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segunda-feira, 11 de janeiro de 2021

CONTEÚDOS E ATIVIDADES INERENTES À 3ª e 4ª UNIDADES - PORTUGUÊS - PROFESSOR: REGINALDO - 2º D

 

Escola Estadual Fausto Cardoso

Educando(a):

Turma: 2º ano D                Data: 11/01/2021

Componente Curricular: Língua Portuguesa

Professor: Reginaldo Silva de Araújo

 

CONTEÚDOS das 3ª e 4ª Unidades - Naturalismo em Portugal

Naturalismo em Portugal tem início na década de 1875 com a publicação da obra de “O Crime do Padre Amaro” (1875) de Eça de Queirós.

Embora ele seja mais citado como escritor realista, a obra de Eça abrange diversas características do naturalismo.

O que é Naturalismo?

Além de ter sido um movimento literário, o naturalismo teve grande influência nas artes plásticas e no teatro.

É, portanto, uma tendência estética, que muitas vezes está unida ao realismo, ou seja, pode ser considerada uma ramificação deste.

Sendo assim, o naturalismo é um estilo artístico posterior ao realismo e anterior ao parnasianismo. Da mesma maneira que o realismo, ele se posiciona contra os ideais da escola romântica.

Realismo e Naturalismo

Uma das principais diferenças entre o realismo e naturalismo é justamente as personagens que aparecem nas obras.

Enquanto no realismo as personagens fazem parte da classe burguesa, no naturalismo, elas são pessoas simples ou mesmo marginalizadas pela sociedade.

Para muitos estudiosos do tema, o naturalismo é considerado uma radicalização do realismo. Ele envolve personagens de qualquer classe social, os prazeres carnais, o sensualismo e o erotismo.

Diferente do realismo, essa tendência surge com o intuito de chocar o público e apresentar uma nova realidade “nua e crua”.

Origem do Naturalismo

O naturalismo surgiu na França em meados do século XIX com a publicação da obra “Germinal” do escritor francês Émile Zola.

Nessa obra, o escritor aborda sobre a greve de trabalhadores mineiros no norte da França. A temática escolhida já demostra as raízes do naturalismo donde a realidade é retratada de forma objetiva e realista.

Contexto Histórico: Resumo

O naturalismo surge numa época de extremo cientificismo e descobertas em diversos campos do saber.

Destaca-se o positivismo de Comte, o Evolucionismo de Darwin, a Psicologia, as pesquisas antropológicas e os avanços políticos: democracia, liberalismo e socialismo.

Tudo isso foi essencial para mostrar uma nova mudança na consciência humana, retratando da forma mais verossímil possível a realidade.

Em Portugal, o momento é de modernização da Indústria, dos transportes e da comunicação, impulsionados pela Revolução Industrial.

Além disso, a mecanização da agricultura bem como a inserção de novas técnicas de cultivo foi essencial para o desenvolvendo na área.

Isso gerou mais produção e empregos. Assim, o atraso econômico e tecnológico pelo qual passava o país anteriormente, foi gradualmente se transformando.

Características do naturalismo em Portugal

·         Objetividade e Materialismo

·         Cientificismo e Determinismo

·         Positivismo e Darwinismo

·         Linguagem simples e coloquial

·         Descrições minuciosas

·         Realidade e denúncia social

·         Temas polêmicos

·         Leis na natureza

·         Paisagens rurais

·         Instinto humano

·         Homem como produto biológico

·         Personagens marginalizados

·         Negação dos aspectos românticos

Saiba mais sobre as Características do Naturalismo.

Autores e obras do naturalismo português

Veja abaixo os principais nomes de artistas naturalistas em Portugal e suas obras mais importantes:

Escritores Naturalistas Portugueses

·         Eça de Queirós (1845-1900): O Mistério da Estrada de Sintra (1970), O Crime do Padre Amaro (1875) e A Tragédia da Rua das Flores (1877).

·         Francisco Teixeira de Queirós (1848-1919): Os Meus Primeiros Contos (1876), Amor Divino (1877) e Os Noivos (1879)

·         Júlio Lourenço Pinto (1842-1907): Margarida (1879), Vida Atribulada (1880) e Esboços do Natural (1882).

