Escola Estadual Fausto Cardoso
Educando(a):
Turma: 2º ano D Data: 11/01/2021
Componente
Curricular: Língua Portuguesa
Professor:
Reginaldo Silva de Araújo
CONTEÚDOS das 3ª e 4ª Unidades - Naturalismo em
Portugal
O Naturalismo em Portugal tem
início na década de 1875 com a publicação da obra de “O Crime do
Padre Amaro” (1875) de Eça de Queirós.
Embora
ele seja mais citado como escritor realista, a obra de Eça abrange diversas
características do naturalismo.
O que é Naturalismo?
Além
de ter sido um movimento literário, o naturalismo teve grande influência nas
artes plásticas e no teatro.
É,
portanto, uma tendência estética, que muitas vezes está unida ao realismo, ou
seja, pode ser considerada uma ramificação deste.
Sendo
assim, o naturalismo é um estilo artístico posterior ao realismo e anterior ao
parnasianismo. Da mesma maneira que o realismo, ele se posiciona contra os
ideais da escola romântica.
Realismo e Naturalismo
Uma
das principais diferenças entre o realismo e naturalismo é
justamente as personagens que aparecem nas obras.
Enquanto
no realismo as personagens fazem parte da classe burguesa, no naturalismo, elas
são pessoas simples ou mesmo marginalizadas pela sociedade.
Para
muitos estudiosos do tema, o naturalismo é considerado uma radicalização do
realismo. Ele envolve personagens de qualquer classe social, os prazeres
carnais, o sensualismo e o erotismo.
Diferente
do realismo, essa tendência surge com o intuito de chocar o público e
apresentar uma nova realidade “nua e crua”.
Origem do Naturalismo
O
naturalismo surgiu na França em meados do século XIX com a publicação da obra “Germinal”
do escritor francês Émile Zola.
Nessa
obra, o escritor aborda sobre a greve de trabalhadores mineiros no norte da
França. A temática escolhida já demostra as raízes do naturalismo donde a
realidade é retratada de forma objetiva e realista.
Contexto Histórico: Resumo
O
naturalismo surge numa época de extremo cientificismo e descobertas em diversos
campos do saber.
Destaca-se
o positivismo de Comte, o Evolucionismo de Darwin, a Psicologia, as pesquisas
antropológicas e os avanços políticos: democracia, liberalismo e socialismo.
Tudo
isso foi essencial para mostrar uma nova mudança na consciência humana,
retratando da forma mais verossímil possível a realidade.
Em
Portugal, o momento é de modernização da Indústria, dos transportes e da
comunicação, impulsionados pela Revolução Industrial.
Além
disso, a mecanização da agricultura bem como a inserção de novas técnicas de
cultivo foi essencial para o desenvolvendo na área.
Isso
gerou mais produção e empregos. Assim, o atraso econômico e tecnológico pelo
qual passava o país anteriormente, foi gradualmente se transformando.
Características do naturalismo em Portugal
·
Objetividade e Materialismo
·
Cientificismo e Determinismo
·
Positivismo e Darwinismo
·
Linguagem simples e coloquial
·
Descrições minuciosas
·
Realidade e denúncia social
·
Temas polêmicos
·
Leis na natureza
·
Paisagens rurais
·
Instinto humano
·
Homem como produto biológico
·
Personagens marginalizados
·
Negação dos aspectos românticos
Saiba
mais sobre as Características do Naturalismo.
Autores e obras do naturalismo português
Veja
abaixo os principais nomes de artistas naturalistas em Portugal e suas obras
mais importantes:
Escritores Naturalistas Portugueses
·
Eça de Queirós (1845-1900): O Mistério da Estrada de Sintra (1970), O Crime do
Padre Amaro (1875) e A Tragédia da Rua das Flores (1877).
·
Francisco Teixeira de Queirós (1848-1919): Os Meus Primeiros Contos (1876), Amor Divino (1877) e
Os Noivos (1879)
·
Júlio Lourenço Pinto (1842-1907): Margarida (1879), Vida Atribulada (1880) e Esboços do
Natural (1882).
