COLÉGIO ESTADUAL FAUSTO CARDOSO
PROFESSORA Me. Carla Correia
3º ano B do EM- 2ª semana da 3ª e
4ª U
Argumentação
A Argumentação é um recurso retórico da
linguagem utilizado na produção de textos argumentativos, o qual apresenta um
conjunto de proposições, promovendo assim o diálogo e reflexões críticas. Um
bom texto argumentativo inclui a clareza de ideias e o uso correto das normas
gramaticais, ou seja, a coerência e a coesão. De tal maneira, o ato de
argumentar desenvolve a inteligência posto que está pautado na exposição de
ideias ou em opiniões organizadas e fundamentadas acerca de determinado
assunto, com o intuito principal de persuadir o leitor (interlocutor ou
ouvinte).
Note que além de ser uma importante
ferramenta dos textos argumentativos escritos, a argumentação pode ser
utilizada nos discursos orais, por exemplo, numa palestra, debates políticos,
propagandas publicitárias, dentre outros.
Contra
Argumentação
A
contra argumentação é um recurso utilizado para rebater ou refutar as
proposições produzidas pela argumentação. Em outras palavras, ela apresenta uma
opinião contrária à argumentação textual.
A argumentação é, segundo alguns
linguistas, uma atividade fundamental da língua, tendo em vista que, sempre que
falamos algo, movemos conceitos, ideias e valores em defesa de uma visão sobre
o mundo. No entanto, além dessa argumentação implícita, quando temos intenção
consciente de defender algumas ideias, explicitamos nossa argumentação e, para
isso, utilizamos os operadores argumentativos. O texto dissertativo
argumentativo é aquele que apresenta um tema, de forma que argumentação é uma
importante etapa de desenvolvimento.
Operadores
argumentativos
Os operadores argumentativos são
elementos que servem para evidenciar as estratégias argumentativas bem como
para cooperar na coesão do texto, por meio da relação entre as diferentes
ideias apresentadas. Existem diversas funções que podem ser desempenhadas pelos
operadores, como comparação entre argumentos, indicação de pressupostos, entre
outras. Cada função possui um conjunto de elementos possíveis para ser
utilizado, mas é preciso atentar-se ao contexto de uso, pois ele pode
interferir ou modificar o sentido do operador.
Os operadores argumentativos são, assim,
elementos linguísticos capazes de evidenciar os traços argumentativos do
enunciado, apontando, com isso, a direção ou o sentido para o qual o texto está
se voltando. Eles podem ser tanto elementos únicos, como conjunções, como
também elementos mais complexos, como locuções ou estruturas com mais de uma
palavra. Alguns gêneros textuais exigem o uso de operadores, pois são gêneros
que têm o tipo textual argumentativo que possui, como intuito principal,
apresentar um ponto de vista sobre determinado tema, posicionando-se sobre ele
e com estratégias de convencimento aos seus leitores/ouvintes, visando
atraí-los ao mesmo pensamento.
A função do operador é indicar qual tipo
de raciocínio e estratégia argumentativa está sendo utilizado pelo autor, por
isso, na hora de escolher um conectivo para evidenciar tais relações, é
necessário atentar-se ao sentido desejado, para que a conjunção dê conta de
cumprir com a função almejada.
Função dos
operadores argumentativos
As
funções desempenhadas pelos operadores argumentativos são diversas e atendem a
diferentes demandas textuais. A seguir, segue uma lista com as principais
funções dos operadores argumentativos no texto:
·
Reforçar
argumento para uma mesma conclusão: quando se utiliza uma série de ideias,
todas voltadas a uma mesma conclusão, e uma delas recebe uma ênfase de peso,
iniciada geralmente por algum elemento que demarca essa importância, como
“inclusive”.
·
Somar
argumentos para uma mesma conclusão: quando se utiliza o operador argumentativo
para encadear-se ideias que se somam a uma mesma conclusão.
·
Introduzir
conclusão relacionada a argumento anterior: quando se utiliza o operador
argumentativo para iniciar-se a conclusão relacionada a argumentos que foram
apresentados anteriormente.
·
Introduzir
argumentos alternativos que levam a conclusões opostas ou alternativas: quando
se utiliza o operador para criar-se possibilidades ou alternativas de
conclusões: “ou isso ou aquilo”.
·
Estabelecer
relação de comparação para determinada conclusão: quando se utiliza o operador
argumentativo para marcar-se uma comparação entre ideias que se direcionam a
determinada conclusão.
·
Introduzir
uma explicação: quando se explica alguma afirmação feita anteriormente e
utiliza-se o operador argumentativo para marcar-se o início dessa explicação.
·
Contrapor
argumentos de conclusão contrária: quando o operador argumentativo marca uma
ideia de adversidade com a conclusão apresentada.
·
Introduzir
conteúdos pressupostos: quando se utiliza o operador para indicar-se
pressupostos de ideias que serão desenvolvidas.
Essas
são as principais funções que os operadores argumentativos desempenham nos
gêneros textuais que exigem a argumentação explícita. Entretanto, outras
funções podem ser desempenhadas no texto, a depender da argumentação utilizada.