·         Abel Botelho (1854-1917): Claudina (1890), O Barão De Lavos (1891), Os Vencidos Da Vida (1892).

Pintores Naturalistas Portugueses

·         António Carvalho da Silva Porto (1850-1893): Charneca de Belas ao Pôr-do-Sol (1879), No Areinho, Douro (1880), A Ceifa (1884).

·         João Marques da Silva Oliveira (1853-1927): Ovelhas (1872), Praia de Banhos (1884), Póvoa de Varzim (1884).

·         José Vital Branco Malhoa (1855-1933): O Ateliê do Artista (1893), Os Bêbados (1907), O Fado (1910).

·         João José Vaz (1859-1931): Torre das Cabaças (1885), As Piteiras (1897), No Tejo (1897).

·         Columbano Bordalo Pinheiro (1857-1929): Um Concerto de Amadores (1882), Retrato de Manuel Gustavo Bordalo Pinheiro (1884), Grupo do Leão (1885).

Realismo em Portugal

 Realismo em Portugal desenvolve-se nos últimos anos da década de 60 do século XIX e tem como marco a Questão Coimbrã.

O movimento reflete o pensamento da elite intelectual do país insatisfeita com o clero e a monarquia. É um período de agitação política, social e cultural que toma conta de grandes centros educacionais, como em Coimbra.

A Escola Realista de Portugal estende-se até 1890, quando Eugênio de Castro publica a obra "Oaristos", um livro de poesias que seguia o modelo simbolista importado da França.

Questão Coimbrã

É o clima ideal para o desenvolvimento do movimento que ficou conhecido como "Questão Coimbrã" (1865), quando se defrontam jovens estudantes de Coimbra que estavam atentos às novas ideias vindas da Alemanha, França e Inglaterra.

Nos anos 70, os intelectuais que integravam o grupo de Coimbra promovem um clico de palestras que ficou conhecido por "Conferências Democráticas do Casino Lisbonense".

Entre os participantes do ciclo está o jovem Eça de Queiros, que estava alheio à Questão Coimbrã, mas havia aderido ao novo pensamento realista.

Contexto Histórico

O Realismo é usado para denominar a reação aos ideais românticos que caracterizaram a segunda metade do século XIX.

A Europa está na segunda fase da Revolução Industrial, conhece o desenvolvimento do pensamento científico e das doutrinas filosóficas e sociais difundidas por Hegel, Augusto Comte, Marx e Engels e o evolucionismo de Darwin.

Características

·         Objetivismo e Cientificismo

·         Materialismo e negação dos sentimentos

·         Reação à monarquia e ao clero

·         Preocupação com o presente

Principais Autores e Obras

Antero de Quental (1842 - 1891)

A produção poética de Antero de Quental é apresentada em três momentos, todos ligados à trajetória de vida do autor.

As primeiras poesias são anteriores à Questão Coimbrã e ainda refletem o modelo romântico. Já os poemas "Odes Modernas" são denominados como um marco em sua obra e apontam uma fase de poesia revolucionária com forte influência do movimento em Coimbra.

O livro mais revelador de Antero de Quental é "Os Sonetos", definidos pela crítica literária como tecnicamente perfeitos e lógicos.

Eça de Queirós (1845 - 1900)

A fase realista de Eça de Queirós é marcada pela trilogia "Cenas da Vida Portuguesa", com as obras "O Primo Basílio", "Os Maias" e "O Crime do Padre Amaro".

Nas obras, o autor monta um painel da sociedade portuguesa e retrata os múltiplos aspectos da vida cotidiana: a cidade provinciana, a influência do clero, a pequena e a média burguesia de Lisboa, os intelectuais e a aristocracia.

