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segunda-feira, 11 de janeiro de 2021

CONTEÚDOS E ATIVIDADES REFERENTES À 3ª e 4ª UNIDADES - PORTUGUÊS - PROFESSOR: REGINALDO - 3º B - 11.01.2021.

 

Escola Estadual Fausto Cardoso

Educando(a):

Turma: 3º ano B                        Data: 11/01/2021

Componente Curricular: Língua Portuguesa

Professor: Reginaldo Silva de Araújo

 

CONTEÚDOS  REFERENTES A 3ª  e 4ª UNIDADES – ROMANCE DE 30 e o NEORREALISMO

 

O “Romance de 30” reúne diversas obras de caráter social da segunda fase do modernismo no Brasil (1930-1945). Influenciados pelo movimento Neorrealista, esses romances são chamados de romances neorrealistas ou romances regionalistas. Isso porque abordam aspectos de algumas regiões do país, como a seca do Nordeste.

  Influenciados pelo movimento Neorrealista, esses romances são chamados de romances neorrealistas ou romances regionalistas. Isso porque abordam aspectos de algumas regiões do país, como a seca do Nordeste.

O romance de 30 teve como marco inicial a publicação do romance “A Bagaceira” (1928) do escritor José Américo de Almeida.

Os escritores dessa geração estavam preocupados em denunciar as desigualdades e injustiças sociais no país, sobretudo na região do Nordeste.

Assim, eles criaram uma literatura ficcional crítica e revolucionária, cujo tema era a vida rural, agrária.

Contexto histórico: resumo

No Brasil, o momento era de crise econômica, política e social, reflexo da crise de 1929.

O desemprego, a miséria e a manipulação política, que acontecia pela república do café com leite, deixava a população cada vez mais descontente.

Sob o governo do presidente Washington Luís despontava a Revolução de 1930. Ela culminaria no golpe de Estado de 1930, na deposição do Presidente da República e a chegada de Getúlio Vargas ao poder.

Diante de tal panorama, os literatos brasileiros do momento apresentam uma nova estética, pautada nos temas humanos, psicológicos e sociais do país.

Vale lembrar que a linguagem do romance de 30 envolve a linguagem coloquial, popular e regionalista.

Principais características do romance de 30

·         Regionalismo romântico

·         Romance social

·         Diversidade cultural brasileira

·         Retomada do romantismo e do realismo

·         Perspectiva determinista

·         Narrativa linear

Autores e obras do romance de 30

Os autores que fizeram parte da segunda fase modernista exploraram temas como a miséria, desigualdade social e econômica, dores e sofrimentos humanos.

Confira abaixo os grandes destaques desse período:

1. José Américo de Almeida (1887-1980)

Escritor, professor, político e sociólogo paraibano, José Américo de Almeida foi quem introduziu o romance regionalista no Brasil, com a publicação de “A Bagaceira” (1928).

 

Nesse romance, ele aborda o tema da seca de 1898 e da fuga dos retirantes nordestinos.

2. Rachel de Queiroz (1910-2003)

Escritora, jornalista, dramaturga e militante política cearense, Rachel de Queiroz foi uma das mais proeminentes artistas do momento.

 

Sua ficção social nordestina mais conhecida é “O Quinze” (1930), e o título faz referência ao ano em que a seca assolou o Nordeste.

3. Graciliano Ramos (1892-1953)

Graciliano Ramos foi escritor, jornalista e político alagoano.

 

Sem dúvida, sua obra mais emblemática do período é “Vidas Secas” (1938), onde ele aborda o tema da seca e a vida de uma família de retirantes que foge do sertão e da miséria.

4. José Lins do Rego (1901-1957)

José Lins do Rego foi um escritor paraibano que explorou temas regionalistas apontando aspectos, políticos, sociais e econômicos do país. Sua obra mais emblemática do período é “Menino de Engenho”, publicada em 1932).

 

Nesse romance, ele denuncia a realidade social, ao mesmo tempo que apresenta a decadência do ciclo de açúcar nos engenhos nordestinos.

5. Jorge Amado (1912-2001)

Jorge Amado foi um escritor baiano considerado um dos maiores nomes da literatura regionalista brasileira do século XX.

 

Em suas obras explorou a diversidade étnica e social brasileira, da qual se destaca “Capitães de Areia” (1937).

