IV unidade – Biologia
Aula 2
Relações ecológicas
Relações ecológicas interespecíficas e intraespecíficas
As relações ecológicas interespecíficas são interações que ocorrem entre indivíduos de espécies diferentes. Já as relações intraespecíficas ocorrem entre indivíduos de uma mesma espécie. A relação conhecida como mutualismo é um exemplo de relação ecológica interespecífica, enquanto a sociedade é uma relação ecológica intraespecífica.
Relações harmônicas e desarmônicas
As relações ecológicas podem ser classificadas ainda em harmônicas, também chamadas de positivas, e desarmônicas, também chamadas de negativas. As relações harmônicas são aquelas que, como o nome sugere, não causam prejuízos aos envolvidos, sendo essas relações benéficas para todos ou, ainda, para um dos envolvidos sem haver prejuízo nem benefício para o outro. Um exemplo de relação harmônica é o comensalismo.
As relações desarmônicas, por sua vez, são aquelas em que um dos envolvidos não é beneficiado com a interação, ou seja, um organismo é prejudicado. Um exemplo de relação desarmônica é o predatismo.
Exemplos de relações ecológicas
As relações ecológicas podem ser interespecíficas harmônicas, interespecíficas desarmônicas, intraespecíficas harmônicas e intraespecíficas desarmônicas.
Relações ecológicas intraespecíficas
Harmônicas:
- Sociedade: Indivíduos da mesma espécie cooperam entre si e estabelecem divisão de trabalho. Nessa relação ecológica, não há união física entre os indivíduos. Exemplo: sociedade das abelhas.
- Colônia: Os indivíduos estão anatomicamente unidos, podendo ocorrer ou não divisão do trabalho. Exemplo: Caravela-portuguesa.
Desarmônicas:
- Canibalismo: Um indivíduo mata e alimenta-se de outro da mesma espécie. Exemplo: A fêmea do louva-a-deus alimenta-se do macho após a cópula.
- Competição: Indivíduos da mesma espécie competem por recursos, tais como alimento, área e parceiros. Exemplo: Leões brigam por território.
Relações ecológicas interespecíficas
Harmônicas:
- Comensalismo: Indivíduos de espécies diferentes interagem e apenas um deles é beneficiado com a interação, mas sem causar prejuízo ao outro. Exemplo: O urubu alimenta-se dos restos de alimento jogados pelo homem em ambientes abertos.
- Mutualismo: Indivíduos de espécies diferentes interagem e ambos se beneficiam. O mutualismo pode ser facultativo ou obrigatório. No mutualismo facultativo, os participantes podem viver de maneira independente; no obrigatório, um dos envolvidos pode não sobreviver, caso a interação seja desfeita. Exemplos: Líquen (mutualismo obrigatório), caranguejo-eremita e anêmona-do-mar (mutualismo facultativo)
Desarmônicas:
- Amensalismo: Um organismo libera compostos que impedem ou inibem o desenvolvimento de um organismo de outra espécie. Exemplo: Fungos liberam substâncias que causam a morte de certas bactérias.
- Parasitismo: Um organismo (parasita) retira de outro (hospedeiro) os nutrientes necessários para sua sobrevivência. Exemplo: Piolho vivendo no homem.
- Predatismo: Um organismo mata e alimenta-se do outro de outra espécie. Exemplo: Leão quando se alimenta de uma zebra.
- Competição: Indivíduos de espécies diferentes brigam por recursos, como alimento e espaço. Exemplo: Vários herbívoros vivendo em uma mesma área.
Atenção: A protocooperação e o inquilinismo não foram apresentados porque muitos autores preferem considerar a protocooperação como mutualismo facultativo, assim como o inquilinismo é considerado um tipo de comensalismo.
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Protocooperação é uma relação ecológica harmônica interespecífica não
obrigatória, ao contrário das relações mutualísticas com vínculo de dependência
orgânica, na qual há vantagens recíprocas entre as espécies que se relacionam,
ou seja, ocorre comum beneficiamento entre ambos os organismos, vivendo de
forma independente.
Um exemplo dessa relação é a interação mantida entre a anêmona do mar e o
paguro (carangueijo), crustáceo que vive no interior de conchas vazias de
gastropodes, permitindo a existência de anemônas sobre a estrutura das conchas.
Os cnidários protegem o paguro contra predação, devido a presença de
substâncias urticantes contidas em seus tentáculos. Os caranguejos ao se
deslocarem no substrato marinho possibilitam às anêmonas maior chance de
obtenção de alimento e propagação, mesmo que através da reprodução, o
desenvolvimento indireto da forma larval de vida livre, proporcione maior
disperssão.
- Inquilinismo é uma relação ecológica em que indivíduos de espécies diferentes interagem, porém apenas uma espécie beneficia-se da interação, e a outra não é prejudicada nem beneficiada.
No inquilinismo temos o organismo chamado de inquilino e o hospedeiro. O inquilino estabelece-se no corpo do hospedeiro de modo a conseguir abrigo, proteção ou suporte sem causar nenhum dano a esse outro ser vivo. O hospedeiro, nesse caso, diferencia-se do hospedeiro presente em uma relação de parasitismo, pois, nesta, o parasita retira os nutrientes de que precisa do outro organismo.
As epífitas são, sem dúvidas, o exemplo mais conhecido de inquilinismo. Essas plantas, como bromélias e orquídeas, desenvolvem-se sobre o tronco de outras plantas (chamadas de forófitos), porém não causam nenhum prejuízo às plantas onde crescem. Diferentemente das chamadas plantas parasitas, que retiram nutrientes da planta hospedeira, as epífitas são capazes de retirar as substâncias necessárias para sua sobrevivência, por exemplo, da umidade atmosférica e detritos acumulados.
Publicado por: Vanessa Sardinha dos Santos
Fontes:
https://mundoeducacao.uol.com.br/biologia/relacoes-ecologicas.htm
https://soexercicios.com.br/plataforma/questoes-de-vestibular/ENEM/15366/-relacoes-ecologicas-biologia-/1
Vídeo - aula: O QUE SÃO RELAÇÕES ECOLÓGICAS E COMO CAEM NO VESTIBULAR? | QUER QUE DESENHE?
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