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segunda-feira, 25 de janeiro de 2021

IV UNIDADE - AULA III- ARTIGO DE OPINIÃO - TODAS AS TURMAS (1º ANO A, B, D) E (3º ANO A, C, D)

                                IV UNIDADE – AULA 3 – LÍNGUA PORTUGUESA

 

ARTIGO DE OPINIÃO

 

 

O artigo de opinião é um gênero argumentativo típico de jornais, revistas e blogs. Alguns vestibulares também solicitam a produção desse tipo de texto.

O artigo de opinião é um dos gêneros mais comuns no cotidiano das cidades. Publicado normalmente em jornais, revistas e blogs, esse tipo de texto tem como função apresentar e defender um ponto de vista sobre algum assunto relevante para a sociedade. Muitas faculdades e universidades costumam solicitar aos seus candidatos que produzam artigos de opinião em seus vestibulares.

 

Características

 

O artigo de opinião é um gênero argumentativo, ou seja, é um tipo de texto que defende um ponto de vista por meio de argumentos. A linguagem usada no artigo de opinião costuma alinhar-se à norma-padrão da língua portuguesa, haja vista que o texto deve ser compreendido por diversos tipos de pessoas, muitas vezes de regiões completamente distintas — como é o caso dos artigos publicados em jornais de alcance nacional no Brasil.

Para além disso, justamente por se tratar de uma publicação da imprensa, o assunto abordado nesse tipo de texto costuma ser de relevância coletivafatos importantes, ocorridos nos dias ou semanas anteriores, costumam ser os temas do artigo de opinião. Nesse sentido, o gênero tem uma função social clara: promover o debate público sobre as demandas da sociedade.

 

Estrutura

 

Por ser um texto argumentativo, o artigo de opinião apresenta três partes fundamentais:

 

·        Introdução com tese

Os parágrafos iniciais de um artigo de opinião costumam ser reservados para apresentar o assunto abordado e, além disso, o ponto de vista defendido pelo autor. Chamamos esse ponto de vista de tese. No caso das redações escolares e propostas de vestibulares, é comum que somente o primeiro parágrafo da composição seja destinado para essa função, pois, nesse tipo de produção textual, o número de linhas é restrito.

Veja, a seguir, a introdução de um artigo de opinião produzido por Débora Diniz e Giselle Carino, publicado no jornal El País Brasil:

 

Violência obstétrica,

uma forma de desumanização das mulheres

 

A expressão 'violência obstétrica' ofende médicos. Dizem não existir o fenômeno, mas casos isolados de imperícia ou negligência médicas. O que aconteceu com a brasileira Adelir Gomes, grávida e forçada pela equipe de saúde a realizar uma cesárea contra sua vontade, dizem ser um caso extremo, escandalizado pelas feministas como de violência obstétrica. Não é verdade. A violência obstétrica manifesta-se de várias formas no ciclo de vida reprodutiva das mulheres. Em cada mulher insultada verbalmente porque sente dor no momento do parto ou quando não lhe oferecem analgesia. Na violência sexual sofrida em atendimento pré-natal ou em clínicas de reprodução assistida. No uso de fórceps, na proibição de doulas ou pessoas de confiança na sala de parto. Na cesárea como indicação médica para o parto seguro. A verdade é que a violência obstétrica é uma forma de desumanização das mulheres.

Jornal El País Brasil, 20 de março de 2019.

É notável, nesse trecho inicial do texto, a presença das duas partes fundamentais da introdução de um artigo de opinião: a apresentação do tema — “violência obstetrícia” — e a defesa de uma tese ou ponto de vista — “A verdade é que a violência obstétrica é uma forma de desumanização das mulheres”.

 

·        Desenvolvimento com argumentação

Uma vez que a tese é apresentada na introdução do artigo de opinião, é esperado que, nos parágrafos intermediários — também chamados de desenvolvimento —, apresentem-se argumentos que comprovem o ponto de vista.

Um argumento costuma ter duas partes: a fundamentação e a análise do fundamento. A primeira corresponde às informações, fatos, dados, referências, entre outros, que o articulista busca para embasar sua opinião; a segunda, ao trecho em que o autor relaciona explicitamente o fundamento utilizado com a tese defendida.

Ainda seguindo o exemplo dado anteriormente, observe a seguir um dos argumentos usados pelas articulistas Débora Diniz e Giselle Carino:

Mulheres negras, indígenas e com deficiência estão entre as mais vulneráveis à violência obstétrica. Um estudo da Universidade de Harvard, realizado em quatro países latino-americanos, mostrou que uma em cada quatro mulheres vivendo com HIV/aids foi pressionada à esterilização após receber o diagnóstico. Evidências igualmente assustadoras foram identificadas no México, onde a Organização das Nações Unidas condenou o país pela esterilização forçada de quatorze indígenas pelo sistema de saúde público. No Brasil, um estudo no Mato Grosso descreveu a correlação entre etnia e morte materna — mulheres indígenas têm quase seis vezes mais chances de morrer no parto que mulheres brancas. Pouco sabemos da realidade de mulheres com deficiência, em particular daquelas com deficiência intelectual. O senso comum diz que devem viver sem sexualidade e que são incapazes de decidir suas vivências reprodutivas.

Jornal El País Brasil, 20 de março de 2019.

Nesse caso, são usados como fundamentos: um estudo da Universidade de Harvard, outro da Organização das Nações Unidas e mais um feito no Mato Grosso. Com base nessas pesquisas, as articulistas relacionam as informações citadas com a tese ao afirmarem que “Pouco sabemos da realidade de mulheres com deficiência, em particular daquelas com deficiência intelectual. O senso comum diz que devem viver sem sexualidade e que são incapazes de decidir suas vivências reprodutivas”.

