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segunda-feira, 25 de janeiro de 2021

3º ANO A - 1ª ATIVIDADE DE BIOLOGIA & 1º EXERCÍCIO (4ª Fase de aulas remotas)

 

3º ANO A - 1ª ATIVIDADE DE BIOLOGIA & 1º EXERCÍCIO

(4ª Fase das Atividades Remotas)

 

Sangue e Imunologia: Tecido sanguíneo; células sanguíneas; células de defesa; imunidade ativa e imunidade passiva; IGg e IgM; HIV e Aids.

 

O SANGUE

O sangue é constituído por uma parte líquida, o plasma e por elementos figurados, células chamadas de hemácias, leucócitos e plaquetas. Existem cinco tipos de leucócitos (ou glóbulos brancos): neutrófilos, eosinófilos, basófilos, linfócitos e monócitos. Os leucócitos, que participam da defesa do organismo contra agentes infecciosos e toxinas, originam-se na medula vermelha dos ossos e nos órgãos linfoides (baço, timo e linfonodos). As plaquetas (ou trombócitos) são fragmentos anucleados que se destacam de megacariócitos. Os megacariócitos são células encontradas na medula vermelha dos ossos. As plaquetas participam da coagulação do sangue. As hemácias (também chamadas eritrócitos ou glóbulos vermelhos) são responsáveis pelo transporte de oxigênio adquirido dos órgãos respiratórios - como brânquias e pulmões – até outros órgãos do corpo do organismo. As hemácias contêm uma substância chamada de hemoglobina. A hemoglobina é responsável por se ligar ao oxigênio para seu transporte. Baixas taxas de hemoglobina no sangue é denominada de anemia.

 

As hemácias são formadas na medula óssea vermelha e ficam na circulação por cerca de 120 dias apenas. A destruição das hemácias é dada principalmente no baço. Nos mamíferos as hemácias são anucleadas (sem núcleo) e possuem formato bicôncavo (Figura 1A e 1B).


Figura 1(A, acima) Os três grupos principais de células sanguíneas. As plaquetas possuem papel no processo de coagulação do sangue. Um paciente com baixos níveis de plaquetas no sangue está mais suscetível a ter hemorragias. As hemácias transportam oxigênio pela hemoglobina, substância vermelha que possui ferro em sua composição. Os linfócitos participam do complexo sistema de defesa do organismo contra invasão de agentes internos, como vírus, fungos e bactérias. (B, abaixo) Células sanguíneas vistas ao microscópio óptico.

 

 

MECANISMOS DE DEFESA

            Quando ocorre a entrada de agentes estranhos no organismo, por um corte, por exemplo, determinadas células liberam substâncias que provocam dilatação das arteríolas (artérias de baixíssimo calibre), com saída de líquidos desses vasos. Tal processo ocasiona vermelhidão, inchaço, aumento da temperatura e da dor, características essas da inflamação. Pode ocorrer também a migração de glóbulos brancos (principalmente neutrófilos) para os tecidos, através da parede dos capilares, chamada de diapedese.

 

            Há então um combate entre as células de defesa do nosso corpo e os agentes invasores. As células responsáveis por esse confronto são os fagócitos: neutrófilos e macrófagos. Derivado destas reações, há geralmente a produção de pus, um concentrado de células brancas mortas e agentes infecciosos. Se o processo inflamatório sozinho não for capaz de combater a infecção, entra em ação a resposta imune, que é mais específica e elaborada.

 

 

RESPOSTA IMUNE

            De início podemos citar duas formas pelas quais podemos considerar a imunidade. A imunidade humoral, mediada por substâncias chamadas de anticorpos e a imunidade celular, caracterizada pela ação de células, a saber: os linfócitos e as células apresentadoras de antígeno. As células apresentadoras de antígeno normalmente são macrófagos e fazem o reconhecimento de substâncias estranhas no organismo.

 

            Na resposta imune, as células apresentadoras de antígeno, por sua vez, estimulam os linfócitos T4 a liberarem novas substâncias, ditas interleucinas e interferons. As interleucinas e interferons estimulam mais células de defesa. Quando estimulados, os linfócitos B convertem-se em plasmócitos e iniciam a produção de anticorpos. Neste ponto, cabe uma breve explicação sobre duas palavras-chave: antígeno e anticorpo. Antígeno é qualquer substância capaz de produzir uma resposta no sistema imune se ligando a um anticorpo. Moléculas presentes em vírus, bactérias, fungos e protozoários são comumente conhecidos como antígenos. Já os anticorpos são glicoproteínas plasmáticas que interagem de maneira específica com determinado antígeno que determinou sua produção.