Independentemente da função, o operador argumentativo será o responsável por
evidenciar essa relação estabelecida, assim, é imprescindível que ele esteja
adequado à função exigida.
Tipos de
operadores argumentativos
Assim
como as funções, os operadores argumentativos dividem-se em tipos. Cada grupo
de operadores categoriza uma função argumentativa. A seguir, segue uma lista
com a relação de função e tipos de operadores argumentativos:
·
Reforço
argumentativo: “até”, “mesmo”, “até mesmo”, “inclusive”.
·
Soma
de argumentos: “e”, “também”, “ainda”, “não só”, “mas também”, “acrescenta-se”,
“adicionalmente”, “ademais”, “além disso”, “a mesma maneira”.
·
Introdução
de conclusão: “portanto”, “logo”, “pois”, “diante do exposto”, “desta forma”,
“em resumo”, “por conseguinte”, “a seguir”.
·
Introdução
de conclusões opostas: “ou”, “ou então”, “quer isso… quer aquilo”.
·
Comparação
entre argumentos: “mais que”, “tão… como”.
·
Introdução
de explicação: “porque”, “já que”, “pois”, “isto é”, “assim como”, “no caso”,
“prova disso”, “para isso”, “em consequência”, “isto acarreta”.
·
Contrapor
conclusão contrária: “mas”, “porém”, “contudo”, “todavia”, “embora”, “ainda
que”, “posto que”.
·
Introdução
de pressupostos: “já”, “ainda”, “agora”.
·
Indicativo
de finalidade: “a fim de que”, “visando”.
·
Indicação
de conformidade ou voz de autoridade: “segundo”, “conforme”, “de acordo com”,
“como salienta”, “como considera”.
·
Marcação
temporal: “à medida que”, “a princípio”, “na mesma época”, “à época”,
“anteriormente”, “posteriormente”.
É
importante destacar que, apesar de estarem agrupados em uma mesma categoria, os
operadores argumentativos não podem ser inseridos ou substituídos apenas com
base nesse critério. É necessário analisar-se o contexto no qual o operador
será colocado, buscando adequá-lo aos demais sentidos do texto bem como às
exigências do gênero textual. Além disso, é comum encontrar-se elementos
enquadrados em diferentes classes gramaticais. Isso é comum, pois os operadores
argumentativos não se referem a uma categoria de classes de palavras, e sim a
uma estratégia linguística na construção dos textos. É possível ainda que
outros operadores sejam utilizados na produção textual, existem diversas possibilidades
válidas, mas a adequação ao gênero textual é um exercício fundamental para que
a argumentação seja desenvolvida com qualidade.
ATIVIDADES
QUESTÃO 1
O
mundo é grande
O
mundo é grande e cabe
Nesta
janela sobre o mar.
O
mar é grande e cabe
Na
cama e no colchão de amar.
O
amor é grande e cabe
No
breve espaço de beijar.
(ANDRADE,
Carlos Drummond de. Poesia e prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1983)
Nesse
poema, o poeta realizou uma opção estilística: a reiteração de determinadas
construções e expressões linguísticas, como o uso da mesma conjunção para
estabelecer a relação entre as frases. Essa conjunção estabelece, entre as
ideias relacionadas, um sentido de:
A)
comparação
B)
conclusão
C)
oposição
D)
alternância
E)
finalidade
QUESTÃO 2
Os
filhos de Ana eram bons, uma coisa verdadeira e sumarenta. Cresciam, tomavam
banho, exigiam para si, malcriados, instantes cada vez mais completos. A
cozinha era enfim espaçosa, o fogão enguiçado dava estouros. O calor era forte
no apartamento que estavam aos poucos pagando. Mas o vento batendo nas cortinas
que ela mesma cortara lembrava-lhe que se quisesse podia parar e enxugar a
testa, olhando o calmo horizonte. Como um lavrador. Ela plantara as sementes
que tinha na mão, não outras, mas essas apenas.
LISPECTOR,
C. Laços de família. Rio de Janeiro: Rocco, 1998
A
autora emprega por duas vezes o conectivo mas
no fragmento apresentado. Observando aspectos da organização, estruturação e
funcionalidade dos elementos que articulam o texto, o conectivo mas
A)
expressa o mesmo conteúdo nas duas situações em que aparece no texto.
B)
quebra a fluidez do texto e prejudica a compreensão, se usado no início da
frase.
C)
ocupa posição fixa, sendo inadequado seu uso na abertura da frase.
D)
contém uma ideia de sequência temporal que direciona a conclusão do leitor.
E)
assume funções discursivas distintas nos dois contextos de uso.
QUESTÃO 3
Cultivar
um estilo de vida saudável é extremamente importante para diminuir o risco de
infarto, mas também de problemas como morte súbita e derrame. Significa que
manter uma alimentação saudável e praticar atividade física regularmente já
reduz, por si só, as chances de desenvolver vários problemas. Além disso, é
importante para o controle da pressão arterial, dos níveis de colesterol e de
glicose no sangue. Também ajuda a diminuir o estresse e aumentar a capacidade
física, fatores que, somados, reduzem as chances de infarto. Exercitar-se,
nesses casos, com acompanhamento médico e moderação, é altamente recomendável.
