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domingo, 17 de janeiro de 2021

3º ano B do EM- 2ª semana da 3ª e 4ª U

COLÉGIO ESTADUAL FAUSTO CARDOSO

PROFESSORA Me. Carla Correia

3º ano B do EM- 2ª semana da 3ª e 4ª U

 

Argumentação

 

A Argumentação é um recurso retórico da linguagem utilizado na produção de textos argumentativos, o qual apresenta um conjunto de proposições, promovendo assim o diálogo e reflexões críticas. Um bom texto argumentativo inclui a clareza de ideias e o uso correto das normas gramaticais, ou seja, a coerência e a coesão. De tal maneira, o ato de argumentar desenvolve a inteligência posto que está pautado na exposição de ideias ou em opiniões organizadas e fundamentadas acerca de determinado assunto, com o intuito principal de persuadir o leitor (interlocutor ou ouvinte).

Note que além de ser uma importante ferramenta dos textos argumentativos escritos, a argumentação pode ser utilizada nos discursos orais, por exemplo, numa palestra, debates políticos, propagandas publicitárias, dentre outros.

 

Contra Argumentação

 

A contra argumentação é um recurso utilizado para rebater ou refutar as proposições produzidas pela argumentação. Em outras palavras, ela apresenta uma opinião contrária à argumentação textual.

A argumentação é, segundo alguns linguistas, uma atividade fundamental da língua, tendo em vista que, sempre que falamos algo, movemos conceitos, ideias e valores em defesa de uma visão sobre o mundo. No entanto, além dessa argumentação implícita, quando temos intenção consciente de defender algumas ideias, explicitamos nossa argumentação e, para isso, utilizamos os operadores argumentativos. O texto dissertativo argumentativo é aquele que apresenta um tema, de forma que argumentação é uma importante etapa de desenvolvimento.

 

Operadores argumentativos

Os operadores argumentativos são elementos que servem para evidenciar as estratégias argumentativas bem como para cooperar na coesão do texto, por meio da relação entre as diferentes ideias apresentadas. Existem diversas funções que podem ser desempenhadas pelos operadores, como comparação entre argumentos, indicação de pressupostos, entre outras. Cada função possui um conjunto de elementos possíveis para ser utilizado, mas é preciso atentar-se ao contexto de uso, pois ele pode interferir ou modificar o sentido do operador.

Os operadores argumentativos são, assim, elementos linguísticos capazes de evidenciar os traços argumentativos do enunciado, apontando, com isso, a direção ou o sentido para o qual o texto está se voltando. Eles podem ser tanto elementos únicos, como conjunções, como também elementos mais complexos, como locuções ou estruturas com mais de uma palavra. Alguns gêneros textuais exigem o uso de operadores, pois são gêneros que têm o tipo textual argumentativo que possui, como intuito principal, apresentar um ponto de vista sobre determinado tema, posicionando-se sobre ele e com estratégias de convencimento aos seus leitores/ouvintes, visando atraí-los ao mesmo pensamento.

A função do operador é indicar qual tipo de raciocínio e estratégia argumentativa está sendo utilizado pelo autor, por isso, na hora de escolher um conectivo para evidenciar tais relações, é necessário atentar-se ao sentido desejado, para que a conjunção dê conta de cumprir com a função almejada.

 

Função dos operadores argumentativos

As funções desempenhadas pelos operadores argumentativos são diversas e atendem a diferentes demandas textuais. A seguir, segue uma lista com as principais funções dos operadores argumentativos no texto:

 

·         Reforçar argumento para uma mesma conclusão: quando se utiliza uma série de ideias, todas voltadas a uma mesma conclusão, e uma delas recebe uma ênfase de peso, iniciada geralmente por algum elemento que demarca essa importância, como “inclusive”.

·         Somar argumentos para uma mesma conclusão: quando se utiliza o operador argumentativo para encadear-se ideias que se somam a uma mesma conclusão.

·         Introduzir conclusão relacionada a argumento anterior: quando se utiliza o operador argumentativo para iniciar-se a conclusão relacionada a argumentos que foram apresentados anteriormente.

·         Introduzir argumentos alternativos que levam a conclusões opostas ou alternativas: quando se utiliza o operador para criar-se possibilidades ou alternativas de conclusões: “ou isso ou aquilo”.

·         Estabelecer relação de comparação para determinada conclusão: quando se utiliza o operador argumentativo para marcar-se uma comparação entre ideias que se direcionam a determinada conclusão.

·         Introduzir uma explicação: quando se explica alguma afirmação feita anteriormente e utiliza-se o operador argumentativo para marcar-se o início dessa explicação.

·         Contrapor argumentos de conclusão contrária: quando o operador argumentativo marca uma ideia de adversidade com a conclusão apresentada.

·         Introduzir conteúdos pressupostos: quando se utiliza o operador para indicar-se pressupostos de ideias que serão desenvolvidas.

