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quinta-feira, 14 de janeiro de 2021

Atividade IV unidade - 1ª semana Geografia - 1ª série C e 2ª série A e B

 A urbanização no mundo


        Nem sempre o homem habitou em cidades, os primeiros habitantes eram nômades, portanto não tinham residência fixa e viviam da caça, pesca e coleta, posteriormente deixaram essa condição para se tornarem produtores.

A partir de então o homem foi se aglomerando em centros urbanos e desenvolvendo atividades econômicas. Sendo assim, o processo de urbanização tem duas fases marcantes, a primeira ocorreu com a Revolução Industrial no fim do século XVIII, esse acontecimento provocou uma enorme migração, pessoas que habitavam áreas rurais saíram rumo às cidades, mas isso aconteceu somente nos países envolvidos na revolução e não em escala planetária. A segunda aconteceu após a II Guerra Mundial, mas essa não foi motivada pela industrialização, houve um êxodo rural em massa desencadeado pelo fascínio urbano, melhores condições de vida, oportunidades de estudo e trabalho.

O processo de urbanização ocorreu essencialmente pelo deslocamento de pessoas oriundas das zonas rurais em direção às cidades, que são caracterizadas pela aglomeração de pessoas em uma área delimitada e pela atividade produtiva, que deixa de ser agrícola para se tornar industrial, comercial; e também pela realização de prestação de serviços.

Esse processo não sucedeu simultaneamente no mundo, haja vista que os países industrializados já haviam atravessado esse período, no caso dos países em desenvolvimento e de industrialização tardia, o crescimento urbano acontece atualmente de forma acelerada e desordenada. A falta de planejamento urbano tem favorecido a proliferação de graves problemas, tais como a favelização, falta de infraestrutura, violência, poluição de todas as modalidades, desemprego e muitos outros.

Os índices de pessoas que vivem em cidades oscilam de acordo com o continente, país e áreas internas, uma vez que a África possui 38% de seus habitantes vivendo em cidades, na Ásia são 39,8%, na América Latina 77,4%, na América do Norte 80,7%, na Europa 72,2% e na Oceania 70,8%. Em outra abordagem, tomando como princípio os países ricos e pobres, existe uma enorme disparidade quanto ao percentual de população urbana e rural. Na Bélgica, por exemplo, 97% das pessoas vivem em centros urbanos enquanto que em Ruanda esse índice cai para 17%.

O fenômeno da urbanização produziu cidades cujo número de habitantes supera os 10 milhões, essas recebem o nome de megacidades ou megalópoles como, por exemplo, Tóquio (Japão) com 35,2 milhões de habitantes, Cidade do México (México) com 19,4 milhões, Nova Iorque (Estados Unidos) com 18,7 milhões e mais tantas outras cidades espalhadas pelo mundo.

Quando pensamos em urbanização, a primeira relação que nós procuramos estabelecer é com o conceito de cidade, afinal o significado dessa palavra, em latim, é urbs. Mas afinal, o que é uma cidade? Existem diferentes formas de trabalharmos esse conceito, mas podemos definir cidade como sendo a concentração de um grande número de pessoas em uma determinada porção do espaço geográfico, onde nela se estabelecem relações sociais, econômicas e de prestação de serviços.

Podemos definir cidade utilizando dois critérios:
- demográfico-quantitativo
- político-administrativo

 

De acordo com o critério demográfico-quantitativo, a existência ou não de uma cidade está diretamente relacionado ao número de habitantes que essa possui. Cada país pode estabelecer um número específico para a definição de cidade. Ex: No Canadá, se um território possuir 1.000 habitantes este já pode ser considerado uma cidade. Na França, esse número passa para 2.000 habitantes e na Grécia, 10.000 habitantes.

Já o critério político-administrativo, que é utilizado no Brasil, não leva em consideração um número específico de habitantes, basta que seja sede de um município. Ex: Rio de Janeiro (cidade) possui, aproximadamente, 16 milhões de habitantes e Teresópolis, também no estado do Rio de Janeiro, possui cerca de 296 mil habitantes. Embora tamanha diferença populacional, ambas são consideradas cidades.

As cidades mais antigas teriam surgido a cerca de seis mil anos, ao logo dos vales dos rios Tigres e Eufrates, Nilo e Indo. Nessa época, as cidades já possuíam certa importância política, econômica e social, porém, só será a partir do século XVIII que o processo de urbanização terá início. 