·
Abel Botelho (1854-1917): Claudina (1890), O Barão De Lavos (1891), Os Vencidos
Da Vida (1892).
Pintores Naturalistas Portugueses
·
António Carvalho da Silva Porto (1850-1893): Charneca de Belas ao Pôr-do-Sol (1879), No Areinho,
Douro (1880), A Ceifa (1884).
·
João Marques da Silva Oliveira (1853-1927): Ovelhas (1872), Praia de Banhos (1884), Póvoa de
Varzim (1884).
·
José Vital Branco Malhoa (1855-1933): O Ateliê do Artista (1893), Os Bêbados (1907), O Fado
(1910).
·
João José Vaz (1859-1931): Torre das Cabaças (1885), As Piteiras (1897), No Tejo
(1897).
·
Columbano Bordalo Pinheiro (1857-1929): Um Concerto de Amadores (1882), Retrato de Manuel
Gustavo Bordalo Pinheiro (1884), Grupo do Leão (1885).
Realismo em Portugal
O Realismo em Portugal desenvolve-se nos
últimos anos da década de 60 do século XIX e tem como marco a Questão Coimbrã.
O
movimento reflete o pensamento da elite intelectual do país insatisfeita com o
clero e a monarquia. É um período de agitação política, social e cultural que
toma conta de grandes centros educacionais, como em Coimbra.
A
Escola Realista de Portugal estende-se até 1890, quando Eugênio de Castro
publica a obra "Oaristos", um livro de poesias que seguia o modelo
simbolista importado da França.
Questão Coimbrã
É
o clima ideal para o desenvolvimento do movimento que ficou conhecido como
"Questão
Coimbrã" (1865), quando se defrontam jovens estudantes de Coimbra que
estavam atentos às novas ideias vindas da Alemanha, França e Inglaterra.
Nos
anos 70, os intelectuais que integravam o grupo de Coimbra promovem um clico de
palestras que ficou conhecido por "Conferências Democráticas do Casino
Lisbonense".
Entre
os participantes do ciclo está o jovem Eça de Queiros, que estava alheio à
Questão Coimbrã, mas havia aderido ao novo pensamento realista.
Contexto Histórico
O
Realismo é usado para denominar a reação aos ideais românticos que
caracterizaram a segunda metade do século XIX.
A
Europa está na segunda fase da Revolução Industrial, conhece o desenvolvimento
do pensamento científico e das doutrinas filosóficas e sociais difundidas por
Hegel, Augusto Comte, Marx e Engels e o evolucionismo de Darwin.
Características
·
Objetivismo e Cientificismo
·
Materialismo e negação dos sentimentos
·
Reação à monarquia e ao clero
·
Preocupação com o presente
Principais Autores e Obras
Antero
de Quental (1842 - 1891)
A
produção poética de Antero de Quental é apresentada em três momentos, todos
ligados à trajetória de vida do autor.
As
primeiras poesias são anteriores à Questão Coimbrã e ainda refletem o modelo
romântico. Já os poemas "Odes Modernas" são denominados
como um marco em sua obra e apontam uma fase de poesia revolucionária com forte
influência do movimento em Coimbra.
O
livro mais revelador de Antero de Quental é "Os Sonetos",
definidos pela crítica literária como tecnicamente perfeitos e lógicos.
Eça
de Queirós (1845 - 1900)
A
fase realista de Eça de Queirós é marcada pela trilogia "Cenas da Vida Portuguesa",
com as obras "O Primo Basílio", "Os Maias"
e "O Crime do Padre Amaro".
Nas
obras, o autor monta um painel da sociedade portuguesa e retrata os múltiplos
aspectos da vida cotidiana: a cidade provinciana, a influência do clero, a
pequena e a média burguesia de Lisboa, os intelectuais e a aristocracia.
VERBO
Os verbos são a classe
de palavras que
indica ações, acontecimentos ou estados. Eles flexionam de acordo com:
·
o
número (singular ou plural);
·
a
pessoa (1ª, 2ª ou 3ª pessoa);
·
o
tempo (passado, presente ou futuro);
·
o
modo (indicativo, subjuntivo ou imperativo);
·
a
voz (ativa, passiva ou reflexiva);
Leia também: Adjetivos – classe de
palavras que caracterizam os nomes
O que é verbo?