 

Essas são as principais funções que os operadores argumentativos desempenham nos gêneros textuais que exigem a argumentação explícita. Entretanto, outras funções podem ser desempenhadas no texto, a depender da argumentação utilizada. Independentemente da função, o operador argumentativo será o responsável por evidenciar essa relação estabelecida, assim, é imprescindível que ele esteja adequado à função exigida.

 

Tipos de operadores argumentativos

Assim como as funções, os operadores argumentativos dividem-se em tipos. Cada grupo de operadores categoriza uma função argumentativa. A seguir, segue uma lista com a relação de função e tipos de operadores argumentativos:

 

·         Reforço argumentativo: “até”, “mesmo”, “até mesmo”, “inclusive”.

·         Soma de argumentos: “e”, “também”, “ainda”, “não só”, “mas também”, “acrescenta-se”, “adicionalmente”, “ademais”, “além disso”, “a mesma maneira”.

·         Introdução de conclusão: “portanto”, “logo”, “pois”, “diante do exposto”, “desta forma”, “em resumo”, “por conseguinte”, “a seguir”.

·         Introdução de conclusões opostas: “ou”, “ou então”, “quer isso… quer aquilo”.

·         Comparação entre argumentos: “mais que”, “tão… como”.

·         Introdução de explicação: “porque”, “já que”, “pois”, “isto é”, “assim como”, “no caso”, “prova disso”, “para isso”, “em consequência”, “isto acarreta”.

·         Contrapor conclusão contrária: “mas”, “porém”, “contudo”, “todavia”, “embora”, “ainda que”, “posto que”.

·         Introdução de pressupostos: “já”, “ainda”, “agora”.

·         Indicativo de finalidade: “a fim de que”, “visando”.

·         Indicação de conformidade ou voz de autoridade: “segundo”, “conforme”, “de acordo com”, “como salienta”, “como considera”.

·         Marcação temporal: “à medida que”, “a princípio”, “na mesma época”, “à época”, “anteriormente”, “posteriormente”.

É importante destacar que, apesar de estarem agrupados em uma mesma categoria, os operadores argumentativos não podem ser inseridos ou substituídos apenas com base nesse critério. É necessário analisar-se o contexto no qual o operador será colocado, buscando adequá-lo aos demais sentidos do texto bem como às exigências do gênero textual. Além disso, é comum encontrar-se elementos enquadrados em diferentes classes gramaticais. Isso é comum, pois os operadores argumentativos não se referem a uma categoria de classes de palavras, e sim a uma estratégia linguística na construção dos textos. É possível ainda que outros operadores sejam utilizados na produção textual, existem diversas possibilidades válidas, mas a adequação ao gênero textual é um exercício fundamental para que a argumentação seja desenvolvida com qualidade.

 

 

ATIVIDADES

 

QUESTÃO 1

 

O mundo é grande

 

O mundo é grande e cabe

Nesta janela sobre o mar.

O mar é grande e cabe

Na cama e no colchão de amar.

O amor é grande e cabe

No breve espaço de beijar.

 

(ANDRADE, Carlos Drummond de. Poesia e prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1983)

 

Nesse poema, o poeta realizou uma opção estilística: a reiteração de determinadas construções e expressões linguísticas, como o uso da mesma conjunção para estabelecer a relação entre as frases. Essa conjunção estabelece, entre as ideias relacionadas, um sentido de:

 

A) comparação

B) conclusão

C) oposição

D) alternância

E) finalidade

 

QUESTÃO 2

 

Os filhos de Ana eram bons, uma coisa verdadeira e sumarenta. Cresciam, tomavam banho, exigiam para si, malcriados, instantes cada vez mais completos. A cozinha era enfim espaçosa, o fogão enguiçado dava estouros. O calor era forte no apartamento que estavam aos poucos pagando. Mas o vento batendo nas cortinas que ela mesma cortara lembrava-lhe que se quisesse podia parar e enxugar a testa, olhando o calmo horizonte. Como um lavrador. Ela plantara as sementes que tinha na mão, não outras, mas essas apenas.

LISPECTOR, C. Laços de família. Rio de Janeiro: Rocco, 1998

 

A autora emprega por duas vezes o conectivo mas no fragmento apresentado. Observando aspectos da organização, estruturação e funcionalidade dos elementos que articulam o texto, o conectivo mas

 

A) expressa o mesmo conteúdo nas duas situações em que aparece no texto.

B) quebra a fluidez do texto e prejudica a compreensão, se usado no início da frase.

C) ocupa posição fixa, sendo inadequado seu uso na abertura da frase.

D) contém uma ideia de sequência temporal que direciona a conclusão do leitor.

E) assume funções discursivas distintas nos dois contextos de uso.

 

QUESTÃO 3

 

Cultivar um estilo de vida saudável é extremamente importante para diminuir o risco de infarto, mas também de problemas como morte súbita e derrame. Significa que manter uma alimentação saudável e praticar atividade física regularmente já reduz, por si só, as chances de desenvolver vários problemas. Além disso, é importante para o controle da pressão arterial, dos níveis de colesterol e de glicose no sangue. Também ajuda a diminuir o estresse e aumentar a capacidade física, fatores que, somados, reduzem as chances de infarto. Exercitar-se, nesses casos, com acompanhamento médico e moderação, é altamente recomendável.