 

          A ligação antígeno-anticorpo possui elevada especificidade, ou seja, cada anticorpo liga-se a um antígeno. A resposta humoral desencadeada contra um antígeno não é eficaz contra outro. Por exemplo: os anticorpos que atacam o vírus da rubéola não atacam o vírus do sarampo. Certas infecções, a exemplo da rubéola, deixam o organismo imune a determinada doença. Na primeira exposição a um antígeno, os anticorpos são produzidos lentamente, porque surgem células de memória. Ainda no exemplo da rubéola, uma criança exposta pela primeira vez ao vírus da rubéola demora a produzir anticorpos, porém a imunidade resultante pode ser permanente, pois células de memória imunológica são produzidas. Em um possível segundo contato com mesmo vírus da rubéola a produção de anticorpos é rápida e intensa, o que impede a manifestação da doença (Figura 2).

Figura 2 – Após o primeiro contato com o vírus da rubéola, o organismo demora algumas semanas para produzir anticorpos neutralizadores (resposta primária), o que leva a manifestação da doença. Em um segundo contato com o mesmo vírus da rubéola, a produção de anticorpos se dá mais intensa e rapidamente (resposta secundária), inativando o vírus antes que ele cause alguma manifestação da doença.

 

 

IMUNIDADE PASSIVA

            Ocorre imunidade passiva quando um organismo que não produziu anticorpos se torna protegido, recebendo anticorpos já prontos. A ação desses anticorpos se inicia rapidamente, porém desaparece depois de semanas ou meses. Através da placenta, anticorpos são transferidos para o feto, que nasce protegido contra várias doenças infecciosas, como a rubéola a caxumba e o sarampo. Depois do nascimento a concentração de anticorpos recebidos da mãe diminui progressivamente até que desaparecem, quando então as crianças se tornam susceptíveis a tais doenças.

 

            O leite materno é também um agente de proteção dos recém nascidos contra doenças. O leite contém anticorpos que revestem o tubo digestório e dificultam a proliferação de bactérias patogênicas. Nos primeiros dias depois do parto, as glândulas mamárias produzem ainda o colostro, secreção rica em anticorpos. A imunidade resultante da aquisição de anticorpos por via transplacentária e pelo leite materno é exemplo de imunidade passiva natural.

 

            Existem formas artificiais de fornecimento de anticorpos. Eles podem ser obtidos de plasma humano, sendo conhecidos como imunoglobulinas. A imunoglobulina antitetânica, por exemplo, é obtida dessa forma e ode inativar rapidamente a toxina tetânica, antes que ela lese o sistema nervoso do paciente. Os soros contra peçonha de serpentes e outros animais, como aranhas e escorpiões são obtidos geralmente do sangue de cavalos previamente inoculados com a peçonha e que passam a produzir anticorpos. Posteriormente, é extraído parte do sangue do animal e o soro rico em anticorpos é separado. Tais anticorpos possuem alto poder de inativação da peçonha.

 

            A imunoglobulina antitetânica, derivada de sangue humano, é uma imunoglobulina homóloga. O soro antiofídico, o antiescorpiônico, o antidiftérico e o antirrábico, obtidos de sangue de outros animais, contêm imunoglobulinas heterólogas. A administração de imunoglobulinas homólogas ou heterólogas confere imunidade passiva artificial. Como a ação das imunoglobulinas é imediata, elas são usadas no tratamento de doenças. Sua ação, no entanto, não é duradoura, pois elas desaparecem da circulação dentro de algum tempo.

 

 

IMUNIDADE ATIVA

            Ocorre imunidade ativa quando o próprio organismo produz anticorpos. Isso acontece quando entramos em contato com algum agente infeccioso, como um vírus e o corpo reage produzindo anticorpos contra tal agente. Esse é um exemplo de imunidade ativa natural. A vacinação confere imunidade ativa artificial e consiste na administração de antígenos modificados, mortos ou atenuados, incapazes de causar doenças, mas que ainda estimulam a produção de anticorpos e a aquisição de células de memória.

 

            A produção de anticorpos desencadeada elas vacinas segue os primeiros passos de um primeiro contato natural com o antígeno. Como a resposta é lenta, as vacinas não são geralmente utilizadas no tratamento de doenças. Mas como induzem uma resposta imune duradoura no corpo do paciente, as vacinas são utilizadas na prevenção de doenças.