O verbo é uma classe gramatical que expressa ações e acontecimentos, estados
ou fenômenos naturais, de acordo com o sujeito que executa o
verbo e com o tempo em que a ação foi executada.
Estrutura verbal
O verbo tem, em sua estrutura, três
partes usuais:
·
o
radical;
·
a vogal
temática;
·
a
desinência.
Observe os três verbos a seguir:
cantar – vender – partir
·
Radical é a parte que dá origem ao verbo e,
por isso, costuma não se modificar durante as flexões.
·
Vogal
temática refere-se
à vogal que vem logo após o radical. Os
verbos podem ser de 1ª conjugação (vogal temática a, terminados em –ar), de
2ª conjugação (vogal temática e,
terminados em –er) ou de 3ª conjugação (vogal temática i, terminados em –ir).
·
Desinência é a parte final, que expressa o
tempo e a pessoa do verbo.
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Veja como, nas conjugações, o radical tende a se manter o mesmo,
enquanto a desinência muda, ou seja, flexiona de acordo com a conjugação (a
vogal temática pode ou não desaparecer dependendo da conjugação):
cantamos – vendiam – partiu
Mas o que define a flexão do verbo?
Leia também: Dez
dicas de Português sobre verbos
Flexão verbal
Os verbos flexionam de acordo com o
número, a pessoa, o modo, o tempo e a voz.
Em relação ao número, podemos ter o sujeito no singular ou no plural. O sujeito também pode ser de 1ª, 2ª ou 3ª pessoa,
sendo a 1ª a que fala, a 2ª com quem se fala e a 3ª outra que não se enquadra
nas duas categorias anteriores.
Modos verbais
Os modos
verbais expressam a relação da pessoa que fala em
relação ao fato dado pelo verbo.
·
O modo indicativo expressa certeza em relação
ao fato, que é ou será dado como real.
·
O
modo subjuntivo expressa suposição, possibilidade ou dúvida para um fato
que não é dado como real ainda ou que não pode ser dado como real.
·
O
modo imperativo expressa
uma ordem,
uma exigência ou
um pedido que
se espera ser realizado.
Tempos verbais
O tempo verbal indica quando ocorre a ação em relação ao
enunciado, podendo ser essencialmente passado/pretérito (antes
do enunciado), presente (junto com o enunciado) e futuro (após o enunciado). Os
tempos verbais são diferentes de acordo com o modo verbal. Veja:
→ Tempos
verbais do modo indicativo
·
Presente: ação ocorre no momento da fala.
·
Pretérito
perfeito: ação ocorreu em momento
anterior ao da fala.
·
Pretérito
imperfeito: ação ocorria em momento
anterior ao da fala, mas parou de ocorrer.
·
Pretérito
mais-que-perfeito: ação ocorrera em momento
anterior ao de outra ação já ocorrida em momento anterior ao da fala. É o
passado do passado.
·
Futuro
do presente: ação ocorrerá em momento
posterior ao da fala.
·
Futuro
do pretérito: ação ocorreria em momento
posterior ao de outra ação já ocorrida no passado, mas ambas anteriores ao
momento da fala. É o futuro do passado.
→ Tempos
verbais do modo subjuntivo
·
Presente: suposição de que a ação ocorra.
·
Pretérito
imperfeito: hipótese
de como seria se a
ação ocorresse.
·
Futuro
do presente: hipótese
de quando a
ação ocorrer.
→ Tempo
verbal do modo imperativo
·
Presente: por se tratar de uma ordem, o
imperativo só é conjugado no presente. Ex.: Faça algo!
Leia também: Quais
as características do modo subjuntivo?
Vozes verbais
As vozes verbais manifestam a relação do sujeito com a ação expressa.
·
Voz
ativa: o
sujeito pratica a
ação do verbo. Ex.: João penteou Maria.
·
Voz
passiva: a
ação do verbo é
sofrida pelo sujeito. Ex.: João foi penteado por
Maria.
·
Voz
reflexiva: o
sujeito pratica e
sofre a ação do verbo ao mesmo tempo. Ex.: João se penteou.
