3ª AULA- Tema: Vida econômica colonial
Período Colonial na História do Brasil teve início em 1500,
com a oficialização da posse do território pela coroa portuguesa. O encarregado
da tarefa foi Pedro Álvares Cabral, tradicionalmente considerado o homem que
descobriu o Brasil, apesar de pesquisas recentes confirmarem a presença de
outro navegador português, Duarte Pacheco Pereira, em 1498, em missão secreta
no litoral norte do País. Seguramente, nessa mesma época, também es- tiveram
por aqui franceses e espanhóis.
Pacto Colonial
A ocupação das terras americanas pelo reino português, além
de motivações político-religiosas – criação de um império ultramarino e expansão da fé católica –, teve forte apelo
econômico: a exploração de riquezas em benefício dos portugueses.
Assim, estabeleceram-se relações entre a Colônia – o Brasil – e a Metrópole, Portugal, determinadas pelo Pacto Colonial, também conhecido como “Exclusivo Metropolitano”.
Esse pacto estabelecia que a Colônia só podia comercializar
com a Metrópole. Os portugueses eram os únicos compradores para os produtos
coloniais e, também, os únicos fornecedores das mercadorias importadas, muitas
delas essenciais à vida na Colônia. Essa relação assegurava expressivos lucros
à Metrópole e uma situação de total dependência econômica à Colônia.
Contudo, é importante esclarecer que novas interpretações
sobre as relações Metrópole-Colônia identificam que, na prática, havia uma
dinâmica interna na vida econômica colonial que escapava ao esquema explicativo
sugerido no conceito de sistema colonial, cujo principal elemento era
justamente o Pacto Colonial.
Diante disso, se é didático explicar a vida econômica
colonial sob o prisma do Pacto Colonial, não se pode perder a perspectiva de
que esse pacto não funcionava de maneira absoluta, totalizante, pois havia
brechas que permitiam o estabelecimento de uma economia in- terna na Colônia
que escapava ao controle metropolitano. É o caso, por exemplo, da produção e do
comércio interno de alimentos.
Pau-brasil
A exploração do pau-brasil, árvore da qual se extraía um
valioso corante para produzir diversos tons avermelhados, foi o primeiro monopólio
metropolitano, denominado “estanco”, em terras coloniais. A tintura do pau-brasil era um
produto muito valorizado
na Europa, destinado às
manufaturas têxteis, pois os
tecidos coloridos tinham maior valor comercial.
O trabalho de extração e transporte da madeira foi tarefa
atribuída aos indígenas. Os nativos deviam encontrar as árvores, que, em 1558,
estavam a cerca de 15 quilômetros do litoral. Depois de derrubá-las, tiravam os
galhos, preparavam a madeira e carregavam as toras, que chegavam a pesar 30
quilos, até as feitorias do litoral. Em troca desse trabalho, recebiam
instrumentos de metal, como facas, machados, foices, tesouras e armas, além de
roupas, fitas, espelhos e alfinetes. Essa troca de trabalho por produto era
conhecida como “escambo”.
Açúcar
O açúcar foi o principal produto de exportação brasileira
até meados do século XIX, mas o auge da produção açucareira ocorreu entre 1570
e 1620.
Portugal, em seu projeto de colonização do Brasil,
introduziu o cultivo da cana-de-açúcar, uma planta asiática que os portugueses
já exploravam comercialmente em suas ilhas atlânticas. Havia aqui condições
adequadas, como o solo massapê e o clima tropical. Além disso, no início do
século XVI, o açúcar era um produto muito caro na Europa.
A produção de açúcar no Brasil colonial caracterizou-se pelo
sistema de PLANTATION,
ou seja, latifúndio
monocultor, com produção voltada para
a exportação, e
utilização de trabalho
escravo do negro africano. Pesquisas recentes, no
entanto, têm demonstrado que, além
dos latifúndios, também
houve produção açucareira
em propriedades menores, além de
muitas fazendas voltadas para a produção de gêneros alimentícios para o consumo
interno.
Para a efetivação do negócio do açúcar, Portugal contou com a colaboração de empresários dos Países Baixos, que investiam capitais para a instalação dos engenhos, compravam o açúcar em Lisboa e, depois de refiná-lo, distribuíam-no por toda a Europa.
O engenho era a fazenda produtora de açúcar, constituída
tanto da plantação de cana quanto das instalações que a transformavam em
açúcar: a moenda, na qual se extraía o caldo da cana; as caldeiras, onde o
caldo era fervido e engrossado, transformando-se no melaço; e a casa de purgar,
onde o melaço, depois de colocado em fôrmas, era posto para clarear e secar.
Depois de endurecer, o açúcar era encaixotado e transportado para as embarcações
que o levavam para a Europa.
REFERÊNCIAS
Enem e Vestibulares. CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS:
História do Brasil. Produção editorial: Gold Editora. 2020.
Liks sobre o assunto trabalhado nesta aula:
Economia Colonial. Disponível: https://www.youtube.com/watch?v=iMLutystMzE . Acesso em: 09/01/2021.
ATIVIDADE DE AVERIGUAÇÃO DE APRENDIZAGEM
Entregar para o professor via formulário google, ate o dia 03/02/2021.
A partir do texto acima, e do links para pesquisa indicados
pelo professor, responda as questões abaixo.
Formulário google forms: 1ª Séries - ENSINO MÉDIO:
https://docs.google.com/forms/d/1GTVZ8M5sF7T5k0E0S31H1krRDCJ74kx-PRCc-1WWv5A/edit
1. Outro nome que também é dado ao Pacto Colonial é:
a) Pacto de Mão Única
b) Exclusivo metropolitano
c) Mercantilismo ilustrado.
d) Capitalismo unilateral
e) Pacto do excedente metalista.
2. No período pré-colonial a atividade econômica que teve
maior destaque foi:
a) pau-brasil
b) mineração
c) cana-de-açúcar
d) café
e) algodão
3. (Enem) O açúcar e suas técnicas de produção foram levados
à Europa pelos árabes no século VIII, durante a Idade Média, mas foi
principalmente a partir das Cruzadas (séculos XI e XIII) que a sua procura foi
aumentando. Nessa época, passou a ser importado do Oriente Médio e produzido em
pequena escala no sul da Itália, mas continuou a ser um produto de luxo,
extremamente caro, chegando a figurar nos dotes de princesas casadoiras".
CAMPOS, R. Grandeza do Brasil no tempo de Antonil
(1681-1716). São Paulo: Atual, 1996.
Considerando o conceito do Antigo Sistema Colonial, o açúcar
foi o produto escolhido por Portugal para dar início à colonização brasileira,
em virtude de:
a) O lucro obtido com o seu comércio ser muito vantajoso.
b) Os árabes serem aliados históricos dos portugueses.
c) A mão de obra necessária para o cultivo ser insuficiente.
d) As feitorias africanas facilitarem a comercialização
desse produto.
e) Os nativos da América dominarem uma técnica de cultivo
semelhante.