Ambientado na cidade de Salvador, os protagonistas desse romance formavam um grupo de menores abandonados chamados de “Capitães da Areia”.

Neorrealismo, o que é e como surgiu a corrente artística esquerdista

O Neorrealismo foi um movimento de vanguarda que mudou o modo de fazer arte no mundo, abordando temáticas sociais e retratando a realidade do cotidiano.

O Neorrealismo, ou realismo novo, foi uma corrente artística que apareceu no início do século XX. Muito ligada aos movimentos de esquerda, como o socialismo, propunha que as artes refletissem a realidade.

Esse foi um movimento de vanguarda, sendo que influenciou literatura, música, pintura e até o cinema. Ele se deu em diversos países pelo mundo, inclusive com representação aqui no Brasil.

Havia uma abordagem bem crítica da realidade, certamente que num contexto de cunho revolucionário. Buscava-se retratar os conflitos e as desigualdades ocorridos na sociedade da época.

Algumas características do Neorrealismo

Por ser de cunho esquerdista, o Neorrealismo era um movimento em que os artistas abordavam uma temática parecida entre eles. Diversas são suas características, dentre as quais podemos mencionar, obviamente, o anticapitalismo.

Há igualmente a busca do realismo social, para se retratar as lutas de classe. Eram também objetivos e simples, posto que usavam um linguajar coloquial e regional. Os personagens eram caricatos, já que necessitavam se enquadrar no contexto de embate ente burguesia e proletariado.

 

No cinema, a vanguarda neorrealista pode ser considerada o filme “Roma, Città Aperta”, de Rossellini,  (1945). Ele foi rodado logo em seguida à libertação de Roma, sendo influenciado pelo realismo poético francês.

A temática do Neorrealismo

O Neorrealismo pode ser conceituado como um movimento artístico ocorrido no princípio do século XX. Havia nele um forte apelo ligado aos movimentos de esquerda, principalmente à doutrina de Marx.

Ele apareceu de forma evidente tanto na literatura, quanto nas artes plásticas e na música. Mas certamente que foi no cinema que o movimento atingiu mais público.

Já no Brasil, buscou-se o resgate do Realismo e do Naturalismo, só que com pitadas diferenciadas. É que havia nas artes nacionais temáticas modernistas, além de marxistas e até freudianas.

A literatura estava cheia de autores que eram militantes políticos esquerdistas. Por essa razão que se abordava o confronto de classes e até mesmo desigualdades sociais.

 

José Américo de Almeida foi o precursor do Neorrealismo, já que na obra A Bagaceira (1928) contou sobre o drama nordestino.

Mas também houve Rachel de Queiroz com “O Quinze”, “As Três Marias” e “Memorial de Maria Moura”. Assim como José Lins do Rego com “Menino de Engenho”, “Doidinho” e “Riacho Doce”.

Menciona-se também Graciliano Ramos com “Caetés”, “São Bernardo”, “Angústia” e “Vidas Secas”. Érico Veríssimo com “Olhai os Lírios do Campo”, “O Tempo e o Vento” e “Incidente em Antares”.

Também deve-se citar Jorge Amado com “Cacau”, “Mar Morto”, “Capitães da Areia” e “Gabriela, Cravo e Canela”.

O Neorrealismo francês

No cinema da França despontou, a partir de 1930, o Realismo Poético, que é um belo estilo artístico. O movimento se dispunha a produzir filme com temática social, posto que denunciava as desigualdades sociais. Esse é o Neorrealismo da “sétima arte”.

 

As temáticas vinham recheadas com muito humor, sátiras ferozes e pessimismo seco. Durante os anos de 1930 e 40, portanto, o cinema mudou a forma de produção, já que contou a história do povo. Também as cenas passaram a ser rodadas fora dos estúdios, o que era uma novidade para a época.

Muitos diretores franceses se destacaram no realismo poético. Podemos citar René Clair com “Sob os telhados de Paris” (1930) e Jean Vigo com “O Atalante” (1934). Mas há também Julien Duvivier com “O Demônio da Algéria” (1937) e Jean Renoir com “A Grande Ilusão” (1937).

 

Autores e obras em Portugal

O Neorrealismo em Portugal começou com o romance Alves Redol “Gaibéus” (1940). E depois dele se destacaram: Ferreira de Castro com “A Selva” (1930) e Mario Dionísio com “As Solicitações e Emboscadas” (1945). Mas também publicaram Manuel da Fonseca, “Aldeia Nova” (1942), Fernando Namora, “As Sete Partidas do Mundo” (1938), Soeiro Pereira Gomes, “Esteiros” (1941).