Conjugação verbal
Como vimos, o verbo pode ser conjugado de
acordo com o sujeito (número e pessoa), o modo, o tempo e a voz verbal. Classificação dos
verbos
Os verbos são classificados de acordo com a sua flexão.
·
Verbos
regulares seguem
o modelo padrão de
flexão, no qual o radical não se altera e a desinência muda conforme os
elementos que vimos anteriormente. Ex.: cantar, vender, partir.
·
Verbos
irregulares tendem
a seguir o modelo padrão, mas com algumas conjugações que se afastam desse
modelo. São casos em que o radical pode ser alterado eventualmente durante uma
ou outra conjugação. Ex.: dar, caber, ouvir.
·
Verbos
anômalos: alguns gramáticos consideram como
anômalos os verbos com mais de um radical (fazendo com que não tenham padrão
definido nas conjugações), enquanto outros consideram anômalos qualquer verbo
que não apresente um padrão definido (sem necessariamente ter mais de um
radical). Ex.: ser, ir.
·
Verbos
defectivos são
aqueles que não podem ser conjugados em todas as formas, tempos e pessoas. Ex.:
falir, colorir.
·
Verbos
abundantes têm
mais de uma forma equivalente para a mesma conjugação em determinados casos.
Ex.: entregar (entregado e entregue), pagar (pagado e pago), haver (havemos e
hemos).
Leia também: Verbos impessoais –
formas verbais que não apresentam sujeito
Formas nominais
As formas
nominais não
exprimem o tempo (passado, presente ou futuro) e nem o modo (indicativo,
subjuntivo ou imperativo), dependendo do contexto em que aparecem. Podem,
inclusive, desempenhar a função de nome (substantivo) ao invés de verbo em
certos contextos.
·
Infinitivo: é o ato verbal em si e pode ser
usado como substantivo. Ex.: cantar, vender, partir.
·
Gerúndio: é o ato verbal em curso e pode ser
usado como advérbio ou adjetivo. Ex.: cantando, vendendo, partindo.
·
Particípio: é o ato verbal enquanto resultado e
pode ser usado como adjetivo. Ex.: brincado, vendido, partido.
Locuções verbais
Locuções
verbais são a combinação de um verbo auxiliar com um
verbo principal, ou seja, dois ou mais verbos juntos. O verbo
principal permanece em sua forma nominal, cabendo ao verbo auxiliar ser
conjugado de acordo com o tempo e o modo adequados.
CONTEÚDOS DA 4ª UNIDADE
- SIMBOLISMO NO BRASIL
O Simbolismo no Brasil (1893-1902) é
representado, principalmente, pelos autores Cruz e Sousa (1861-1898) e
Alphonsus de Guimaraens (1870-1921). Cruz
e Sousa, um dos poucos autores negros do século XIX, é
identificado pela sua profundidade filosófica, angústia metafísica e obsessão
pela cor branca. Já Alphonsus de Guimaraens possui uma poesia marcada pela
forte religiosidade e morbidez.
O Simbolismo surgiu na França, com a publicação do livro As flores do mal (1857),
de Charles Baudelaire (1821-1867). De maneira geral, possui as seguintes características:
misticismo, musicalidade, rigor formal, uso de reticências, valorização do
mistério, maiúscula alegorizante e sinestesia. Seus autores duvidavam da razão
e da realidade concreta; por isso, buscavam, por meio dos sentidos, atingir
o plano das essências.
Contexto histórico do
Simbolismo no Brasil
Na segunda metade do século XIX, o capitalismo europeu deixava evidente a disparidade social entre
a elite econômica e o proletariado. Se, de um lado, a burguesia enriquecia, de outro, os
trabalhadores viviam uma realidade de miséria. Diante dessa situação, o
movimento operário ganhou força e o conflito de classes tornou-se mais
evidente, enquanto as grandes potências realizavam a expansão imperialista, na Ásia e na África, e empreendiam, estimuladas
pelo progresso científico, uma corrida armamentista.