 

·        Conclusão

A conclusão de um artigo de opinião costuma apresentar uma síntese do desenvolvimento do texto e, em seguida, reiterar a tese, agora comprovada pelos argumentos. Veja como é a conclusão do texto de Débora Diniz e Giselle Carino:

Argentina e Bolívia também avançaram em legislações para proibir a violência obstétrica — estar livre de violência baseada em gênero deve incluir a violência obstétrica. É preciso avançar rapidamente neste campo, seja pela via legal ou pela transformação dos costumes e práticas. A legislação boliviana menciona 'violência contra os direitos reprodutivos': se devidamente interpretada, a criminalização do aborto ou os maus-tratos sofridos pelas mulheres em processo de abortamento nos hospitais são formas de violência obstétrica. Meninas e mulheres forçadas, involuntariamente, ao parto e à maternidade são casos de violência obstétrica. Por isso, às histórias de dor física ou abusos verbais de nossas mães e avós, devemos somar as histórias da clandestinidade do aborto — as leis restritivas de aborto atingem 97% das mulheres em idade reprodutiva na América Latina e Caribe. Todas essas são expressões da violência obstétrica, uma forma silenciosa e perene de violência baseada em gênero.

Jornal El País Brasil, 20 de março de 2019.

É perceptível, portanto, que a conclusão do artigo de opinião das autoras repete resumidamente a linha argumentativa desenvolvida no texto. Em seguida, a tese é reiterada, agora comprovada — “Todas essas são expressões da violência obstétrica, uma forma silenciosa e perene de violência baseada em gênero”.

Como começar o artigo de opinião

A melhor maneira de começar um artigo de opinião é, antes de tudo, desenvolvendo um planejamento e um projeto de texto. Planejando e projetando antes de escrever, é muito provável que a composição resulte-se claracoerente e bem fundamentada. Veja, no próximo tópico, um passo a passo de como escrever o artigo de opinião.

 

Passo a passo

 

Podemos dividir o processo de produção de texto em três partes básicas:

·        Planejamento e projeto de texto

O primeiro passo na composição textual deve ser o da reflexãoleitura organização das ideias a serem desenvolvidas no texto. Nessa parte, é necessário que o autor do artigo de opinião defina:

·        Tema;

·        Tese;

·        Fundamentos da argumentação;

·        Organização lógica do texto (aqui, define-se o que deve haver em cada parágrafo, ou seja, qual será a trajetória discursiva usada pelo autor para defender seu ponto de vista no texto).

 

Vídeoaula:

 



 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

 

https://www.portugues.com.br/redacao/artigo-opiniao-.html

 

http://professorjeanrodrigues.blogspot.com/2018/08/proposta-de-producao-de-artigo-de.html

 

                               ATIVIDADE DE AVERIGUAÇÃO DA APRENDIZAGEM:

 

PROPOSTA DE PRODUÇÃO DE ARTIGO DE OPINIÃO SOBRE LEGALIZAÇÃO DO ABORTO NO BRASIL

 

A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e dos seus conhecimentos construídos ao longo da sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo (artigo de opinião) na modalidade formal da língua portuguesa sobre o tema “LEGALIZAÇÃO DO ABORTO NO BRASIL. Selecione, organize, relacione de forma coesa e coerente, argumentos e fatos para a defesa de seu ponto de vista.

 

INSTRUÇÕES:

 

Seu texto tem de ser escrito à tinta, na folha oficial ATRÁS.

Desenvolva seu texto em prosa, respeitando a norma culta da língua e o gênero textual solicitado.

O texto com até 7 (sete) linhas escritas será considerado texto em branco.

O texto deve ter, no máximo, 30 linhas.

Crie um título.

 

TEXTO 1:

 

A LEGALIZAÇÃO DO ABORTO NO BRASIL: AMAR OU ODIAR

SAÚDE

A legalização do aborto, abortos clandestinos no Brasil, fetos anencefálicos, saúde pública no Brasil, métodos abortivos, crueldade com os nascituros, aborto e seus riscos.

 

“Com a visita de Sua Santidade o Papa Bento XVI, encetou-se uma discussão que a muito vem dividindo as opiniões na sociedade brasileira: A legalização do aborto.
As opiniões são divididas: de um lado, grupos que apoiam a vontade e a decisão da mulher de escolher o que fazer com o seu corpo, grupo esse, representado pelos movimentos feministas. De outro lado, grupos religiosos que condenam à prática abortiva, garantindo o DIREITO à vida para os nascituros. [...]” 

(https://meuartigo.brasilescola.uol.com.br/)

 

TEXTO 2:

 

 




Texto 3:

 



 

(Agência Globo – período entre 2012-2013)

 

TEXTO 4:

 

JANAÍNA PASCHOAL FARÁ DEFESA CONTRA ABORTO NO STF

 



 

     No documento, enviado ao Supremo no início do mês (julho de 2018), Janaína questiona se “o direito das mulheres sobre seus próprios corpos justifica impedir outras mulheres de nascer”. A professora avalia que a proibição do aborto não diz respeito à relação entre Estado e religião: “Decidir se uma mulher tem pleno direito de encerrar uma gravidez tem a ver com todos os seres humanos, pois todos, por ora, passam pela fase de embrião e pela fase de feto”, argumenta.

    Janaína encerra sua manifestação afirmando: “Muito embora se repute a defesa da vida intrauterina como decorrência da crença em Deus, a verdade é que, mesmo que um dia se prove que Deus não existe, o direito de nascer há de ser assegurado, pois tal direito nada tem a ver com a ideia de pecado, ou mesmo de espírito, mas com o reconhecimento de outro limite”.

 

(http://justificando.cartacapital.com.br)