O Neorrealismo na atualidade

Nos dias atuais, o cinema brasileiro continua, em certos filmes, com a temática do Neorrealismo. Isso pode ser visto quando o tema é o denuncismo dos problemas políticos e sociais.

Dois grandes exemplos da atualidade são os filmes “Tropa de Elite”, dirigido por José Padilha, e  Central do Brasil, de Walter Salles. Mas merece especial menção o excelente “Cidade de Deus”, dirigido por Fernando Meirelles.

 

FUNÇÕES SINTÁTICAS DOS PRONOMES RELATIVOS

 

Os pronomes relativos estabelecem um elo de subordinação da oração que iniciam e, por isso, podem desempenhar diferentes funções sintáticas dentro delas.

Como você já deve ter estudado, os pronomes relativos apresentam formas variáveis e invariáveis, que são:

Pronomes relativos

 

Variáveis

Invariáveis

O qual, a qual

que

Os quais, as quais

quem

Cujo, cuja

onde

Cujos, cujas

 

Quanto

 

Quantos, quantas

 

 

Esses pronomes são chamados dessa forma porque se referem a um termo anterior – o antecedente. Além disso, diferentemente das conjunções que apenas conectam orações sintaticamente independentes, esses pronomes servem de elo de subordinação entre a oração principal e uma outra que exerce uma função sintática em relação a um de seus termos. Assim, os pronomes relativos podem desempenhar uma função sintática nas orações a que pertencem. Eles podem ser:

a) Sujeito:

Encontrei uma papelaria que dá bons descontos no material escolar.

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(que = sujeito do verbo “dá”)

b) Objeto direto:

Gosto dos filmes que ele fez.

(que = objeto direto do verbo “fez”)

c) Objeto indireto:

Quero conhecer a exposição à qual você foi.

(a qual = objeto indireto do verbo “foi”)

d) Adjunto adnominal:

Filhos cujos pais têm hábitos saudáveis tornam-se também adultos saudáveis.

(cujo = adjunto adnominal de “pais”)

e) Complemento nominal:

Foi o último desejo da mamãe de que tivemos notícias.

(de que = complemento nominal de “notícias”)

f) Adjunto adverbial:

Visitava aquela velha casa onde nasceu.

(onde = adjunto adverbial de “nasceu”)

g) Agente da passiva:

Este é o crítico por quem fui elogiado.

(por quem = agente da passiva de “elogiado”)

 

 

CONTEÚDOS DA 4ª UNIDADE

 

literatura contemporânea brasileira consiste nas obras produzidas entre as últimas décadas do século XX e o momento atual e tem como principal característica a mistura de tendências estéticas. É uma literatura que se aproxima do Modernismo no aspecto formal, já que propõe a flexibilização das formas fixas.

Características da Literatura Brasileira Contemporânea

 Literatura Brasileira Contemporânea engloba as produções do final do século XX e da primeira metade do século XXI, sendo marcada por uma multiplicidade de tendências.

Ela reúne um conjunto de caraterísticas de diversas escolas literárias anteriores, revelando assim, uma mistura de tendências que irão inovar a poesia e a prosa (contos, crônicas, romances, novelas, etc.) do período.

Muitas características da literatura contemporânea estão relacionadas com o movimento modernista, por exemplo, a ruptura com os valores tradicionais. Entretanto, a identidade nesse momento não é mais uma busca, sendo revelada por uma crise existencial do homem pós-moderno.

Alguns movimentos vanguardistas que assinalaram a produção contemporânea foram:

·         Concretismo

·         Neoconcretismo

·         Poesia-Práxis

·         Poesia Marginal

·         Poema Processo

Características

As principais características da literatura contemporânea são:

·         Mistura de tendências estéticas (ecletismo)

·         União da arte erudita e da arte popular

·         Prosa histórica, social e urbana

·         Poesia intimista, visual e marginal

·         Temas cotidianos e regionalistas

·         Engajamento social e literatura marginal

·         Experimentalismo formal

·         Técnicas inovadoras (recursos gráficos, montagens, colagens, etc.).

·         Formas reduzidas (minicontos, minicrônicas, etc.)