O processo de urbanização está diretamente relacionado ao aumento da população urbana em relação à população rural. Portanto, quando a população de um determinado lugar supera os 50% do total de habitantes, dizemos que esse espaço é urbanizado.

Por volta de 1800, apenas 3% da população encontrava-se na área urbana. Mas a partir da 1ª Revolução Industrial o deslocamento da população do campo para as cidades em busca de emprego aumentou. Funcionavam como fatores de repulsão da área rural: baixos salários agrícolas, concentração fundiária e mecanização do campo.

Em meados do século XIX, durante a 2ª Revolução Industrial, cerca de 15% da população mundial já se encontrava vivendo em cidades. Nos centros urbanos os fatores de atração não se resumiam ao processo de industrialização, mas também a expansão do setor de serviços.

Atualmente, mais da metade da população mundial vive em cidades e o modo de vida urbano-industrial foi o principal responsável pelo deslocamento de grande parcela da população das áreas rurais. Nos países da América do Norte e Europa, a urbanização atingiu níveis elevadíssimos. Existem países que ultrapassam os 90% de urbanização, que é o caso da Bélgica, como podemos observar na tabela abaixo. Já na Ásia e África, os níveis de urbanização são muito baixos, pois a maior parte da população ainda vive na área rural, em função da economia desses países ainda estar baseada em atividades do setor primário.

 

 

TAXAS DE URBANIZAÇÃO (%)

Países desenvolvidos

Países subdesenvolvidos

País

1960 

1992 

2000 

País

1960 

1992 

2000 

Bélgica

92 

97 

97 

Cingapura

100

100

100 

Países Baixos

85 

89 

89 

Hong Kong

85

94

96

Alemanha

76 

86 

88 

Argentina 

74

87

89

Reino Unido

86 

89 

90 

Chile 

68

84

85

Austrália

81 

85 

85 

Coréia do Sul

28

77

86

Japão

63 

77 

78 

Brasil

45

76

81

Canadá

69 

77 

77 

México

51

74 

78 

Estados Unidos

70 

76 

78 

Malásia

27 

51 

57 

Rússia 

54 

75 

78 

África do Sul

47 

50 

53 

França

62 

73 

73 

China 

19 

28 

35 

 Itália

59 

67 

67 

Índia 

 18

26 

29 

  

Nos países desenvolvidos, o processo de industrialização passou por diferentes etapas (1ª, 2ª e 3ª Revoluções Industriais), e foi evoluindo gradativamente. Consequentemente, o processo de urbanização acompanhou esse ritmo de desenvolvimento, fazendo com que milhares de pessoas fossem migrando para as cidades ao longo de todo esse processo. Portanto, podemos concluir que a urbanização nos países desenvolvidos ocorreu de maneira lenta e gradativa, assim como a industrialização, contribuindo para a criação de infraestruturas urbanas. 

Já nos países subdesenvolvidos, a urbanização também acompanhou o ritmo da industrialização, porém como esse processo ocorreu em um curto espaço de tempo, foi possível perceber que a urbanização ocorreu de maneira rápida e desordenada. Sendo assim, as cidades que ao receberem grandes fluxos migratórios, não se encontravam preparadas para o rápido crescimento urbano, o que causou a formação de espaços segregados. As favelas são uma característica marcante desses espaços, onde se observa a reduzida oferta de água encanada, rede de esgoto e pavimentação de vias.

Outros problemas encontrados nas cidades dos países subdesenvolvidos são: os elevados índices de desemprego; aumento da violência urbana e da economia informal.

Nos últimos anos, temos observado uma mudança no perfil das cidades com maiores concentrações urbanas no mundo. De acordo com a tabela abaixo, durante a década de 1970, as maiores concentrações populacionais encontravam-se em cidades de países desenvolvidos. Das dez maiores concentrações urbanas seis localizavam-se em cidades do Estados Unidos, Europa e Japão. Atualmente, essa realidade mudou. Nas projeções feitas para 2020, das dez maiores cidades do mundo, em termos populacionais, oito estarão localizadas em países da África e Ásia.

