Colégio Estadual Fausto Cardoso
Turma/Série: 3º série A, B, C e D - Ensino Médio
Disciplina: História
Professor: Antonio José dos Santos Junior
Tema: Primeira República
Governo Campos Sales - Política dos Governadores
Movimento Operário Brasileiro - Greve Geral de 1917
República das Oligarquias
Nas eleições presidenciais para a sucessão de Floriano Peixoto, saiu vencedor o cafeicultor paulista Prudente de Morais, que governou o Brasil entre 1894 e 1898. Com ele, iniciava-se a segunda fase da República Velha, a República das Oligarquias, que se encerrou com a Revolução de 1930.
Coronelismo
Os “coronéis” eram grandes proprietários rurais, que dominavam sua região econômica e politicamente: controlavam os votos de todos aqueles que dependiam deles, o que ficou denominado “voto de cabresto”, e também utilizavam a fraude eleitoral para garantir a vitória de seus candidatos.
Esses “coronéis” também se valiam de seus jagunços para exercer pressão sobre os eleitores. Assim, os “coronéis” regionais formavam as oligarquias, que dominavam os governos municipais e estaduais. Essas oligarquias estaduais trocavam favores com o governo federal, garantindo apoio recíproco: era a chamada Política dos Governadores.
Política do Café com Leite
Entre as oligarquias estaduais que dominavam o Brasil durante a República Velha, a paulista e a mineira se uniram e conseguiram hegemonia.
Como tinham os maiores colégios eleitorais, São Paulo – o maior produtor de café do Brasil – e Minas Gerais, o segundo maior produtor de café e grande criador de gado leiteiro, possuíam, juntos, o maior número de deputados na Câmara Federal. Com isso, controlavam a política nacional: nove entre os 11 presidentes eleitos até 1930 pertenciam às oligarquias mineira e paulista.
Isso garantia prerrogativas especiais aos dois estados. Em 1906, no Convênio de Taubaté, foi idealizada a Política de Valorização do Café, pela qual os governos estaduais e até o federal compravam, estocavam e queimavam o excedente do produto, quando a superprodução ameaçava ocasionar prejuízos aos cafeicultores.
Contudo, análises recentes das sucessões presidenciais na Primeira República mostram que a famosa aliança entre Minas Gerais e São Paulo, não controlou de forma exclusiva o regime republicano. Havia outros quatros estados, pelo menos, com acentuada importância no cenário político: Rio Grande dos Sul, Rio de Janeiro, Bahia e Pernambuco. Os seis, para garantirem sua hegemonia, possuíam uma forte economia e (ou) uma elite política compacta e bem representada no Parlamento.
Industrialização
Durante a República Velha, o Brasil manteve a tradição de ser um país agroexportador. Contudo, iniciou-se um processo de industrialização, sobretudo na região Sudeste, onde havia capitais excedentes, gerados, como já visto, pela cafeicultura. Durante a Primeira Guerra Mundial (1914-1918), com as importações interrompidas, ocorreu o maior desenvolvimento industrial da República Velha.
Essa industrialização caracterizou-se, então, pela substituição de importações, principalmente de tecidos e alimentos. Manteve-se, contudo, a dependência do Brasil em relação ao exterior, devido às importações de bens de capital, como máqui-nas e ferramentas.
Movimento operário no Brasil
O movimento operário no Brasil nasceu durante o processo de industrialização do país, estimulado pelo capital acumulado com a produção cafeeira e pela mão de obra disponível, principalmente dos imigrantes europeus.
Entre os anos de 1887 e 1930, o Brasil recebeu quase 4 milhões de estrangeiros. Inicialmente, eles eram direcionados para trabalhar nas plantações de café. No entanto, muitos se sentiram atraídos pelas cidades, deslocando-se do campo para os centros urbanos com a expectativa de encontrar postos de trabalho nas indústrias.
Como nas cidades o convívio social era mais estreito, os trabalhadores das fábricas começaram a organizar seus organismos de classe, direcionados para a conquista de direitos e melhores salários.
Assim, com as fábricas, surgiu o movimento operário no Brasil. No início do século XX, cada fábrica possuía suas normas específicas. Os trabalhadores não possuíam nenhuma legislação a seu favor garantindo descanso semanal, licença-saúde ou licença-maternidade.
Os operários trabalhavam até 16 horas por dia, em péssimas condições e vigiados a todo momento. A difícil situação os impulsionou a criar sindicatos, partidos e associações. De modo geral, eles reivindicavam melhores condições de vida, de salário, de trabalho, de saúde, etc.
Em 1906, operários do Sudeste organizaram o 1° Congresso Operário Brasileiro, na cidade do Rio de Janeiro. Nele, os operários lutaram pela diminuição da jornada de trabalho, abolição das multas aos funcionários e a legalização do trabalho feminino.
Os trabalhadores organizaram greves pela redução das horas de trabalho, no entanto, elas foram duramente reprimidas. Na época, os conflitos entre patrões e empregados eram considerados casos de polícia. Com isso, era bastante comum a prisão de trabalhadores e a deportação dos estrangeiros, considerados “perturbadores da ordem pública”.