·         Intertextualidade e metalinguagem

Principais Autores e Obras

Segue abaixo alguns escritores da literatura brasileira contemporânea:

·         Ariano Suassuna (1927-2014): escritor paraibano, escreveu poesias e romances, ensaios e obras de dramaturgia. Desde 1990 ocupou a cadeira 32 da Academia Brasileira de Letras. É autor de “Auto da Compadecida” (1955) e “O Romance d'A Pedra do Reino e o Príncipe do Sangue do Vai-e-Volta” (1971).

·         Antônio Callado (1917-1997): escritor e jornalista nascido em Niterói, Antônio Callado escreveu obras de dramaturgia, biografia e romances, dos quais se destacam os romances “A Madona de Cedro” (1957) e “Quarup” (1967); e as obras de dramaturgia “O tesouro de Chica da Silva” (1962) e “Forró no Engenho Cananeia” (1964).

·         Adélia Prado (1935-): nascida na cidade de Divinópolis, em Minas gerais, Adélia Prado escreveu poesias, romances e contos. De sua produção literária destacam-se: o livro de poesias “Bagagem” (1976) e o romance “O Homem da Mão Seca” (1994).

·         Cacaso (1944-1987): poeta mineiro nascido em Uberaba, Antônio Carlos de Brito foi grande destaque na poesia marginal. De suas obras destacam-se os livros de poesias “Na corda bamba” (1978) e "Mar de Mineiro" (1982).

·         Caio Fernando Abreu (1948-1996): escritor gaúcho nascido em Santiago, Rio Grande do Sul, Caio escreveu contos, romances, novelas e obras de dramaturgia, das quais se destacam: o livro de contos “Morangos Mofados” (1982) e o romance “Onde Andará Dulce Veiga?” (1990).

·         Carlos Heitor Cony(1926-2018): nascido no Rio de Janeiro, Carlos é escritor e jornalista, dono de uma vasta obra. Membro da Academia Brasileira de Letras desde 2000, ele escreveu contos, crônicas, romances, ensaios, obras infanto-juvenis, roteiros de cinema, telenovelas, documentários, dentre outros. De sua obra destacam-se os romances “Pessach: a travessia” (1975) e “Quase Memória” (1995).

·         Cora Coralina (1889-1985): Anna Lins dos Guimarães Peixoto Bretas, nasceu em Goiás. Escreveu poesias e contos utilizando o pseudônimo Cora Coralina. De sua obra destacam-se o livro de poesias “Poemas dos Becos de Goiás e estórias mais” (1965) e o livro de contos “Estórias da Casa Velha da Ponte” (1985).

·         Dalton Trevisan (1925-): escritor paranaense nascido em Curitiba, Dalton é um dos mais destacados contistas da literatura contemporânea. Por ser uma figura excêntrica e misteriosa Dalton Trevisan ficou conhecido pelo nome o “Vampiro de Curitiba”. De sua obra merecem destaque o livro de contos “O Vampiro de Curitiba” (1965) e a recente obra de minicontos denominada “111 Ais” (2000).

·         Ferreira Gullar (1930-2016): escritor maranhense nascido em São Luís, Ferreira Gullar é membro da Academia Brasileira de Letras desde 2014. Escreveu poesia, contos, crônicas, ensaios, memórias, biografias, das quais se destacam os livros de poesias “Poema Sujo” (1976) e “Em Alguma Parte Alguma” (2010). Sem dúvida seu ensaio mais conhecido é a “Teoria do não-objeto” (1959).

·         Lya Luft (1938): nascida na cidade de Santa Cruz do Sul, no estado do Rio Grande do Sul, Lya é escritora, tradutora e professora. Possui uma vasta obra literária desde romances, poesias, contos, ensaios e livros infantis das quais se destacam: “Canções de Limiar” (1964) e “Perdas e Ganhos” (2003).

·         Millôr Fernandes (1923-2012): nascido no Rio de Janeiro, Millôr Fernandes é um artista multifacetado. Foi escritor, jornalista, dramaturgo e desenhista (cartunista). Sua obra literária está repleta de ironia, humor e sarcasmo, da qual se destaca: “Hai-Kais” (1968), “Millôr Definitivo: A Bíblia do Caos” (1994) e “A Entrevista” (2011).

