) III e IV.
d) I, II e IV.
e) I, II e III.
02)Observe o mapa e o texto a seguir:
*Disponível em: Contenidosdigitales
“De grão em grão – transgênico ou não – o cultivo da soja espalhou-se por todas as regiões do Brasil nas três últimas décadas. Ocupa hoje uma área cinco vezes e meia superior à da Holanda. O Brasil foi, em 2003 e 2004, o maior exportador mundial de soja e vem mantendo a posição de segundo maior produtor, após os Estados Unidos. A previsão é de que esta condição de maior exportador mundial volte a ocorrer em breve, consolidando-se ao longo dos próximos anos”.
(SCHLESINGER, S., NORONHA, S. O Brasil está nú! O avanço da monocultura da soja, o grão que cresceu demais. Rio de Janeiro: FASE, 2006).
O mapa acima representa o avanço da produção de soja no Brasil, cuja principal consequência socioespacial foi:
a) a democratização da estrutura fundiária pelo interior do país
b) a expansão da fronteira agrícola sobre as áreas do Cerrado
c) a ampliação de reservas florestais nas áreas do Centro-Oeste
d) a diminuição dos latifúndios improdutivos no território nacional
e) o crescimento da agricultura de subsistência
03)TEXTO I
A nossa luta é pela democratização da propriedade da terra, cada vez mais concentrada em nosso país. Cerca de 1% de todos os proprietários controla 46% das terras. Fazemos pressão por meio da ocupação de latifúndios improdutivos e grandes propriedades, que não cumprem a função social, como determina a Constituição de 1988. Também ocupamos as fazendas que têm origem na grilagem de terras públicas. Disponível em: www.mst.org.br.
TEXTO II
O pequeno proprietário rural é igual a um pequeno proprietário de loja: quanto menor o negócio, mais difícil de manter, pois tem de ser produtivo e os encargos são difíceis de arcar. Sou a favor de propriedades produtivas e sustentáveis e que gerem empregos. Apoiar uma empresa produtiva que gere emprego é muito mais barato e gera muito mais do que apoiar a reforma agrária. LESSA, C. Disponível em: www.observadorpolitico.org.br.
Nos fragmentos dos textos, os posicionamentos em relação à reforma agrária opõem-se. Isso acontece porque os autores associam a reforma agrária, respectivamente, à
a) redução do inchaço urbano e à crítica ao minifúndio camponês.
b) ampliação da renda nacional e à prioridade ao mercado externo.
c) contenção da mecanização agrícola e ao combate ao êxodo rural.
d) privatização de empresas estatais e ao estímulo ao crescimento econômico.
e) correção de distorções históricas e ao prejuízo ao agronegócio.