VERBO

Os verbos são a classe de palavras que indica ações, acontecimentos ou estados. Eles flexionam de acordo com:

·         o número (singular ou plural);

·         a pessoa (1ª, 2ª ou 3ª pessoa);

·         o tempo (passado, presente ou futuro);

·         o modo (indicativo, subjuntivo ou imperativo);

·         a voz (ativa, passiva ou reflexiva);

Leia também: Adjetivos – classe de palavras que caracterizam os nomes

O que é verbo?

O verbo é uma classe gramatical que expressa ações e acontecimentos, estados ou fenômenos naturais, de acordo com o sujeito que executa o verbo e com o tempo em que a ação foi executada.

Estrutura verbal

O verbo tem, em sua estrutura, três partes usuais:

·         o radical;

·         vogal temática;

·         a desinência.

Observe os três verbos a seguir:

cantar – vender – partir

·         Radical é a parte que dá origem ao verbo e, por isso, costuma não se modificar durante as flexões.

·         Vogal temática refere-se à vogal que vem logo após o radical. Os verbos podem ser de 1ª conjugação (vogal temática a, terminados em –ar), de 2ª conjugação (vogal temática e, terminados em –er) ou de 3ª conjugação (vogal temática i, terminados em –ir).

·         Desinência é a parte final, que expressa o tempo e a pessoa do verbo.

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Veja como, nas conjugações, o radical tende a se manter o mesmo, enquanto a desinência muda, ou seja, flexiona de acordo com a conjugação (a vogal temática pode ou não desaparecer dependendo da conjugação):

cantamos – vendiam – partiu

 

Mas o que define a flexão do verbo?

Leia também: Dez dicas de Português sobre verbos

Flexão verbal

Os verbos flexionam de acordo com o número, a pessoa, o modo, o tempo e a voz.

Em relação ao número, podemos ter o sujeito no singular ou no plural. O sujeito também pode ser de 1ª, 2ª ou 3ª pessoa, sendo a 1ª a que fala, a 2ª com quem se fala e a 3ª outra que não se enquadra nas duas categorias anteriores.

Modos verbais

Os modos verbais expressam a relação da pessoa que fala em relação ao fato dado pelo verbo.

·         modo indicativo expressa certeza em relação ao fato, que é ou será dado como real.

·         O modo subjuntivo expressa suposiçãopossibilidade ou dúvida para um fato que não é dado como real ainda ou que não pode ser dado como real.

·         O modo imperativo expressa uma ordem, uma exigência ou um pedido que se espera ser realizado.

Tempos verbais

O tempo verbal indica quando ocorre a ação em relação ao enunciado, podendo ser essencialmente passado/pretérito (antes do enunciado), presente (junto com o enunciado) e futuro (após o enunciado). Os tempos verbais são diferentes de acordo com o modo verbal. Veja:

Tempos verbais do modo indicativo

·         Presente: ação ocorre no momento da fala.

·         Pretérito perfeito: ação ocorreu em momento anterior ao da fala.

·         Pretérito imperfeito: ação ocorria em momento anterior ao da fala, mas parou de ocorrer.

·         Pretérito mais-que-perfeito: ação ocorrera em momento anterior ao de outra ação já ocorrida em momento anterior ao da fala. É o passado do passado.

·         Futuro do presente: ação ocorrerá em momento posterior ao da fala.

·         Futuro do pretérito: ação ocorreria em momento posterior ao de outra ação já ocorrida no passado, mas ambas anteriores ao momento da fala. É o futuro do passado.

Tempos verbais do modo subjuntivo

·         Presente: suposição de que a ação ocorra.

·         Pretérito imperfeito: hipótese de como seria se a ação ocorresse.

·         Futuro do presente: hipótese de quando a ação ocorrer.

Tempo verbal do modo imperativo

·         Presente: por se tratar de uma ordem, o imperativo só é conjugado no presente. Ex.: Faça algo!

Leia também: Quais as características do modo subjuntivo?

Vozes verbais

As vozes verbais manifestam a relação do sujeito com a ação expressa.

·         Voz ativa: o sujeito pratica a ação do verbo. Ex.: João penteou Maria.

·         Voz passiva: a ação do verbo é sofrida pelo sujeito. Ex.: João foi penteado por Maria.