No Brasil, o Simbolismo surgiu após
a Abolição da Escravatura (1888) e a Proclamação da República (1889). Nesse contexto, havia
a miséria dos escravos
libertos, um problema social e étnico que se estenderia pelas
gerações afora, além dos conflitos políticos ocasionados pela ditadura empreendida por Floriano Peixoto (1839-1895),
que durou de 1891 a 1894. Além do mais, no Nordeste, os problemas sociais relacionados à seca levaram
à Guerra de Canudos (1896-1897).
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Assim, os artistas recorreram novamente
à fuga da realidade.
A vida como ela é já não interessava mais a esses artistas, nem a um povo
cansado de tão dura realidade. Assim sendo, as obras de caráter realista,
segundo aqueles mais sensíveis, deveriam ser substituídas pela fantasia.
Leia também: Como
ficou a vida dos ex-escravos após a Lei Áurea?
Características do
Simbolismo
O Simbolismo apresenta as seguintes
características:
·
Falta
de confiança na realidade, que seria ilusória;
·
Oposição
ao objetivismo parnasiano e realista;
·
Valorização
do não racional, ou seja, do mistério;
·
Apreço
pelo não consciente, pelo espiritual e imaterial;
·
Crença
na existência de um mundo
ideal;
·
Relação
entre o mundo visível e o mundo das essências (ou ideal);
·
Misticismo,
sondagem do eu e valorização da intuição;
·
Musicalidade
das palavras;
·
Alienação
social;
·
Rigor
formal: metrificação e rimas;
·
Visão
contrária ao otimismo científico;
·
Destaque
para o abstrato, o impalpável;
·
Uso
de reticências para sugerir imprecisão;
·
Poder
de sugestão, em oposição à objetividade;
·
Maiúscula
alegorizante: palavra escrita com inicial maiúscula;
·
Estímulo
dos sentidos humanos, a partir da sinestesia;
·
As
palavras com maiúscula alegorizante e as sensações são símbolos capazes de
levar o leitor a ter contato com o plano das essências.
Simbolismo no Brasil
Cruz e Sousa é o maior nome do Simbolismo
brasileiro.
Os
principais autores do Simbolismo no Brasil (1893-1902) são:
→ Cruz e
Sousa (1861-1898)
·
Negro, filho de escravos alforriados, nascido
em Florianópolis.
·
Sua
poesia apresenta profundidade
filosófica, em busca da essência.
·
Seus
textos evidenciam uma angústia
metafísica marcada pela melancolia.
·
O
autor tem obsessão pela cor
branca, recorrente em suas obras, associada à pureza ideal.
·
Sua
poesia só foi reconhecida no século XX.
·
Principais obras:
·
Broquéis (1893)
·
Missal (1893)
·
Evocações (1898)
·
Faróis (1900)
·
Últimos sonetos (1905)
→ Alphonsus
de Guimaraens (1870-1921)
·
Nascido
em Ouro Preto.
·
Viveu
em Mariana, onde escreveu sua obra, ignorada por vários anos.
·
Sua
poesia é marcada pela religiosidade.
·
Apresenta
uma linguagem mais suave em relação à de Cruz e Sousa.
·
Evidencia
o misticismo associado
à ideia de morte.
·
A
temática da morte do ser amado é
recorrente em seus textos.
·
Principais obras:
·
Septenário das dores de Nossa Senhora (1899)
·
Câmara ardente (1899)
·
Dona Mística (1899)
·
Kyriale (1902)
·
Mendigos (1920)
Exemplo de poesia
simbolista
Cruz e Sousa é o nome mais significativo da poesia
simbolista brasileira, até porque esse estilo foi inaugurado no Brasil quando o
autor publicou, em 1893, os seus livros Broquéis e Missal. Além disso, sua
poesia apresenta uma profundidade
filosófica, em meio a imagens etéreas (às vezes sombrias),
com forte apelo
sensorial, como podemos observar no soneto “Siderações”, do
livro Broquéis:
Siderações
Para as Estrelas
de cristais gelados
As ânsias e os desejos vão subindo,
Galgando azuis e siderais noivados
De nuvens brancas a amplidão vestindo...
Num cortejo de
cânticos alados
Os arcanjos, as cítaras ferindo,
Passam, das vestes nos troféus prateados,
As asas de ouro finamente abrindo...