 

            Recentemente, com a pandemia do COVID-19 (ou o novo coronavírus) foi popularizado um teste de sangue para a detecção de anticorpos para o Covid. Nesse exame há a detecção da presença de duas imunoglobulinas: IgG e IgM. Vocês sabem o que essas siglas significam? Assistam a vídeo-aula 1, abaixo, sobre essas imunoglobulinas.



            Sobre a utilização de soros e vacinas, veja a vídeo-aula 2:


HIV – AIDS

            O HIV - sigla para human immunodeficiency virus, ou vírus da imunodeficiência humana – é o vírus causador da AIDS sigla em inglês para a expressão síndrome da imunodeficiência adquirida (em português SIDA). Vale a pena ressaltar que conviver com o vírus do HIV não significa necessariamente ter Aids. Uma pessoa que convive com o vírus HIV pode ter uma vida normal e saudável enquanto a Aids é um estágio avançado da infecção pelo HIV, onde a imunidade do paciente já está debilitada pela ação do vírus. Vamos ver abaixo algumas caraterísticas do HIV, como uma pessoa pode se infectar com ele e como ele age debilitando o sistema imunológico de uma pessoa.

 

            O HVI é um retrovírus, cujo material genético é constituído por RNA. Um retrovírus é um vírus capaz de produzir DNA a partir de RNA pela ação de uma enzina denominada transcriptase reversa. Na natureza, o processo no qual RNA é gerado a partir de DNA é chamado de transcrição. No caso dos retrovírus, acontece justamente o oposto: DNA é produzido a partir de uma fita simples de RNA. A infecção do HIV no corpo humano inicia-se com a ligação do HIV a receptores específicos localizados na membrana das células, principalmente Linfócitos T4 (ou CD4), macrófagos e monócitos. A imunossupressão causada pelo HIV é proveniente da destruição de grande quantidade de células CD4, que coordenam a resposta imunológica (Figura 3). Com isso o paciente infectado se torna vulnerável a microrganismos oportunistas. Tais microrganismos, em pessoas com imunidade não afetada, possuem baixa capacidade de ocasionar uma doença (patogenicidade).


Figura 3 – Variação da concentração de vírus e anticorpos ao longo do tempo após a infecção pelo HIV.

 

            O período de incubação do HIV é de cinco anos, em média, mas varia de acordo com a forma de transmissão e com a existência de fatores concomitantes. Os testes como o Elisa e o Western blot, detectam a presença doa anticorpos anti-HIV. Como os anticorpos surgem entre algumas semanas ou meses depois a infecção, a pessoa infectada pelo HIV pode ter resultado negativo da presença do vírus no organismo em exames habituais. Esse fato é denominado de janela imunológica, na qual o paciente possui o vírus HIV circulando no organismo, porém ainda apresenta um resultado negativo nos testes de detecção de anticorpos.

 

            No tratamento da infecção pelo HIV, usam-se drogas antivirais, ou seja, que atacam diretamente a multiplicação do vírus no organismo. São utilizadas associações de medicamentos chamados de inibidores de transcriptase reversa, que impedem a replicação viral e os inibidores de protease que impedem a maturação do vírus.

 

A transmissão do HIV da mão para o filho é denominada transmissão vertical. A transmissão vertical se dá através da placenta, durante a gestação ou pelo parto e aleitamento. Uma gestante que descobre ter o HIV, deve buscar imediatamente a ajuda de profissionais de saúde para que a utilização de medicamentos que diminuem a probabilidade de o feto ser contaminado. A criança pode, assim, nascer sem o vírus no organismo.

 

A chamada transmissão horizontal do HIV se dá de adulto para adulto, principalmente pelo sexo (anal, oral ou vaginal); pelo compartilhamento de seringas, agulhas ou objetos pontiagudos e pela transfusão de sangue ou derivados do sangue, como o plasma. A melhor forma de proteção contra a contaminação do HIV e qualquer outra infecção sexualmente transmissível é a informação. Informe-se sobre formas de contágio, tire suas dúvidas com profissionais capacitados, desconfie de notícias passadas por redes sociais. Lembrando que qualquer pessoa pode ser contaminada com o HIV, independente da orientação sexual, identidade de gênero, estado civil (solteiros, casados ou enrolados rsrsrs), grupo étnico e credo religioso, desde que se exponha a comportamentos de risco como fazer sexo sem preservativo.

 

Sua saúde merece a devida importância, se cuide e cuide de quem você ama sempre!

           

 Abaixo segue o atalho para a nossa atividade:

 1º exercício (4ª Unidade)


Bons estudos!!


Vinicius Reis