·         Voz reflexiva: o sujeito pratica e sofre a ação do verbo ao mesmo tempo. Ex.: João se penteou.

Conjugação verbal

Como vimos, o verbo pode ser conjugado de acordo com o sujeito (número e pessoa), o modo, o tempo e a voz verbal. Classificação dos verbos

Os verbos são classificados de acordo com a sua flexão.

·         Verbos regulares seguem o modelo padrão de flexão, no qual o radical não se altera e a desinência muda conforme os elementos que vimos anteriormente. Ex.: cantar, vender, partir.

·         Verbos irregulares tendem a seguir o modelo padrão, mas com algumas conjugações que se afastam desse modelo. São casos em que o radical pode ser alterado eventualmente durante uma ou outra conjugação. Ex.: dar, caber, ouvir.

·         Verbos anômalos: alguns gramáticos consideram como anômalos os verbos com mais de um radical (fazendo com que não tenham padrão definido nas conjugações), enquanto outros consideram anômalos qualquer verbo que não apresente um padrão definido (sem necessariamente ter mais de um radical). Ex.: ser, ir.

·         Verbos defectivos são aqueles que não podem ser conjugados em todas as formas, tempos e pessoas. Ex.: falir, colorir.

·         Verbos abundantes têm mais de uma forma equivalente para a mesma conjugação em determinados casos. Ex.: entregar (entregado e entregue), pagar (pagado e pago), haver (havemos e hemos).

Leia também: Verbos impessoais – formas verbais que não apresentam sujeito

Formas nominais

As formas nominais não exprimem o tempo (passado, presente ou futuro) e nem o modo (indicativo, subjuntivo ou imperativo), dependendo do contexto em que aparecem. Podem, inclusive, desempenhar a função de nome (substantivo) ao invés de verbo em certos contextos.

·         Infinitivo: é o ato verbal em si e pode ser usado como substantivo. Ex.: cantar, vender, partir.

·         Gerúndio: é o ato verbal em curso e pode ser usado como advérbio ou adjetivo. Ex.: cantando, vendendo, partindo.

·         Particípio: é o ato verbal enquanto resultado e pode ser usado como adjetivo. Ex.: brincado, vendido, partido.

Locuções verbais

Locuções verbais são a combinação de um verbo auxiliar com um verbo principal, ou seja, dois ou mais verbos juntos. O verbo principal permanece em sua forma nominal, cabendo ao verbo auxiliar ser conjugado de acordo com o tempo e o modo adequados.

 

CONTEÚDOS DA 4ª UNIDADE - SIMBOLISMO NO BRASIL

 

Simbolismo no Brasil (1893-1902) é representado, principalmente, pelos autores Cruz e Sousa (1861-1898) e Alphonsus de Guimaraens (1870-1921). Cruz e Sousa, um dos poucos autores negros do século XIX, é identificado pela sua profundidade filosófica, angústia metafísica e obsessão pela cor branca. Já Alphonsus de Guimaraens possui uma poesia marcada pela forte religiosidade e morbidez.

O Simbolismo surgiu na França, com a publicação do livro As flores do mal (1857), de Charles Baudelaire (1821-1867). De maneira geral, possui as seguintes características: misticismo, musicalidade, rigor formal, uso de reticências, valorização do mistério, maiúscula alegorizante e sinestesia. Seus autores duvidavam da razão e da realidade concreta; por isso, buscavam, por meio dos sentidos, atingir o plano das essências.

 

Contexto histórico do Simbolismo no Brasil

Na segunda metade do século XIX, o capitalismo europeu deixava evidente a disparidade social entre a elite econômica e o proletariado. Se, de um lado, a burguesia enriquecia, de outro, os trabalhadores viviam uma realidade de miséria. Diante dessa situação, o movimento operário ganhou força e o conflito de classes tornou-se mais evidente, enquanto as grandes potências realizavam a expansão imperialista, na Ásia e na África, e empreendiam, estimuladas pelo progresso científico, uma corrida armamentista.