Dos etéreos
turíbulos de neve
Claro incenso aromal, límpido e leve,
Ondas nevoentas de Visões levanta...
E as ânsias e os
desejos infinitos
Vão com os arcanjos formulando ritos
Da Eternidade que nos Astros canta...
Na primeira estrofe, o eu lírico diz
que as ânsias e os desejos vão subindo para as Estrelas. Temos aí
uma maiúscula
alegorizante, o que significa que a palavra “Estrelas” é um
símbolo, uma chave para atingir as essências. Na sequência, as ânsias e os
desejos vão galgando os azuis e siderais noivados entre nuvens brancas, ou
seja, essas nuvens estariam se unindo e, ao mesmo tempo, vestindo, cobrindo a
amplidão. Note que a nuvem é um elemento
impalpável, menos concreto. Nessa estrofe, também é possível
perceber elementos sinestésicos:
“gelados”, “azuis” e “brancas” (cor, aliás, recorrente nas obras do autor).
Na segunda estrofe, o eu lírico diz que arcanjos tocam
cítaras e cantam, enquanto vão abrindo as asas douradas, estas passam em suas
vestes prateadas. A figura do arcanjo é um elemento místico envolto em elementos sensoriais:
“cânticos”, “cítaras”, “prateados” e “ouro”. Aqui, é necessário lembrar que, na
primeira estrofe, as ânsias e os desejos estavam subindo rumo à amplidão, onde
estão esses arcanjos.
Na terceira estrofe, o eu lírico fala que
um claro incenso sai de turíbulos etéreos, e esse incenso levanta ondas
nevoentas de Visões. Nessa parte do soneto, o caráter impalpável das
coisas é evidente: “etéreos”, “incenso”, “nevoentas”, “Visões”. Mais uma vez, é
apresentada uma maiúscula
alegorizante, indicando o poder simbólico da palavra “Visões”,
além da presença de mais elementos
sinestésicos: “neve”, “aromal”, “límpido” e “leve”.
E, enfim, na quarta estrofe, o eu
lírico fala que as ânsias e os desejos são infinitos e estão ao lado dos
arcanjos, enquanto estes vão expondo os rituais da Eternidade, personificada,
que canta nos Astros. Nessa parte, temos duas maiúsculas alegorizantes,
nas palavras “Eternidade” e “Astros”.
Numa perspectiva mais ampla, é possível
interpretar o poema de duas formas. Uma delas é entender que, quando as ânsias
e os desejos se vão, o
indivíduo encontra a paz. Outra possibilidade é ler esse poema
como uma metáfora para
a morte, já que o que caracteriza a existência é justamente as
ânsias e os desejos que nela estão; afinal, viver é desejar, e, sem desejo, não
há vida.
E, finalmente, devemos apontar o rigor formal da
poesia, metrificada e com rimas, e ressaltar que, segundo a perspectiva simbolista,
não deveríamos analisar esse poema, já que essa é uma atitude racional, mas apenas
nos entregar às sensações que
ele provoca, para, assim, atingirmos o plano das essências, que, segundo os
simbolistas, é a verdadeira realidade, pois, no plano concreto, vivemos
uma ilusão apenas.
GRAMÁTICA: Sinais de Pontuação
Sinais de
Pontuação são sinais gráficos que contribuem para a coerência e a coesão de
textos, bem como têm a função de desempenhar questões de ordem estílica.
São eles: o
ponto (.), a vírgula (,), o ponto e vírgula (;), os dois pontos (:), o ponto de
exclamação (!), o ponto de interrogação (?), as reticências (...), as aspas
(“”), os parênteses ( ( ) ) e o travessão (—).
Como usar e exemplos
Ponto (.)
O ponto, ou
ponto final, é utilizado para terminar a ideia ou discurso e indicar o final de
um período. O ponto é, ainda, utilizado nas abreviações.
Exemplos:
·
Acordei e logo pensei nela e na discussão que
tivemos. Depois, saí para trabalhar e resolvi ligar e pedir perdão.
·
O filme recebeu várias indicações para o óscar.
·
Esse acontecimento remonta ao ano 300 a.C., segundo
afirmam os nossos historiadores.