·         Murilo Rubião (1916-1991): escritor e jornalista mineiro, Murilo foi redator de jornal e revista, se destacando na literatura com sua obra de contos: “O ex-mágico” (1947), “O pirotécnico Zacarias” (1974) e “O Convidado” (1974).

·         Nélida Pinõn (1937-): escritora nascida no Rio de Janeiro, Nélida Piñon foi jornalista e editora. Membro da Academia Brasileira de Letras desde 1989, Nélida escreveu ensaios, romances, contos, crônicas, e obras de literatura infantil, das quais se destacam o romance “A casa da paixão” (1977) e o livro de contos “O pão de cada dia: fragmentos” (1994).

·         Paulo Leminski (1944-1989): escritor curitibano pertencente à geração mimeógrafo ou literatura marginal, Paulo escreveu poesia, ensaios, romances, contos, obras de literatura infantil. De sua obra merecem destaque o livro de poesia “Distraídos Venceremos” (1987) e o romance “Agora é que são elas” (1984).

·         Rubem Braga (1913-1990): nascido no Espírito Santo, no município de Cachoeiro de Itapemirim, Rubem Braga é considerado um dos maiores cronistas do país. De sua obra destacam-se “Crônicas do Espírito Santo” (1984) e “O Verão e as Mulheres” (1990).

 

 

COERÊNCIA e COESÃO TEXTUAL

 

Estas duas palavrinhas, coesão e coerência, podem fazer muita confusão na cabeça de algumas pessoas, ao mesmo tempo que são elas as responsáveis pela ordenação das palavras e das ideias quando você escreve.

Você já deve ter notado que sempre que falamos delas, estamos falando de textos, portanto, tudo que você redige precisa ser coeso e conciso, seja um e-mail, um texto narrativo e, principalmente, os mais pedidos nos vestibulares, os textos dissertativos-argumentativos.

As duas caminham juntas e, dessa maneira, havendo uma boa coesão, a coerência fica mais fácil de aparecer. No entanto, existem algumas diferenças entre as duas e que falaremos agora nesse artigo. Vamos lá?

O que é coesão?

coesão tem a ver com a estrutura do texto, quando as palavras adequadas são utilizadas para construí-lo, por isso é importante saber usar corretamente as conjunções, os advérbios, os pronomes e outros elementos linguísticos.

Você precisa trabalhar a gramática e a escrita dentro do seu texto para que ele tenha uma boa estrutura e que seu leitor entenda de forma clara a informação que está sendo passada.

Como o texto é um emaranhado de palavras, frases, orações e parágrafos, a coesão é a conexão que existe entre todos esses elementos. Quando você escreve, sabe dizer se os elementos estão bem ligados? Vamos conhecer um pouco mais sobre o assunto a seguir.

Elementos de coesão

Para saber escrever um texto coeso é preciso, primeiro, saber identificar os elementos da coesão. Mas, afinal, quais são eles?

São as conjunções que opõem as ideias, que as complementam, são os pronomes que retomam outras partes no texto, os advérbios que marcam o tempo, lugar, ou seja, todas as palavras que têm a função de conectivos. Vejamos um exemplo:

Maria saiu de casa para ir ao supermercado, mas estava chovendo, então retornou ao seu quarto para pegar o guarda-chuva, o qual estava na gaveta.

Perceba que essa frase tem uma sequência bem coordenada e que as conjunções, preposições e pronomes fazem a ligação entre todos os períodos.

A conjunção “mas” traz a adversidade, pois se estava chovendo, Maria não poderia sair. “Então” (conjunção conclusiva), retornou ao “seu” quarto. O pronome “seu” retoma o sujeito, que é Maria, e a frase segue com uma locução prepositiva que é o “para”, que indica uma finalidade.

Para encerrar, “o qual”, pronome relativo, refere-se ao guarda-chuva. É nesse momento que mostramos a riqueza de nosso vocabulário, sem precisar repetir a mesma palavra.

Existem, portanto, elementos que fazem referência e elementos que dão sequência de sentido.

A coesão referencial serve para evitar a repetição dos termos, desse modo, ela aponta para outros elementos do texto, para acrescentar novas informações sobre o que já foi dito. Por exemplo:

Maria e João são pais de Pedro. Eles têm uma linda casa na praia, na qual estão todos os finais de semana.

coesão sequencial se utiliza das conjunções para encadear as ideias no texto, estabelecendo relações lógicas como as de causa, efeito, oposição, consequência, tempo, modo, finalidade etc.