(ATALIA,
M. Nossa vida. Época. 23 mar. 2009)
As
ideias veiculadas no texto se organizam estabelecendo relações que atuam na
construção do sentido. A esse respeito, identifica-se, no fragmento, que
a)
a expressão “Além disso” marca uma sequenciação de ideias.
b)
o conectivo “mas também” inicia oração que exprime ideia de contraste.
c)
o termo “como”, em “como morte súbita e derrame”, introduz uma generalização.
d)
o termo “Também” exprime uma justificativa.
e)
o termo “fatores” retoma coesivamente “níveis de colesterol e de glicose no
sangue”.
QUESTÃO 4
Observe
as formas sublinhadas em:
“Morava
então (1893) em uma casa de pensão no Catete. Já por esse tempo este gênero de
residência florescia no Rio de Janeiro. Aquela era pequena e tranquila.” (l.
11-14)
Esse, este e aquela são formas
empregadas como recursos de coesão textual. Indique a classe gramatical a que
pertencem essas palavras e justifique a escolha de cada uma no trecho de acordo
com a respectiva função textual.
____________________________________________________________________________________________________________________________________________
QUESTÃO 5
Escreva qual é o operador argumentativo
presente em cada uma das frases abaixo:
a) Carlos correu vinte quilômetros, mas não bateu o recorde.
b) Preciso sair, pois tenho uma reunião agora.
c) Você não só permanecerá no emprego, mas também receberá um aumento.
d) Conforme combinaram, os três homens partiram para o carnaval.
QUESTÃO 6
Quanto à relação lógico-semântica estabelecida no segundo balão “Mais rápido que a morte do Teori Zavascki”,
é correto afirmar que:
a)Dá início a uma argumentação que se contradiz ao que é dito no 1º
balão.
b)Estabelece relação de causalidade expressa na fala do sujeito com o
jornal nas mãos.
c)Estabelece uma relação de ordem explicativa, em relação ao 1º balão.
d)Contém uma ideia de sequência temporal que direciona a conclusão
equivocada.
e)Estabelece o sentido de comparação em relação aos casos citados no 1º
balão.
QUESTÃO 7
Análise as afirmações a seguir, acerca de recursos
linguísticos utilizados.
1. No trecho: "Se
a pessoa for "leiturizada", ou seja, já souber como se
estrutura um texto...", a expressão sublinhada foi empregada para
introduzir uma retificação.
02. "exigido
bestamente em concursos públicos" equivale semanticamente a "exigido despropositadamente em concursos
públicos".
03. No trecho: "Como
sempre tive o costume de escrever, às vezes, fico a pensar:", o
segmento sublinhado tem valor causal.
04. O pronome sublinhado no trecho: "pessoas que leem bastante e frequentam
ambientes nos quais prevalece o uso da língua padrão..."
poderia ser substituído por "em que", preservando-se o sentido.
Estão corretas:
a) 1, 2, 3 e 4 b)
2, 3, e 4, apenas c) 1, e 3,
apenas d) 2 e 4, apenas e) 1, 3 e 4, apenas
QUESTÃO 8
Marque a alternativa em que o enunciado NÃO estabelece
CIRCUNSTÂNCIA TEMPORAL:
a) “Depois de deixar o comando do Congresso.”
b) “Durante a última estrofe do 'Hino Nacional'.”
c) “Mas, não seria este o primeiro sinal da solidão de Sarney.”
d) “No início da noite da quarta-feira 3.”
e) “No fim de fevereiro, quando chegava ao Plenário.”
QUESTÃO 9
O texto, que narra uma parte do jogo final do Campeonato Carioca de
futebol, realizado em 2009, contém vários conectivos, sendo que
a) “após” é conectivo de causa, já que apresenta o motivo de a zaga
alvinegra ter rebatido a bola de cabeça.
b) “enquanto” tem um significado alternativo, porque conecta duas
opções possíveis para serem aplicadas no jogo.
c) “no entanto” tem o significado de
tempo, porque ordena os fatos observados no jogo em ordem cronológica de
ocorrência.
d) “mesmo” traz ideia de
concessão, já que “com mais posse de bola", ter dificuldade não é algo
naturalmente esperado.
e) “por causa de” indica consequência, porque as tentativas de ataque
do Flamengo motivaram o Botafogo a fazer um bloqueio.
QUESTÃO 10
Leia o anúncio: “Descontos para
você levar sem sair de casa”. No período, o conector discursivo sublinhado
indica:
a) finalidade
b) adição
b) concessão
c) modo
d) movimento
e) adição
1 –Argumentação:
2- Operadores argumentativos:
Complementação do Estudo:
https://www.todamateria.com.br/a-argumentacao/
A
persistência é o caminho do êxito.
Charles Chaplin