· Sr. João, lamentamos informar que o seu voo foi cancelado.
Vírgula (,)
A vírgula
indica uma pausa no discurso. Sua utilização é tão importante que pode mudar o
significado quando não utilizada ou utilizada de modo incorreto. A vírgula
também serve para separar termos com a mesma função sintática, bem como para
separar o aposto e o vocativo.
Exemplos:
·
Vou precisar de farinha, ovos, leite e açúcar.
·
Rose Maria, apresentadora do programa da manhã,
falou sobre as receitas vegetarianas. (aposto)
· Desta maneira, Maria, não posso mais acreditar em você. (vocativo)
Ponto e Vírgula (;)
O ponto e
vírgula serve para separar várias orações dentro de uma mesma frase e para
separar uma relação de elementos.
É um sinal que
muitas vezes gera confusão nos leitores, já que ora representa uma pausa mais
longa que a vírgula e ora mais breve que o ponto.
Exemplos:
·
Os empregados, que ganham pouco, reclamam; os
patrões, que não lucram, reclamam igualmente.
·
Joaquim celebrou seu aniversário na praia; não
gosta do frio e nem das montanhas.
·
Os conteúdos da prova são: Geografia; História;
Português.
Dois
Pontos (:)
Esse sinal
gráfico é utilizado antes de uma explicação, para introduzir uma fala ou para
iniciar uma enumeração.
Exemplos:
·
Na matemática as quatro operações essenciais são:
adição, subtração, multiplicação e divisão.
·
Joana explicou: — Não devemos pisar na grama do
parque.
Ponto de Exclamação (!)
O ponto de
exclamação é utilizado para exclamar. Assim, é colocado em frases que denotam
sentimentos como surpresa, desejo, susto, ordem, entusiasmo, espanto.
Exemplos:
·
Que horror!
· Ganhei!
Ponto de Interrogação (?)
O ponto de
interrogação é utilizado para interrogar, perguntar. Utiliza-se no final das
frases diretas ou indiretas-livre.
Exemplos:
·
Quer ir ao cinema comigo?
· Será que eles preferem jornais ou revistas?
Reticências (...)
As reticências
servem para suprimir palavras, textos ou até mesmo indicar que o sentido vai
muito mais além do que está expresso na frase.
Exemplos:
·
Ana gosta de comprar sapatos, bolsas, calças…
· Não sei… Preciso pensar no assunto
Aspas (" ")
É utilizado
para enfatizar palavras ou expressões, bem como é usada para delimitar citações
de obras.
Exemplos:
·
Satisfeito com o resultado do vestibular, se sentia
o “bom”.
· Brás Cubas dedica suas memórias a um verme: "Ao verme que primeiro roeu as frias carnes do meu cadáver dedico como saudosa lembrança estas memórias póstumas."
Parênteses ( ( ) )
Os parênteses são utilizados para isolar explicações ou acrescentar informação acessória.
Exemplos:
·
O funcionário (o mais mal-humorado que já vi) fez a
troca dos artigos.
·
Cheguei à casa cansada, jantei (um sanduíche e um
suco) e adormeci no sofá.
Travessão (—)
O Travessão é
utilizado no início de frases diretas para indicar os diálogos do texto bem
como para substituir os parênteses ou dupla vírgula.
Exemplos:
·
Muito descontrolada, Paula gritou com o marido: —
Por favor, não faça isso agora pois teremos problemas mais tarde.
· Maria - funcionária da prefeitura - aconselhou-me que fizesse assim.
O que é colchete?
Colchetes, ou parênteses retos, é um sinal gráfico que é usado na língua portuguesa para pontuar situações muito específicas. Ele também é utilizado nas áreas de exatas, tal como em expressões numéricas: { 20 . [ 2 ] 2
ATIVIDADES Referentes às 3ª e 4ª Unidades
1ª) Sobre o
Realismo, assinale a alternativa INCORRETA.
a) O Realismo surgiu na Europa, como
reação ao Naturalismo.
b) O Realismo e o Naturalismo têm as
mesmas bases, embora sejam movimentos diferentes.
c) O Realismo surgiu como consequência
do cientificismo do século XIX.
d) Gustave Flaubert foi um dos
precursores do Realismo. Escreveu Madame Bovary.
e) Emile Zola escreveu romances de tese
e influenciou escritores brasileiros,
2ª) “E
naquela terra encharcada e fumegante, naquela umidade quente e lodosa, começou
a minhocar, e esfervilhar, a crescer, um mundo, uma coisa viva, uma geração,
que parecia brotar espontânea, ali mesmo, daquele lameiro, a multiplicar-se
como larvas no esterco.”