No Brasil, o Simbolismo surgiu após a Abolição da Escravatura (1888) e a Proclamação da República (1889). Nesse contexto, havia a miséria dos escravos libertos, um problema social e étnico que se estenderia pelas gerações afora, além dos conflitos políticos ocasionados pela ditadura empreendida por Floriano Peixoto (1839-1895), que durou de 1891 a 1894. Além do mais, no Nordeste, os problemas sociais relacionados à seca levaram à Guerra de Canudos (1896-1897).

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Assim, os artistas recorreram novamente à fuga da realidade. A vida como ela é já não interessava mais a esses artistas, nem a um povo cansado de tão dura realidade. Assim sendo, as obras de caráter realista, segundo aqueles mais sensíveis, deveriam ser substituídas pela fantasia.

Leia tambémComo ficou a vida dos ex-escravos após a Lei Áurea?

Características do Simbolismo

 

O Simbolismo apresenta as seguintes características:

·         Falta de confiança na realidade, que seria ilusória;

·         Oposição ao objetivismo parnasiano e realista;

·         Valorização do não racional, ou seja, do mistério;

·         Apreço pelo não consciente, pelo espiritual e imaterial;

·         Crença na existência de um mundo ideal;

·         Relação entre o mundo visível e o mundo das essências (ou ideal);

·         Misticismo, sondagem do eu e valorização da intuição;

·         Musicalidade das palavras;

·         Alienação social;

·         Rigor formal: metrificação e rimas;

·         Visão contrária ao otimismo científico;

·         Destaque para o abstrato, o impalpável;

·         Uso de reticências para sugerir imprecisão;

·         Poder de sugestão, em oposição à objetividade;

·         Maiúscula alegorizante: palavra escrita com inicial maiúscula;

·         Estímulo dos sentidos humanos, a partir da sinestesia;

·         As palavras com maiúscula alegorizante e as sensações são símbolos capazes de levar o leitor a ter contato com o plano das essências.

Simbolismo no Brasil

Cruz e Sousa é o maior nome do Simbolismo brasileiro.

Os principais autores do Simbolismo no Brasil (1893-1902) são:

Cruz e Sousa (1861-1898)

·         Negro, filho de escravos alforriados, nascido em Florianópolis.

·         Sua poesia apresenta profundidade filosófica, em busca da essência.

·         Seus textos evidenciam uma angústia metafísica marcada pela melancolia.

·         O autor tem obsessão pela cor branca, recorrente em suas obras, associada à pureza ideal.

·         Sua poesia só foi reconhecida no século XX.

·         Principais obras:

·         Broquéis (1893)

·         Missal (1893)

·         Evocações (1898)

·         Faróis (1900)

·         Últimos sonetos (1905)

Alphonsus de Guimaraens (1870-1921)

·         Nascido em Ouro Preto.

·         Viveu em Mariana, onde escreveu sua obra, ignorada por vários anos.

·         Sua poesia é marcada pela religiosidade.

·         Apresenta uma linguagem mais suave em relação à de Cruz e Sousa.

·         Evidencia o misticismo associado à ideia de morte.

·         A temática da morte do ser amado é recorrente em seus textos.

·         Principais obras:

·         Septenário das dores de Nossa Senhora (1899)

·         Câmara ardente (1899)

·         Dona Mística (1899)

·         Kyriale (1902)

·         Mendigos (1920)

Exemplo de poesia simbolista

Cruz e Sousa é o nome mais significativo da poesia simbolista brasileira, até porque esse estilo foi inaugurado no Brasil quando o autor publicou, em 1893, os seus livros Broquéis Missal. Além disso, sua poesia apresenta uma profundidade filosófica, em meio a imagens etéreas (às vezes sombrias), com forte apelo sensorial, como podemos observar no soneto “Siderações”, do livro Broquéis:

Siderações

Para as Estrelas de cristais gelados
As ânsias e os desejos vão subindo,
Galgando azuis e siderais noivados
De nuvens brancas a amplidão vestindo...

Num cortejo de cânticos alados
Os arcanjos, as cítaras ferindo,
Passam, das vestes nos troféus prateados,
As asas de ouro finamente abrindo...