A Lei Adolfo Gordo legalizava tal prática, regulamentando a expulsão de 132 estrangeiros só no ano de 1907. Os líderes operários eram, em sua maioria, italianos e espanhóis que traziam da Europa influências sindicais vistas como ameaças pelo empresariado brasileiro.
A greve era a principal arma utilizada pelos operários para conquistar seus direitos. Houve casos em que elas surtiram efeito, fazendo com que eles obtivessem algumas de suas demandas atendidas. No entanto, como não havia um respaldo da lei, rapidamente eles voltavam à condição anterior.
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| Greve Geral de 1917, na Cidade de São Paulo |
Os movimentos grevistas mais significativos eram aqueles que abalavam setores estratégicos da economia, ou aqueles que mobilizavam milhares de trabalhadores das mais variadas categorias. Exemplos desses movimentos foram as paralisações de estivadores e ferroviários, assim como a Greve Geral de 1917 que ocorreu em São Paulo. As duas doutrinas que mais influenciaram os movimentos grevistas foram o socialismo e o anarquismo.
REFERÊNCIAS
Enem e Vestibulares. CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS: História do Brasil. Produção editorial: Gold Editora. 2020.
TEODORO, Viviane. Movimento operário no Brasil. Disponível em: https://escolaeducacao.com.br/movimento-operario-no-brasil/. Acesso: 23/06/2020.
Liks sobre o assunto trabalhado nesta aula:
Dia do trabalhador: conheça a conquista do proletariado ao longo dos anos. Disponível em: https://www.migalhas.com.br/quentes/278889/dia-do-trabalhador-conheca-a-conquista-do-proletariado-ao-longo-dos-anos. Acesso: 23/06/2020.
MARINGONI, Gilberto. A longa jornada dos direitos trabalhistas. Disponível em: https://www.ipea.gov.br/desafios/index.php?option=com_content&id=2909:catid=28. Acesso: 23/06/2020.
Canal do Youtube, se liga nessa História - Priemira Republica: Governo Campos Sales. https://www.youtube.com/watch?v=lsatzqcrT0o
Canal do Youtube: Na cola da prova. INDÚSTRIA NO BRASIL E GREVE GERAL DE 1917.Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=7tmmuUBrViY. Acesso: 23/06/2020.
ATIVIDADE DE AVERIGUAÇÃO DE APRENDIZAGEM
Entregar para o professor via whatsapp ou formulário google, ate o dia 14/07/2020.
A partir do texto acima, vídeosaulas e do links para pesquisa indicados pelo professor, responda as questões abaixo.
1. Entre as principais características do modelo político adotado no Brasil durante a Primeira República (1889-1930), destacaram-se:
a) a política do Regresso Conservador, o militarismo e o voto censitário.
b) a “política dos governadores”, o coronelismo e o “voto de cabresto”.
c) o “parlamentarismo às avessas”, o clientelismo e o voto a descoberto.
d) a “política do café com leite”, o coronelismo e o voto secreto censitário.
e) a política de valorização do café, o populismo e o voto universal.
2. Qual personagem político, grande proprietário rural, era a base do poder político local (nas cidades do interior), durante a Primeira República?
a) coronéis
b) sargentos
c) tenentes
d) soldados
3. O período da história política brasileira que vai de 1889 a 1930 costuma ser designado pelos historiadores de diferentes modos: República Oligárquica, República do ‘Café-com-Leite’, República Velha ou Primeira República.
Neste período, em troca de ‘favores’, os coronéis exigiam que os eleitores votassem nos candidatos por eles indicados. Tal prática ficou conhecida como:
a) Voto de “aliados”
b) Voto de “cabresto”
c) Voto “forçado”
d) Voto “censitário”
4. Durante o governo Campos Sales criou-se uma política que se pautava na aliança entre as oligarquias regionais e o poder central. Esta política além de fortalecer o poder dos oligarcas do interior, facilitava a administração central na medida em que dificultava a eleição de membros da oposição.
Como ficou conhecida esta política?
a) Política do Encilhamento
b) Convênio de Taubaté
c) Política dos Governadores
d) Aliança Liberal
e) Política dos vereadores
5. Durante a República Velha, o Brasil manteve a tradição de ser um país agroexportador. Contudo, iniciou-se um processo de industrialização, sobretudo na região Sudeste, onde havia capitais excedentes, gerados pela produção do(a):
a) Tabaco
b) Açúcar
c) Café
d) Borracha
6. A formação da classe operária brasileira no início do século XX foi um processo de luta contra os patrões pelas melhorias de salários e condições de trabalho, e também contra o governo, que se recusava a aceitar as reivindicações de alteração na legislação e também pela repressão desencadeada aos movimentos contestatórios.
Sobre este processo da história da República brasileira, responda:
Qual a importância do Movimento Operário, durante a Primeira Republica, para a conquista dos direitos dos trabalhadores brasileiros?
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