O fragmento de “O cortiço”, romance
de Aluísio Azevedo, apresenta uma característica fundamental do Naturalismo.
Qual?
a) Uma compreensão psicológica do
Homem.
b) Uma compreensão biológica do Mundo.
c) Uma concepção idealista do Universo.
d) Uma concepção religiosa da Vida.
e) Uma visão sentimental da Natureza.
3ª) São características do naturalismo, exceto:
a) Homem como produto biológico.
b) Linguagem simples e coloquial.
c) Personagens marginalizados
d) Negação dos aspectos românticos
e) Reação à monarquia e ao clero.
4ª) Assinale a alternativa incorreta a respeito do Realismo em Portugal.
a) Seus seguidos reagiram violentamente
contra tudo que se identificava com o Romantismo.
b) No plano político, o posicionamento
dos autores é monarquista e conservador.
c) Um de seus principais aspectos é o
racionalismo.
d) Seus personagens são escolhidos nas
várias camadas e grupos sociais de seu tempo.
e) Apresenta vários pontos comuns em
relação ao Naturalismo.
5ª) Sobre o Naturalismo, é correto afirmar que:
a) Estabelece relações entre fatores
biológicos e sociológicos e a conduta das personagens.
b) Defende a natureza e a vida
pastoril.
c) Analisa o homem sob o ponto de vista
psicológico.
d) Descreve a natureza como refúgio do
poeta.
6ª) Transpondo para a voz passiva a oração “O faro dos cães guiava os caçadores”, obtém-se a forma verbal:
a) guiava-se
b) ia guiando
c) guiavam
d) eram guiados
e) foram guiados.
7ª) Assinale a frase em que aparece o pretérito mais-que-perfeito do verbo ser:
a) Não seria o caso de você se acusar?
b) Quando cheguei, ele já se fora, muito
zangado.
c) Se não fosse ele, tudo estaria perdido.
d) Bem depois se soube que não fora ele o
culpado.
e) Embora não tenha sido divulgado,
soube-se do caso
8ª) Entre as principais características
do simbolismo estão:
a) objetivismo, otimismo,
religiosidade.
b) subjetivismo, pessimismo e misticismo.
c) misticismo, individualismo e objetivismo.
d) cientificismo, racionalismo e otimismo.
d) subjetivismo, racionalismo e materialismo
9ª) Os principais escritores do
simbolismo brasileiro foram:
a) Alphonsus de Guimaraens.e Adolfo
Caminha
b) Augusto dos Anjos e Teófilo Dias.
c) Cruz e Souza e Olavo Bilac.
d) Raimundo Correia e Alphonsus de Guimaraens.
e) Cruz e Souza e Alphonsus de Guimaraens.
10ª) Indique qual conjunto de
sinais de pontuação completa as lacunas de forma correta.
Na realidade__ nada mais havia para fazer__ Os
assuntos foram falados__ as dúvidas foram esclarecidas__ os problemas foram
evitados__ Apesar disso__ um enorme clima de mal-estar continuava a existir__
a) vírgula, ponto final, vírgula, vírgula, ponto
final, vírgula, ponto de interrogação;
b) vírgula, vírgula, ponto final, ponto final, ponto final, vírgula, ponto
final;
c) vírgula, ponto final, vírgula, vírgula, ponto final, vírgula, reticências;
d) vírgula, ponto de exclamação, vírgula, vírgula, ponto final, vírgula, ponto
de exclamação.
e) vírgula, ponto de interrogação, vírgula,
vírgula, ponto de exclamação, dois pontos, ponto e vírgula;
Boa sorte e sucesso!