Dos etéreos turíbulos de neve
Claro incenso aromal, límpido e leve,
Ondas nevoentas de Visões levanta...

E as ânsias e os desejos infinitos
Vão com os arcanjos formulando ritos
Da Eternidade que nos Astros canta...

Na primeira estrofe, o eu lírico diz que as ânsias e os desejos vão subindo para as Estrelas. Temos aí uma maiúscula alegorizante, o que significa que a palavra “Estrelas” é um símbolo, uma chave para atingir as essências. Na sequência, as ânsias e os desejos vão galgando os azuis e siderais noivados entre nuvens brancas, ou seja, essas nuvens estariam se unindo e, ao mesmo tempo, vestindo, cobrindo a amplidão. Note que a nuvem é um elemento impalpável, menos concreto. Nessa estrofe, também é possível perceber elementos sinestésicos: “gelados”, “azuis” e “brancas” (cor, aliás, recorrente nas obras do autor).

Na segunda estrofe, o eu lírico diz que arcanjos tocam cítaras e cantam, enquanto vão abrindo as asas douradas, estas passam em suas vestes prateadas. A figura do arcanjo é um elemento místico envolto em elementos sensoriais: “cânticos”, “cítaras”, “prateados” e “ouro”. Aqui, é necessário lembrar que, na primeira estrofe, as ânsias e os desejos estavam subindo rumo à amplidão, onde estão esses arcanjos.

Na terceira estrofe, o eu lírico fala que um claro incenso sai de turíbulos etéreos, e esse incenso levanta ondas nevoentas de Visões. Nessa parte do soneto, o caráter impalpável das coisas é evidente: “etéreos”, “incenso”, “nevoentas”, “Visões”. Mais uma vez, é apresentada uma maiúscula alegorizante, indicando o poder simbólico da palavra “Visões”, além da presença de mais elementos sinestésicos: “neve”, “aromal”, “límpido” e “leve”.

E, enfim, na quarta estrofe, o eu lírico fala que as ânsias e os desejos são infinitos e estão ao lado dos arcanjos, enquanto estes vão expondo os rituais da Eternidade, personificada, que canta nos Astros. Nessa parte, temos duas maiúsculas alegorizantes, nas palavras “Eternidade” e “Astros”.

Numa perspectiva mais ampla, é possível interpretar o poema de duas formas. Uma delas é entender que, quando as ânsias e os desejos se vão, o indivíduo encontra a paz. Outra possibilidade é ler esse poema como uma metáfora para a morte, já que o que caracteriza a existência é justamente as ânsias e os desejos que nela estão; afinal, viver é desejar, e, sem desejo, não há vida.

E, finalmente, devemos apontar o rigor formal da poesia, metrificada e com rimas, e ressaltar que, segundo a perspectiva simbolista, não deveríamos analisar esse poema, já que essa é uma atitude racional, mas apenas nos entregar às sensações que ele provoca, para, assim, atingirmos o plano das essências, que, segundo os simbolistas, é a verdadeira realidade, pois, no plano concreto, vivemos uma ilusão apenas.

 

GRAMÁTICA: Sinais de Pontuação

Sinais de Pontuação são sinais gráficos que contribuem para a coerência e a coesão de textos, bem como têm a função de desempenhar questões de ordem estílica.

São eles: o ponto (.), a vírgula (,), o ponto e vírgula (;), os dois pontos (:), o ponto de exclamação (!), o ponto de interrogação (?), as reticências (...), as aspas (“”), os parênteses ( ( ) ) e o travessão (—).

Como usar e exemplos

Ponto (.)

O ponto, ou ponto final, é utilizado para terminar a ideia ou discurso e indicar o final de um período. O ponto é, ainda, utilizado nas abreviações.

Exemplos:

·         Acordei e logo pensei nela e na discussão que tivemos. Depois, saí para trabalhar e resolvi ligar e pedir perdão.

·         O filme recebeu várias indicações para o óscar.

·         Esse acontecimento remonta ao ano 300 a.C., segundo afirmam os nossos historiadores.