 

Maiores concentrações urbanas, 1970 e 2015 (População - em milhões) 

1970 

2015     

1

Tókio, Japão 

16,5

1

Mumbai, Índia 

28,2 

2

Nova York, Estados Unidos

16,2

2

Tóquio, Japão

26,4

3

Xangai, China

11,2

3

Lagos, Nigéria

23,2 

4

Osaka, Japão

9,4

4

Daca, Bangladesh

23,0

5

Cidade do México, México

9,1

5

São Paulo, Brasil

20,4 

6

Londres, Inglaterra

8,6

6

Karachi, Paquistão

19,8

7

Paris, França

8,5

7

Cidade do México, México

19,2

8

Buenos Aires, Argentina

8,4

8

Nova Delhi, Índia

17,8 

9

Los Angeles, Estados Unidos

8,4

9

Nova York, Estados Unidos

17,4

10

Pequim, China

8,1

10 

Jacarta, Indonésia

17,3

 

 

 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

    

 Exercício sobre Urbanização no mundo

 

1- A Revolução Industrial transformou a vida da população mundial, que passou a se deslocar para as cidades em busca de trabalho nas indústrias. Sobre a urbanização da população mundial, julgue as alternativas a seguir e indique a opção incorreta:

a) A urbanização mundial iniciou-se no Japão, principal centro industrial e exportador do século XIX, o que promoveu a redução da taxa de mortalidade.

b) O avanço da urbanização mundial transformou o crescimento natural ou vegetativo da população.

c) As condições sanitárias foram melhoradas nas cidades, tendo como consequência a redução das doenças endêmicas e epidêmicas.

d) A inserção, cada vez maior, das mulheres no mercado de trabalho tem reduzido taxas de fertilidade nas populações urbanas.

2- Vivemos numa era verdadeiramente global, em que o global se manifesta horizontalmente e não por meio de sistemas de integração verticais, como o Fundo Monetário Internacional e o sistema financeiro. Muito da literatura sobre a globalização foi incapaz de ver que o global se constitui nesses densos ambientes locais.

Assinale a alternativa que contém uma proposição coerente com os argumentos apresentados no texto:

a) As metrópoles não apenas sofrem os efeitos da globalização, mas são espaços que produzem a globalização.

b) As forças globais, tais como o FMI e os sistemas financeiros, não afetam os ambientes locais, desde que eles sejam densos.

c) Na escala global, os agentes operam horizontalmente, enquanto, na escala local, os agentes operam verticalmente.

d) A noção de escala global deixou de ter importância em geografia, já que o global só se revela por meio do local.

e) A globalização conferiu densidade a todos os ambientes locais, na medida em que suas forças atingem todos os lugares.

3- Na atual fase da urbanização mundial, podemos afirmar que os principais tipos de aglomerações urbanas atualmente existentes, ou seja, aquelas cidades que estão no topo da hierarquia urbana e que protagonizam a economia mundial são:

a) as cidades médias

b) as metrópoles

c) as regiões metropolitanas

d) as cidades artificiais tecnológicas

e) as cidades globais

 

4- Níveis de urbanização baixos não significam pequena população urbana. A China, que tem “apenas” 40% de sua população nas cidades, é o país com a maior população urbana do planeta: cerca de 525 milhões de pessoas! As cidades da Índia, um país com menos de 30% da população no meio urbano, abrigam 330 milhões de habitantes.

Com a leitura do texto, podemos perceber que o melhor conceito de urbanização é:

a) crescimento das cidades de um país em relação ao crescimento das demais cidades do mundo.

b) aumento do espaço físico das cidades.

c) crescimento da população das zonas urbanas em relação às zonas rurais.

d) aumento do número absoluto da população que vive nas cidades.

e) crescimento do número de pessoas de um país.

 

5- Analise a tabela a seguir, que apresenta as maiores concentrações urbanas em 1970 e uma projeção desta situação para 2015.

a) Em 2015, as maiores concentrações urbanas estarão localizadas, em sua maioria, em países ricos que apresentam altos índices de desenvolvimento social e humano.

b) Em 1970, as maiores concentrações urbanas localizavam-se em países periféricos, ao contrário do que indica a projeção para 2015.
c) Em 2015, as maiores concentrações urbanas estarão localizadas em países periféricos da África e da Ásia, o que poderá agravar problemas com habitação, transportes e saneamento básico nessas áreas.
d) Comparando os dados de 1970 com a projeção para 2015, verifica-se o acelerado crescimento do número de concentrações urbanas nos países periféricos, o que indica a melhoria das condições de vida dessas populações.
e) Em 2015, as maiores concentrações urbanas estarão localizadas em países centrais ou do Norte, seguindo uma tendência que já se apresentava desde os anos 1970.