(ATALIA, M. Nossa vida. Época. 23 mar. 2009)

 

As ideias veiculadas no texto se organizam estabelecendo relações que atuam na construção do sentido. A esse respeito, identifica-se, no fragmento, que

a) a expressão “Além disso” marca uma sequenciação de ideias.

b) o conectivo “mas também” inicia oração que exprime ideia de contraste.

c) o termo “como”, em “como morte súbita e derrame”, introduz uma generalização.

d) o termo “Também” exprime uma justificativa.

e) o termo “fatores” retoma coesivamente “níveis de colesterol e de glicose no sangue”.

 

QUESTÃO 4

Observe as formas sublinhadas em:

“Morava então (1893) em uma casa de pensão no Catete. Já por esse tempo este gênero de residência florescia no Rio de Janeiro. Aquela era pequena e tranquila.” (l. 11-14)

 

Esse, este e aquela são formas empregadas como recursos de coesão textual. Indique a classe gramatical a que pertencem essas palavras e justifique a escolha de cada uma no trecho de acordo com a respectiva função textual.

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QUESTÃO 5

 Escreva qual é o operador argumentativo presente em cada uma das frases abaixo:

a) Carlos correu vinte quilômetros, mas não bateu o recorde.

b) Preciso sair, pois tenho uma reunião agora.

c) Você não só permanecerá no emprego, mas também receberá um aumento.

d) Conforme combinaram, os três homens partiram para o carnaval.

 

QUESTÃO 6

 


Quanto à relação lógico-semântica estabelecida no segundo balão “Mais rápido que a morte do Teori Zavascki”, é correto afirmar que:

 

a)Dá início a uma argumentação que se contradiz ao que é dito no 1º balão.

b)Estabelece relação de causalidade expressa na fala do sujeito com o jornal nas mãos.

c)Estabelece uma relação de ordem explicativa, em relação ao 1º balão.

d)Contém uma ideia de sequência temporal que direciona a conclusão equivocada.

e)Estabelece o sentido de comparação em relação aos casos citados no 1º balão.

 

QUESTÃO 7

Análise as afirmações a seguir, acerca de recursos linguísticos utilizados.

1. No trecho: "Se a pessoa for "leiturizada", ou seja, já souber como se estrutura um texto...", a expressão sublinhada foi empregada para introduzir uma retificação.

02. "exigido bestamente em concursos públicos" equivale semanticamente a "exigido despropositadamente em concursos públicos".

03. No trecho: "Como sempre tive o costume de escrever, às vezes, fico a pensar:", o segmento sublinhado tem valor causal.

04. O pronome sublinhado no trecho: "pessoas que leem bastante e frequentam ambientes nos quais prevalece o uso da língua padrão..." poderia ser substituído por "em que", preservando-se o sentido.

Estão corretas:

a) 1, 2, 3 e 4        b) 2, 3, e 4, apenas       c) 1, e 3, apenas     d) 2 e 4, apenas     e) 1, 3 e 4, apenas

QUESTÃO 8

Marque a alternativa em que o enunciado NÃO estabelece CIRCUNSTÂNCIA TEMPORAL:

a) “Depois de deixar o comando do Congresso.”

b) “Durante a última estrofe do 'Hino Nacional'.”

c) “Mas, não seria este o primeiro sinal da solidão de Sarney.”

d) “No início da noite da quarta-feira 3.”

e) “No fim de fevereiro, quando chegava ao Plenário.”

 

QUESTÃO 9



O texto, que narra uma parte do jogo final do Campeonato Carioca de futebol, realizado em 2009, contém vários conectivos, sendo que

 

a)    “após” é conectivo de causa, já que apresenta o motivo de a zaga alvinegra ter rebatido a bola de cabeça.

b)    “enquanto” tem um significado alternativo, porque conecta duas opções possíveis para serem aplicadas no jogo.  

c)    “no entanto” tem o significado de tempo, porque ordena os fatos observados no jogo em ordem cronológica de ocorrência.

d)    “mesmo”  traz ideia de concessão, já que “com mais posse de bola", ter dificuldade não é algo naturalmente esperado. 

e)    “por causa de” indica consequência, porque as tentativas de ataque do Flamengo motivaram o Botafogo a fazer um bloqueio.

 

QUESTÃO 10

Leia o anúncio: “Descontos para você levar sem sair de casa”. No período, o conector discursivo sublinhado indica:

a) finalidade

b) adição

b) concessão

c) modo

d) movimento

e) adição

 

 

 

 

 

1 –Argumentação:

https://youtu.be/_PJM0YJGWdo

 

2- Operadores argumentativos:

 

https://youtu.be/l6Ksxsaq7Ag

 

https://youtu.be/I2_Zrz9WRU0

 

https://youtu.be/areqYxRwz2A

 

 

 

 

Complementação do Estudo:

https://www.todamateria.com.br/a-argumentacao/

 

 

 

A persistência é o caminho do êxito.

 

Charles Chaplin