Elementos endofóricos

Esses elementos são a ligação entre tudo que está dentro do texto. Eles se dividem em anafóricos (quando se referem a um termo já citado) e catafóricos (quando se referem a um termo posterior).

Como pode ser formulada uma questão sobre eles no vestibular? Por exemplo, uma palavra é destacada e pedem para que você encontre um pronome com referência anafórica ou catafórica. Veja:

Ricardo é amigo de Karina. Eles se conhecem há muitos anos, mas ambos trabalham muito e não se encontram com frequência.

O pronome “eles” se refere à Ricardo e Karina, é um elemento anafórico, porque o nome dos dois já foi citado, da mesma forma que o pronome “ambos”.

A seguir temos uma frase com um elemento catafórico:

Dele eu só quero distância e que me deixe em paz, o meu ex-marido.

O pronome possessivo “dele” aparece antes da informação de quem a pessoa está querendo distância, ou seja, o ex-marido. Sendo assim, tem uma função catafórica.

A elipse também funciona como um termo anafórico, ela aparece para evitar de se usar um termo que já apareceu no texto.

Elementos exofóricos

Elementos exofóricos são aqueles que apontam para fora do texto, que necessitam de um contexto, então só vou conseguir dizer quem é o referente por esse contexto.

Os pronomes demonstrativos são bastante utilizados para essa função:

  • Ali será azul.
  • Esta é minha!
  • A sua blusa é aquela.

Agora que você já sabe da importância de estruturar bem seus textos e conhece alguns elementos que o ajudam a conseguir isso, passemos para a construção dos sentidos, a coerência.

O que é coerência?

Coerência é a organização das ideias em uma forma lógica, assim, um texto precisa estar escrito corretamente, mas com ideias interligadas e que fazem sentido.

Se eu digo: Os cachorros em minha casa têm asas e voam por toda parte. Apesar da estrutura correta, você já viu algum cachorro voar?

A não ser que esteja escrevendo um conto de ficção, é algo que não faz sentido. Por isso, para que o texto seja coerente, as informações precisam ser passadas de forma clara e objetiva.

Elementos de coerência

Existem vários tipos de coerência (semântica, sintática, estilística, pragmática, temática ou genérica), porém, o que determina um texto coerente é o encadeamento das ideias dentro da estrutura. É preciso:

  • Eliminar ambiguidades;
  • Usar os conectivos corretamente;
  • Evitar contradições;
  • Relacionar os sentidos;
  • Evitar trechos irrelevantes, que estejam fora de contexto;
  • Atentar-se à sequência da escrita;
  • Empregar a variedade adequada da língua e mantê-la até o final do texto;
  • Seguir o gênero textual proposto do início ao fim.

Diferença entre coesão e coerência

Podemos concluir que coesão e coerência têm as suas diferenças, mas andam juntas, porque a estrutura e a organização do texto necessitam das ideias que irão trazer a informação de forma clara e objetiva.

A coesão é o tecido no qual está contido o texto e todos os seus fios e a coerência é a agulha que alinhava os sentidos, tornando tudo “amarradinho”


Bons estudos!

ATIVIDADES REFERENTES ÀS 3ª e 4ª UNIDADES

 

1ª) A alternativa que contém uma das características da segunda fase modernista brasileira.

a) Na poesia, ganha corpo uma geração de poetas que se opõem às conquistas e inovações dos primeiros modernistas de 1922. Uma nova proposta é defendida inicialmente pela revista Orfeu.

b) Os efeitos da crise econômica mundial e os choques ideológicos que levaram a posições mais definidas formavam um campo propício ao desenvolvimento de um romance caracterizado pela denúncia social.

c) Ao mesmo tempo em que se procura o moderno, o original e o polêmico, o nacionalismo se manifesta em suas múltiplas facetas: uma volta às origens, a pesquisa de fontes quinhentistas, a procura de uma “língua brasileira”.

d) O período de 1930 a 1945 é o mais radical do movimento modernista, pela necessidade de ruptura com toda arte passadista.

e) As revistas e manifestos marcam o segundo momento modernista, com a divulgação do movimento pelos vários estados brasileiros.

