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sexta-feira, 30 de outubro de 2020

3º Ano A - 7ª Atividade de Biologia (2ª Unidade)

 

3º Ano A - 7ª Atividade de Biologia (2ª Unidade)

Prof. Vinícius Reis

 

Heredogramas, Variações da Primeira Lei de Mendel


Olá pessoal!


Hoje continuaremos abordando as leis de Mendel e suas variações. Vale a pena revisar a aula passada sobre Introdução à genética e Primeira Lei de Mendel. (clique sobre este atalho para visualizar a aula anterior).

 

HEREDOGRAMAS

A montagem de um grupo familiar com o uso de símbolos é chamada de heredograma. Conhecida também por mapa familiar, genealogia ou pedigree (Figura 1).


Figura 1 – Alguns símbolos usados na elaboração de um heredograma. Fonte: uel.br.


As gerações são representadas como algarismos romanos (I, II, III...), e dentro de cada geração, os indivíduos são indicados por algarismos arábicos (1, 2, 3, 4...), da esquerda para a direita. Uma outra maneira é numerar todos os indivíduos em ordem crescente, a partir do primeiro acima e à esquerda (Figura 2).

Figura 2 – Heredograma-modelo. Fonte: m.biologianet.com


A interpretação de um heredograma deve ser efetuada em etapas:


>> Primeira etapa: Determinação da dominância e da recessividade. Para concluir se um fenótipo é condicionado por alelo dominante ou recessivo, deve-se pesquisar, no heredograma, casais em que ambos os indivíduos apresentam ou não determinado fenótipo e que têm descendente com fenótipo diferente do seu. Como o fenótipo apresentado pelo descendente contrastante não se manifesta em seus genitores, ele é determinado pelo alelo recessivo.


>> Segunda etapa: Localização dos homozigotos recessivos. Uma vez determinados o alelo dominante e o recessivo, localizam-se os homozigotos recessivos responsáveis por manifestar o fenótipo recessivo.


>> Terceira etapa: Determinação dos demais genótipos. É possível determinar os genótipos dos demais indivíduos (se não de todos, pelo menos de uma parte deles), considerando-se que um homozigoto recessivo recebe um alelo recessivo de cada um dos genitores e que ele transmite um de seus alelos recessivos para todos os seus descendentes (Figura 3).


Figura 3 – Heredograma-modelo indicando os alelos recessivos.


Observação: Eventualmente, os genótipos de alguns indivíduos que manifestam o fenótipo dominante não podem ser determinados, podendo ser homozigotos dominantes ou heterozigotos, ou seja, AA ou Aa, por exemplo. Nesse caso, utilizamos a notação A_ para indicar um indivíduo com fenótipo AA ou Aa.

 

VARIAÇÕES DA PRIMEIRA LEI DE MENDEL


1) Dominância incompleta

Ocorre dominância incompleta quanto o heterozigoto manifesta fenótipo intermediário entre aqueles condicionados pelos alelos em homozigose. Na planta conhecida como boca-de-leão, há duas linhagens homozigotas: uma de flores vermelhas e outra de flores brancas. Quando cruzadas. Os heterozigotos resultantes possuem flores cor-de-rosa.


A representação dos alelos é feita como no exemplo a seguir:

CV – alelo que condiciona flores vermelhas

CB – alelo que condiciona flores brancas

A ausência de dominância completa entre alelos é indicada assim:

CV = CB

            

    Se plantas de flores rosa forem autofecundadas, a descendência apresentará 25% de plantas de flores vermelhas, 50% de flores rosa e 25% de flores brancas (Figura 4).

Figura 4 – Cor das flores de boca-de-leão: gerações P, F1 e F2 mostrando o fenótipo intermediário (flor rosa) exibido pelos heterozigotos. Em F2, a proporção genotípica é 1CVCV : 2CVCB : 1CBCB e a proporção fenotípica é de 1 flor vermelha : 2 flores rosa : 1 flor branca.

 

2) Alelos múltiplos


            Três ou mais alelos que podem ocupar alternativamente o mesmo loco gênico são chamados de alelos múltiplos (ou polialelos). Independentemente do número de alelos múltiplos de uma série, apenas dois (que podem ser iguais ou não) são encontrados em cada indivíduo.

 

HERANÇA DOS GRUPOS SANGUÍNEOS

Com certeza vocês já devem ter ouvido falar dos grupos sanguíneos: “Sou A positivo”, ou “Meu tipo sanguíneo é O positivo”. Os tipos sanguíneos, ou grupos sanguíneos são características do nosso sangue e são herdadas dos nossos pais. Em 1901, Karl Landsteiner observou que ao misturar sangue de um indivíduo com plasma de outro, em certos casos, o sangue se coagulava em grumos grosseiros em uma reação de aglutinação. Atualmente sabemos que essa reação é causada por uma reação antígeno-anticorpo. Vamos ver mais sobre a herança dos grupos sanguíneos logo abaixo.


