David Hume
David Hume nasceu em abril de 1711, em Edimburgo (Escócia), e foi batizado no mesmo dia. Viveu sua infância em Ninewells, região localizada na atual cidade de Dundee (Escócia). Seus pais, Joseph Home e Katherine Falconer, tiveram ainda John e Katherine. Seu pai faleceu em 1713, e foi sua mãe quem ficou responsável pelos filhos, incluindo a educação.
Com 11 anos, é enviado junto com o irmão para ter aulas na Universidade de Edimburgo, em especial de grego e latim, vindo a matricular-se em Direito em 1726. Enquanto considerava o curso de Direito desgastante, seu interesse por literatura e filosofia aprofundava-se. Já havia adquirido gosto pela leitura de Cícero e outros autores clássicos.
Decidiu desde jovem a dedicar-se aos estudos e planejou tornar-se um intelectual. Sua primeira obra, em todo caso, não teve boa recepção, mas, logo depois, foi considerado um dos pensadores mais difíceis de ser refutado. Sabe-se que seu estudo sobre os limites epistemológicos da mente humana foi influenciado pela máxima de Isaac Newton: Hypotheses non fingo (Não adoto hipóteses), baseando-o, assim, em um modelo experimental. Sua crítica a toda metafísica e a perspectivas dogmáticas é mencionada por Immanuel Kant como um fator de reviravolta em seu pensamento.
David Hume é conhecido por seu ceticismo* quanto à nossa capacidade de conhecer a realidade que nos cerca. Chegou a negar que a causalidade seja um aspecto objetivo e afirmou que a razão está subordinada aos aspectos conativos da psicologia humana.
Teoria do conhecimento de David Hume
A teoria do conhecimento desse filósofo é baseada em sua interpretação das operações da mente. Ele propõe que todo o conteúdo da mente (o que John Locke havia nomeado de modo semelhante como “ideias”) seja considerado como percepção. Esse termo é usado em um sentido mais amplo do que o do cotidiano e abrange as diversas operações e capacidades da mente.
As percepções só são distinguidas pelo grau de vivacidade com o qual nos afetam, assim, qualquer desejo, reflexão ou sentimento será sempre mais intenso do que uma recordação ou uma imaginação dessas situações. A lembrança do nascimento de um filho ou uma filha, por exemplo, não poderia comparar-se com o momento do nascimento em si. Sendo assim, teríamos as impressões, que são as percepções mais intensas, e os pensamentos (ou ideias), que são as percepções mais fracas. David Hume afirmou, por isso, que mesmo o pensamento mais intenso não se compara à impressão mais fraca.
Esse filósofo defendeu que os pensamentos representam o que originalmente apreendemos pelas impressões. Isso explicaria não apenas por que algumas percepções são fracas mas por que alguns pensamentos ocorrem apenas na mente e não na realidade. Podemos, por exemplo, imaginar uma montanha de ouro, mas nenhuma existe concretamente. Decompondo esse conteúdo em elementos mais simples (montanha e ouro), descobriríamos que esses conteúdos resultaram de experiências anteriores. É por meio dessa identificação que concluiríamos que todos os conteúdos da mente originam-se de alguma impressão.
Tendo explicado as operações da mente e identificado que os pensamentos têm origem empírica, seria esperada uma explicação sobre a origem do que percebemos pelos sentidos ou das sensações, que advêm de uma realidade extra mental, mas isso não ocorre! David Hume limita o entendimento humano às próprias percepções, de modo que essas percepções originárias simplesmente surgiriam na mente. Isso significa que não se pode experimentar o que está além dessas percepções mais simples.
Tendo indicado a origem dos pensamentos (ou das ideias), resta ainda indicar como se pode alcançar conhecimento ou certeza. Sobre isso há três principais relações: semelhança, contiguidade no tempo e no espaço, e causa e efeito. Embora as ideias possam ser associadas livremente, como ao imaginar-se uma montanha de ouro, apenas as duas primeiras relações são válidas para estabelecer-se verdades conceituais.
* Essa corrente defende que o indivíduo não pode chegar a nenhuma certeza.
*Empírica:que teve origem nos dados dos sentidos
Fonte:
https://mundoeducacao.uol.com.br/biografias/david-hume.htm
https://www.youtube.com/watch?v=MUsKBXZrla8
AVERIGUAÇÃO DA APRENDIZAGEM
1)David Hume afirma que: “ A lembrança do nascimento de um filho ou uma filha, por exemplo, não poderia comparar-se com o momento do nascimento em si.”Você concorda com ele? Justifique.
2)No exemplo citado acima, o que seria impressão e o que seria pensamento? E qual seria a diferença entre eles?