 

2ª) "O romancista intuiu admiravelmente a condição sub-humana do caboclo sertanejo, com a sua consciência embotada, a sua inteligência retardada, as suas reações devidas a reflexos condicionados por um sofrimento secular. Desta maneira, ao investigar o sentido de um destino coletivo, ele nos dá realmente a medida do homem telúrico, no seu estado primário, autômata e passivamente indiferente, nivelando-se com animais, árvores e objetos."

O trecho acima trata do escritor __________________________, mais especificamente de seu romance ________________________ cujo protagonista é__________________.

a) Graciliano Ramos - São Bernardo - Fabiano

b) José Lins do Rego - menino de Engenho - Paulo Honório

c) Graciliano Ramos - Vidas Secas - Fabiano

d) Jorge Amado - Jubiabá - Paulo Honório

e) José Lins do Rego - Fogo Morto - Bentinho

 

3ª) Em suas obras explorou a diversidade étnica e social brasileira, da qual se destaca “Capitães de Areia”, obra essa, cujo autor é:

a)      Graciliano Ramos

b)      José Lins do Rego

c)      Rachel de Queiroz

d)      Jorge Amado

e)      José Américo de Almeida

4ª) São características do Romance de 30, exceto:

a)      O anticapitalismo / Arte de Vanguarda

b)       Regionalismo romântico

c)      A verossimilhança

d)      Retomada do romantismo e do realismo

e)      Diversidade cultural brasileira.

5ª ) Uma das características principais da literatura contemporânea é:

a)      Anticapitalismo

b)      Perspectiva determinista

c)      Narrativa linear

d)      Concretismo

e)      Eclestismo

6ª) A palavra “QUE” é pronome relativo nas frase que seguem.

1.      Há sempre solidão em torno dos que caem.

2.      Ninguém pode ter tudo aquilo que deseja

 

Obedecendo a sequência das alternativas, a função sintática deles é respectivamente:

a)      Sujeito e objeto indireto

b)      Sujeito e objeto direto e indireto

c)      Advérbio e sujeito

d)      Sujeito e predicativo

e)      Sujeito e objeto direto

7ª) Assinale o período em que foi empregado um pronome relativo inadequadamente:

a) O livro a que eu me refiro é Estrela da manhã, do Manuel Bandeira.

b) Ela é uma pessoa de cuja idoneidade ninguém duvida.

c) A tese em cujos dados nos baseamos é esta.

d) O tribunal do  júri perante o qual o réu foi condenado foi implacável.

e) O homem de cujo lhe falei ontem é este.

8ª) Sobre a coesão textual, estão corretas as seguintes proposições:

I. A coesão textual está relacionada com os componentes da superfície textual, ou seja, as palavras e frases que compõem um texto. Esses componentes devem estar conectados entre si em uma sequência linear por meio de dependências de ordem gramatical.

II. A coesão é imaterial e não está na superfície textual. Compreender aquilo que está escrito dependerá dos níveis de interação entre o leitor, o autor e o texto. Por esse motivo, um mesmo texto pode apresentar múltiplas interpretações.

III. Por meio do uso adequado dos conectivos e dos mecanismos de coesão, podemos evitar erros que prejudicam a sintaxe e a construção de sentidos do texto.

IV. A coesão obedece a três princípios: o princípio da não contradição; princípio da não tautologia e o princípio da relevância.

V. Entre os mecanismos de coesão estão a referência, a substituição, a elipse, a conjunção e a coesão lexical.

a) Apenas V está correta.

b) II e IV estão corretas.

c) I, III e V estão corretas.

d) I e III estão corretas.

e) II, IV e V estão corretas.

9ª) Na frase: “Matei o Presidente. AQUELE homem governava com o sangue.”

A palavra em destaque (sublinhada), tem a função:

a)      Anafórica

b)      Endofórica

c)      Exofórica

d)      Dêitica

e)      N.d.a

10ª) Marque a seqüência que completa corretamente as lacunas para que o trecho a seguir seja coerente.

A visão sistêmica exclui o diálogo, de resto necessário numa sociedade ________ forma de codificação das relações sociais encontrou no dinheiro uma linguagem universal. A validade dessa linguagem não precisa ser questionada, ________ o sistema funciona na base de imperativos automáticos que jamais foram objeto de discussão dos interessados. (Barbara Freytag, A Teoria Crítica Ontem e Hoje, pág. 61, com adaptações)

a) em que – posto que

b) onde – em que

 c) cuja – já que

 d) na qual – todavia

 e) já que - porque