1) Sistema ABO

Os antígenos do sistema ABO são denominados por aglutinogênio A e aglutinogênio B. Estas substâncias são encontradas nas superfícies das hemácias e seus anticorpos correspondentes são chamadas aglutinina anti-A e aglutinina anti-B. Conforme os aglutinogênios as pessoas são classificadas em quatro tipos sanguíneos: A, B, AB e O (Figura 5).


Figura 5 – Grupos sanguíneos e os respectivos aglutinogênios (A e B) e aglutininas (anti-A e anti-B).

As transfusões podem ser realizadas desde que o receptor não tenha aglutininas contra o(s) aglutinogênio(s) do sangue que está recebendo (Figura 6). Como as pessoas do grupo AB não apresentam aglutininas anti-A nem anti-B, são receptores universais, pois podem receber sangue de qualquer grupo do sistema ABO. Já as pessoas do grupo O, que são doadores universais, não possuem aglutinogênio e seu sangue pode ser recebido por qualquer pessoa, considerando-se o sistema ABO.

Figura 6 – Representações esquemáticas das reações de aglutinação, que podem acontecer entre aglutinogênios do doador e aglutininas do receptor. As setas vermelhas indicam as doações de sangue possíveis no sistema ABO. Fonte: colaweb.com

 

Os grupos sanguíneos do sistema ABO são determinados por uma série de três alelos múltiplos: IA, IB e i. Esses alelos podem ocupar, alternativamente, o mesmo loco gênico em cromossomos homólogos, formando pares.

            IA – determina a produção de aglutinogênio A

            IBdetermina a produção do aglutinogênio B

            i – não há a produção de aglutinogênios.


            Existe codominância entre os alelos IA e IB, sendo ambos dominantes sobre o alelo i (IA = IB > i). Com três polialelos (n=3), são seis os genótipos possíveis (Figura 7).

 

Figura 7 – Genótipos derivados da combinação dos alelos responsáveis pelo sistema ABO e os respectivos fenótipos. Observe que seis genótipos diferentes derivam apenas quatro fenótipos possíveis.  Fonte: aminoapps.com



2) Sistema Rh

Em 1940, Landsteiner e Wiener relataram a descoberta do fator Rh no sangue de um primata da espécie Macaca rhesus (atualmente conhecido como Macaca mulata). Eles notaram que o soro “anti-Rh” produzido por coelhos provoca aglutinação das hemácias ao ser misturado com o sangue desses macacos ou com o sangue de 85% das pessoas de uma amostra populacional, mas não aglutinava hemácias dos 15% restantes. Esse antígeno, presente na superfície das hemácias foi nomeado fator Rh.


Os indivíduos em cujo sangue existe o fator Rh são Rh positivo (Rh+) e os indivíduos que não possuem o fator Rh no sangue, são chamados de Rh negativo (Rh-). Ao contrário do sistema ABO, em que as pessoas apresentam aglutininas mesmo sem terem recebido transfusões anteriores, os anticorpos anti-Rh só são produzidos quando uma pessoa Rh negativo recebe sangue de uma pessoa Rh positivo.


Quando se faz a tipagem de uma amostra sanguínea, geralmente empregam-se anticorpos anti-A, anti-B e anti-Rh, determinando simultaneamente os grupos do sistema ABO e Rh. Para efeitos práticos, é possível entender a determinação genética do sistema Rh cmo um caso de mono-hibridismo com dominância completa: um par de alelos D e d (ou R e r), em que o alelo dominante D determina a produção do fator Rh e o alelo recessivo d não (D > d, ou R > r).


Figura 8 – Genótipos e os respectivos fenótipos do fator Rh em humanos. Fonte: descomplica.com.br

 

As pessoas Rh positivo podem receber tanto sangue Rh positivo como Rh negativo, pois não possuem e nem produzem anticorpos anti-Rh; já as pessoas Rh negativo só devem receber sangue Rh negativo; caso contrário, passarão a produzir anticorpos anti-Rh.


Considerando-se os sistemas ABO e Rh, é perceptível que só há um tipo de pessoa que pode receber qualquer tipo de sangue: é o indivíduo do grupo AB e Rh positivo. Por outro lado, as pessoas com sangue tipo O e Rh negativo podem doar sangue para receptores de qualquer grupo dos sistemas ABO e Rh. Observe abaixo na figura 9.

 

Figura 9 – Doadores e receptores de tipos sanguíneos combinando o sistema ABO e o fator RH. Fonte: todamateria.com.br


Galera, hoje não temos vídeos! Semana que vem temos exercícios, tranquilo?


Abraços


Prof. Vinicius Reis