·         Sr. João, lamentamos informar que o seu voo foi cancelado.

Vírgula (,)

A vírgula indica uma pausa no discurso. Sua utilização é tão importante que pode mudar o significado quando não utilizada ou utilizada de modo incorreto. A vírgula também serve para separar termos com a mesma função sintática, bem como para separar o aposto e o vocativo.

Exemplos:

·         Vou precisar de farinha, ovos, leite e açúcar.

·         Rose Maria, apresentadora do programa da manhã, falou sobre as receitas vegetarianas. (aposto)

·         Desta maneira, Maria, não posso mais acreditar em você. (vocativo)

Ponto e Vírgula (;)

O ponto e vírgula serve para separar várias orações dentro de uma mesma frase e para separar uma relação de elementos.

É um sinal que muitas vezes gera confusão nos leitores, já que ora representa uma pausa mais longa que a vírgula e ora mais breve que o ponto.

Exemplos:

·         Os empregados, que ganham pouco, reclamam; os patrões, que não lucram, reclamam igualmente.

·         Joaquim celebrou seu aniversário na praia; não gosta do frio e nem das montanhas.

·         Os conteúdos da prova são: Geografia; História; Português.

Dois Pontos (:)

Esse sinal gráfico é utilizado antes de uma explicação, para introduzir uma fala ou para iniciar uma enumeração.

Exemplos:

·         Na matemática as quatro operações essenciais são: adição, subtração, multiplicação e divisão.

·         Joana explicou: — Não devemos pisar na grama do parque.

Ponto de Exclamação (!)

O ponto de exclamação é utilizado para exclamar. Assim, é colocado em frases que denotam sentimentos como surpresa, desejo, susto, ordem, entusiasmo, espanto.

Exemplos:

·         Que horror!

·         Ganhei!

Ponto de Interrogação (?)

O ponto de interrogação é utilizado para interrogar, perguntar. Utiliza-se no final das frases diretas ou indiretas-livre.

Exemplos:

·         Quer ir ao cinema comigo?

·         Será que eles preferem jornais ou revistas?

Reticências (...)

As reticências servem para suprimir palavras, textos ou até mesmo indicar que o sentido vai muito mais além do que está expresso na frase.

Exemplos:

·         Ana gosta de comprar sapatos, bolsas, calças…

·         Não sei… Preciso pensar no assunto

Aspas (" ")

É utilizado para enfatizar palavras ou expressões, bem como é usada para delimitar citações de obras.

Exemplos:

·         Satisfeito com o resultado do vestibular, se sentia o “bom”.

·         Brás Cubas dedica suas memórias a um verme: "Ao verme que primeiro roeu as frias carnes do meu cadáver dedico como saudosa lembrança estas memórias póstumas."

Parênteses ( ( ) )

Os parênteses são utilizados para isolar explicações ou acrescentar informação acessória.

Exemplos:

·         O funcionário (o mais mal-humorado que já vi) fez a troca dos artigos.

·         Cheguei à casa cansada, jantei (um sanduíche e um suco) e adormeci no sofá.

 

Travessão (—)

O Travessão é utilizado no início de frases diretas para indicar os diálogos do texto bem como para substituir os parênteses ou dupla vírgula.

Exemplos:

·         Muito descontrolada, Paula gritou com o marido: — Por favor, não faça isso agora pois teremos problemas mais tarde.

·         Maria - funcionária da prefeitura - aconselhou-me que fizesse assim.

O que é colchete?

Colchetes, ou parênteses retos, é um sinal gráfico que é usado na língua portuguesa para pontuar situações muito específicas. Ele também é utilizado nas áreas de exatas, tal como em expressões numéricas: { 20 . [ 2 ] 2


ATIVIDADES Referentes às 3ª e 4ª Unidades  

 

1ª)  Sobre o Realismo, assinale a alternativa INCORRETA.

a) O Realismo surgiu na Europa, como reação ao Naturalismo.

b) O Realismo e o Naturalismo têm as mesmas bases, embora sejam movimentos diferentes.

c) O Realismo surgiu como consequência do cientificismo do século XIX.

d) Gustave Flaubert foi um dos precursores do Realismo. Escreveu Madame Bovary.

e) Emile Zola escreveu romances de tese e influenciou escritores brasileiros,

 

2ª) E naquela terra encharcada e fumegante, naquela umidade quente e lodosa, começou a minhocar, e esfervilhar, a crescer, um mundo, uma coisa viva, uma geração, que parecia brotar espontânea, ali mesmo, daquele lameiro, a multiplicar-se como larvas no esterco.”

O fragmento de “O cortiço”, romance de Aluísio Azevedo, apresenta uma característica fundamental do Naturalismo. Qual?

a) Uma compreensão psicológica do Homem.
b) Uma compreensão biológica do Mundo.
c) Uma concepção idealista do Universo.
d) Uma concepção religiosa da Vida.
e) Uma visão sentimental da Natureza.

3ª) São características do naturalismo, exceto:

a)      Homem como produto biológico.

b)      Linguagem simples e coloquial.

c)      Personagens marginalizados

d)      Negação dos aspectos românticos

e)      Reação à monarquia e ao clero. 

 4ª) Assinale a alternativa incorreta a respeito do Realismo em Portugal.

a) Seus seguidos reagiram violentamente contra tudo que se identificava com o Romantismo.

b) No plano político, o posicionamento dos autores é monarquista e conservador.

c) Um de seus principais aspectos é o racionalismo.

d) Seus personagens são escolhidos nas várias camadas e grupos sociais de seu tempo.

e) Apresenta vários pontos comuns em relação ao Naturalismo.

5ª) Sobre o Naturalismo, é correto afirmar que:

a) Estabelece relações entre fatores biológicos e sociológicos e a conduta das personagens.

b) Defende a natureza e a vida pastoril.

c) Analisa o homem sob o ponto de vista psicológico.

d) Descreve a natureza como refúgio do poeta.

6ª) Transpondo para a voz passiva a oração “O faro dos cães guiava os caçadores”, obtém-se a forma verbal:

a) guiava-se
b) ia guiando
c) guiavam
d) eram guiados
e) foram guiados.

7ª) Assinale a frase em que aparece o pretérito mais-que-perfeito do verbo ser:

a)  Não seria o caso de você se acusar?
b)  Quando cheguei, ele já se fora, muito zangado.
c)  Se não fosse ele, tudo estaria perdido.
d)  Bem depois se soube que não fora ele o culpado.
e)  Embora não tenha sido divulgado, soube-se do caso

8ª) Entre as principais características do simbolismo estão:

a) objetivismo, otimismo, religiosidade.
b) subjetivismo, pessimismo e misticismo.
c) misticismo, individualismo e objetivismo.
d) cientificismo, racionalismo e otimismo.
d) subjetivismo, racionalismo e materialismo

9ª) Os principais escritores do simbolismo brasileiro foram:

a) Alphonsus de Guimaraens.e Adolfo Caminha

b) Augusto dos Anjos e Teófilo Dias.
c) Cruz e Souza e Olavo Bilac.
d) Raimundo Correia e Alphonsus de Guimaraens.
e) Cruz e Souza e Alphonsus de Guimaraens.

10ª) Indique qual conjunto de sinais de pontuação completa as lacunas de forma correta.

Na realidade__ nada mais havia para fazer__ Os assuntos foram falados__ as dúvidas foram esclarecidas__ os problemas foram evitados__ Apesar disso__ um enorme clima de mal-estar continuava a existir__

a) vírgula, ponto final, vírgula, vírgula, ponto final, vírgula, ponto de interrogação;
b) vírgula, vírgula, ponto final, ponto final, ponto final, vírgula, ponto final;
c) vírgula, ponto final, vírgula, vírgula, ponto final, vírgula, reticências;
d) vírgula, ponto de exclamação, vírgula, vírgula, ponto final, vírgula, ponto de exclamação.

e) vírgula, ponto de interrogação, vírgula, vírgula, ponto de exclamação, dois pontos, ponto e vírgula;

Boa sorte e sucesso!